Capítulo 15 - Uma Mente Morta

59 25 35
                                    

O Soldado Silonar estava lá igual uma máquina matadora. Seu objetivo era matar. Matar e matar.

(Vamos voltar um pouco no tempo.)

{ O marco inicial ocorreu em Setembro no ano de 1939, quando o exército alemão invadiu a Polônia. De imediato, a França e a Inglaterra declararam guerra à Alemanha.
O número de mortos superou os 50 milhões e ainda uns 28 milhões de mutilados.
A segunda guerra mundial envolveu 72 nações e foi travada em todos continentes ( direta ou indiretamente).
Se a primeira guerra mundial provocou um custo de 208 bilhões de dólares, essa atingiu a impressionante cifra de 1 trilhão e 500 bilhões de dólares.
Quantia que, se investida no combate da miséria humana teria suprimido da face da terra}.

Então no ano de 1940 Silonar foi para guerra com o objetivo de salvar vidas. Ele era um Soldado e também  médico.
Ele não foi para lá matar ninguém. Mas o destino outra vez mudou tudo.

Ele estava lá ajudando todos os feridos, quando de repente uma bomba explodiu próximo do local.
Silonar foi arremessado um 7 metros. 
A explosão foi tão impactante que Silonar acabou perdendo a memória. Um tal coronel sabia das habilidades que Silonar tinha e aproveitou da situação.
Quando Silonar acordou já era um  Soldado.
Todos falaram que ele era um soldado.

Ele acreditou, pois seu nome estava numa farda de guerrilheiro.
E aquelas pessoas que estava com ele na hora da explosão acabaram morrendo.
Não tinha ninguém para provar o contrário.

Dias depois ele recuperou dos ferimentos
E o coronel o colocou na frente do seu exército. Eles foram para campo de batalha.

Silonar não lembrava de nada, e o seu único desejo era destruir tudo e todos.
Ele pegou seu Jeep e saiu com a metralhadora atirando em todos que encontravam pelo caminho.
Essa era sua missão.
Eles diziam para matar, não importava quem.

Ele estava louco e perturbado.
Não descansava, só repetia a mesmas palavras:
- Quero matar, quero ver sangue. Quero ver todos morrendo!!

Silonar tava fora de controle, nada mais o importava.
Ele não lembrava de nada.
Apenas se deixava levar por uma mente morta.
Os dias se passavam, as mortes aumentavam.

Sangue, desespero, dor, violência, terror.
Crianças mutiladas, corpos estirados pelo chão.
Os urubus iam comendo os cadáveres em decomposição.
Os tanques de guerras iam passando por cima das casas e das pessoas...
Silonar e sua tropa iam marchando em vão.
Lutando por uma causa perdida.

Já era o ano de 1943 quando Silonar começou a sentir algumas lembranças.
Algo de estranho mexia com a sua mente.

Certa vez quando ele estava num outro combate, ele perdeu sua memória.
E sem entender o que tava fazendo ali com aquele rifle na mão.
Vários corpos no chão.
Ele ficou se perguntando que diabos estava fazendo.
Que diabos estava acontecendo?

Revoltado com tudo aquilo. Arrependido e assustado, com medo e desesperado.
Ele tentou fugir, mas foi capturado pelos próprios aliados.
Seus aliados agora eram os inimigos.
Os mesmo começaram a torturar.

Colocavam para levar choque. Pegaram uma faca e mutilaram o seu corpo.
Pisaram na sua cara, fizeram jurar a pátria, uma porra de uma pátria condenada.
E muitas outras coisas terríveis.

Depois de alguns dias Silonar voltou o normal.
Mas não lembrava de nada, nem mesmo por que estava preso.
O exército inimigo continuava a avançar.
Até que um dia invadiram a base e executaram todos. Exceto Silonar.
Eles acharam que Silonar era um dos soldados deles.

Eles levaram Silonar...
E depois de algum tempo ficaram impressionado como ele matava e lutava.
Silonar foi premiado com várias e várias medalhas pela sua bravura.

Depois de algum tempo no meio das guerras ele já tinha matado mais de 70 mil pessoas.
E foi numa dessas guerras que algo começou a mudar...
Ele viu um dos seus aliados torturando algumas pessoas.
 Viu outro invadindo uma casa e matando todos.
Viu um filho morrendo nos braços da sua mãe.
Aquilo começou perturbar com a sua consciência.

Mais vez sua tropa invadem outra cidade.
E ele viu uma garotinho fugindo.
E quando olhou de lado, um soldado estava apontando uma metralhadora para matar.
Silonar rapidamente atirou no soldado e matou.
Uma moça viu tudo aquilo de longe e foi até o Silonar perguntar porque ele salvou a vida do garoto.
Ele falou que não sabia porque fez aquilo. Não sabia nem porque estava alí.
Ele foi até o garotinho, pegou na sua mão e falou para ele fugir dali.
Pediu para moça fugir com o garotinho.
Ela olhou para ele com aquele sorriso de esperança, aquele sorriso de obrigado.
Aquilo já era um sinal, um sinal que o coração do Silonar estava mudando...

Mas quando Silonar começava a  mudar ele perdia toda sua memória.
E o espírito de matador invadia o seu ser.
Ele já não lembrava mais de nada, nem mesmo quem era.
Vivia perguntando para todos o que ele estava fazendo ali...?
E a resposta era sempre a mesma.

Você é um matador.
Você foi feito pra destruir tudo.
Você não ama ninguém, você não tem compaixão, você só tem que seguir as ordens.
Destrua tudo e todos que passar no seu caminho!

Aquelas palavras só aumentava o desejo de maldade do soldado Silonar.
A cada morte, um sorriso.
A cada cidade destruída, uma medalha.

E o tempo foi passando, as mortes aumentando.
Já era o ano de 1945 e a guerra estava a todo vapor, parecia não ter fim.
Silonar estava cada vez mais violento. Tinha matado até alguns soldados da sua tropa.
Ele só sentia raiva e ódio em tudo que via.
Ele encontrou o coronel.
Aquele que falou que ele era um soldado.
E o coronel falou:
- Soldado Silonar, conseguir te encontrar.
Você foi o melhor soldado que já conheci.
A nossa base foi invadida eu não estava lá.
E se eu estivesse eu estaria morto. Você só foi salvo por que eles acharam que você era um deles.
E agora você vai comigo.
Vamos destruir todo o mundo.
Essa é nossa missão.

E Silonar respondeu:
- Eu não irei coronel.
Você me prendeu nesse mundo.
 Não lembro de nada.
Nem sei por que estou aqui.
Ninguém nunca me dá a resposta que quero.
Tudo que sinto agora é ódio, um ódio pelo qual eu não sei.
Vejam essas pessoas, elas nunca me fizeram nada.
E eu, eu simplesmente só sei matar.
O meu desejo é só destruição, mas eu quero mudar coronel.

O coronel revolta:
- Seu desgraçado!
Eu irei te prender, te torturar, te soltar no campo minado para você morrer.
Ou melhor, eu mesmo farei isso...

Publicado 15/12/2019

A Lenda Seven DaysOnde histórias criam vida. Descubra agora