With(out) you (português)

Capítulo 26

Após 5 horas de voo chego finalmente a Washington. São 12h30pm por isso o Tyler ainda não deve ter chegado. Saio do aeroporto e chamo um táxi o mais rápido que posso. Hoje o tempo está contra mim. Quando entro no carro vejo que o condutor tem má aparência, mas não dou importância. Digo-lhe a morada do campus e ele manda-me um sorriso pervertido. Assim que chego ao campus ligo ao Richard para lhe pedir ajuda. Ele começa a fazer-me perguntas, mas eu limito-me a dizer que mais logo lhe respondo. Não tenho tempo. Assim que pago ao taxista começo a correr até ao dormitório para pegar na minha guitarra. Vou precisar de uma coluna. Olho em volta para ver se a Emily tem alguma, mas não tenho sorte. Merda, onde é que vou arranjar uma agora? Começo a andar de um lado para o outro até que uma pessoa me vem em mente. O James! Ele tem uma banda, aposto que deve ter uma. Assim que lhe ligo ele atende-me logo.

- Kath? Ainda pensei que estava a alucinar quando o teu nome – Ele ri-se e sei que tem razão. É bastante raro eu ligar para alguém.

- Eu mesma. Olha, era para te perguntar se tens uma coluna que me emprestes. Preciso de ligar a minha guitarra.

- Tenho sim. - Suspiro aliviada. - Mas estou em casa dos meus pais, Kath. A única coisa que podes fazer é ir busca-la ao meu dormitório. - Tenho um sorriso do outro mundo. O James é incrível, devia mesmo falar com ele mais vezes.

-Muito obrigado, James! Salvaste-me o dia!

- De nada, Miss. Mas se vejo um risco nela considera-te uma pessoa morta – ele ri-se, mas ao mesmo tempo sei que ele está a falar um bocado a sério. Depois de desligar a chamada mando uma mensagem ao Richard a perguntar se pode ir buscar a coluna. Espero mesmo que isto corra bem

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- From walking home and taking loads. To seeing shown in evening clothes with you. - As minhas mãos tremem quando começo a tocar as primeiras notas, já para não falar da minha garganta seca.

Não sei porque está tanta gente no campus no dia de Natal, mas a verdade é que tenho uma multidão de alunos, e até professores, a escutarem-me. Olho para ele em busca do Tyler, mas ainda não o vejo em lado nenhum. O Richard disse-me que viu o seu carro a entrar no campus, por isso não deve faltar muito para ele aparecer. Ou se calhar nem vem, diz o meu inconsistente. Abano a cabeça para tentar afastar esses pensamentos.

Fecho os olhos e concentro-me na música. - So come on, let it go. Just let ir be. Why don't you be you? And I'll be me? - Sempre adorei as músicas do James Bay, mas quando prestei mais atenção a esta canção vi que ela dizia muito sobre a minha relação com o Tyler. Esta é uma das razoes porque amo música. Ela leva-nos a um lugar só nossos e algumas delas parecem que foram escritas só para nós. É um sentimento indescritível aquilo que eu sinto pela música.

- Kath! - abro os olhos e olho para o Richard. Quando vejo que ele está a apontar para o meio da multidão o meu coração começa a bater rapidamente. Assim que me viro noto que uns olhos azuis me fixam intensamente. Ele está aqui. O Tyler está aqui.

- Everthing that's broke. Leave it to the breeze. Why don't you be you? And I'll be me? And I'll be me. - canto o mais alto que consigo e olho para ele para saber que a música é dedicada a ele. Dedicada a nós. Sei que isto é um bocado fuleiro e que se calhar ele até se vai rir da minha cara, mas ontem algo me disse para lhe cantar esta canção. Ele até pode começar a gozar e ir se embora, mas pelo menos sei que lutei pela nossa relação. Não o quero perder, mas se ele não me desculpar assim eu não sei mais o que fazer. Amo-o com todas as minhas forças, por isso, espero que ele ainda me ame também e que me perdoe pela merda que fiz.

Quando a música acaba fico apenas a olhar para o Tyler. Este começa a passar por entre a multidão até parar lentamente à minha frente. Ficamos assim por entre uns minutos, apenas a olhar uma para o outro. Apercebo-me que estou a chorar quando uma lágrima cai por cima da guitarra. Tenho de dizer alguma coisa.