Capítulo 20 - O Bilhete

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Mas... Antes de partir pro Egito, Taití volta até o avião e deixa um bilhete.
- Vou deixar esse bilhete aqui.
Vai que não foi ele que a caravana viu...?
Vai que é outra pessoa parecida com ele...?
Na dúvida melhor deixar um bilhete.

Silonar não para de fazer perguntas.
- Então meu nome é Silonar?
Esse nome me soa familiar.

Joan pega no rosto do soldado Silonar e olha bem no fundo dos seus olhos.
- Mas é claro. É o seu nome Silonar.
Silonar, Silonar. Seu nome é Silonar.

- Tá bom moça, se você está falando...

Joan chega mais perto e dá um beijo. Aquele beijo desperta um amor que estava adormecido.

O beijo da vida, o beijo da memória, o beijo do passado, o beijo para voltar pro agora.
Joan sente as mãos do Silonar segurando forte no seu corpo e aquilo já é um sinal.
O soldado Silonar abrem os olhos e derrubam algumas lágrimas e...

Caro leitor, eu aqui. É, eu mesmo.
O autor desse livro. Silonar Pereira Silva.
Chegamos no momento mais melancólico desse livro. Sinceramente, não gosto muito dessas coisas de melação, de amorzinho pra lá e pra cá.
Mas de vez em nunca não faz mal algum. Muhahahahahaa.
Então vamos voltar para história, para estória.
Voltar para o livro, para A LENDA SEVEN DAYS.

- Joan meu amor!
É você mesmo meu bem. Minha querida, a menina da minha vida, a menina que me fez ver a vida de outra forma.
Poxa meu amor... Eu estava precisando desse seu beijo, eu sentia falta, só não falava porque não gosto de ficar declarando o que sinto. Muhahahahahaha.

- Ah Silonar! Ahh Silonaaar...
Não faz isso. Eu pensava em você todos os dias.
Às vezes achava que você poderia está morto...
Às vezes achava que você estava vivo.

- Estou vivo meu amor.
Eu perdi um pouco da minha memória, mas um beijo desse não tem como não lembrar...

- Ah seu bobo...

E assim, Silonar ficou aquele dia inteiro com a mulher da sua vida.
Vivendo um dos seus poucos momentos de felicidade e paz.
Entre beijos e beijos, abraços e abraços, carinhos e carinhos...
Fizeram amor várias e várias vezes até toda energia esgotar.
E ficaram ali juntinhos até o dia seguinte.

No outro dia entre várias conversas e histórias Silonar falou que precisava sair por aí.
- Minha querida Joan, eu preciso buscar respostas, eu preciso saber de tudo, pois não me lembro de muita coisa.

- Você quer saber do que mais?
Tudo que sei já te falei.

- Eu preciso sair, ficar aqui não vai adiantar.

- Mas meu amor, pra onde você quer ir?
Aqui é só deserto, quilômetros e quilômetros de deserto.
Vamos viver esse nosso amor. Tá tudo tão lindo com você aqui.

- Eu sei meu bem, mas mesmo assim, tenho que buscar as respostas, ficar com você é tudo que mais quero.
Mas essa parte da minha história que não lembro, isso me sufoca.
Eu quero sair, quero ir no local que está o avião.
Talvez eu encontre alguma coisa lá.

- Tudo bem Silonar, você quer ir né? Então vamos lá.

Joan vai com Silonar até o local que o avião caiu.
Chegando lá encontram os destroços, mas não encontra nada, nenhuma pista.
Eles já estavam quase desistindo de procurar até que... Encontram um bilhete.

** Amigo Silonar, aqui é o seu amigo Taiti. Estou te procurando, eu sei que você não morreu.
Caímos com esse avião, eu procurei por você depois da queda, mas não te encontrei.
Então sair para procurar ajuda e quando voltei notei que você tinha sobrevivido.
Mas você não estava mais aqui.
Estou deixando esse bilhete porque estou indo para o Egito.
Uma caravana falou que viu um rapaz parecido com você. Eles falaram que o rapaz estava desmaiado e indo na direção da Líbia para depois seguir para o Egito.
Se você estiver lendo esse bilhete, peço que vá até o Egito. Estarei em Cairo.
Um abraço do seu amigo Taiti.

Silonar coloca a mão no queixo e fala:
- Olha isso Joan! Uma pista de um amigo.

- Calma aí Silonar, isso pode ser uma armadilha.
Estranho você cair de um avião e esse tal do Taití está te procurando não acha?
Vai que é algum inimigo...

- Não acho que seja.
Ele sabe meu nome, talvez ele possa me ajudar.
Preciso saber quem realmente sou.
Meu amor, por mais que eu sei de tudo que vivemos, preciso saber da outra parte que você não sabe.
E esse nome Taití...?
Esse nome... Taití, Taití...
Aí minha cabeça...
Parece que já ouvi esse nome antes.

- Silonar, você não pode ficar forçando sua memória. Mas agora me lembrei de algo.
Quando você estava lá na guerra, uma vez você falou de um navio fantasma, de piratas, tesouro...

- Eu falei isso? Não me lembro de nada disso...
E essa minha farda de Soldado, vou jogar isso fora. Não estou renegando o meu passado, mas isso não combina mais comigo.
Esse negócio de ser soldado, não acho nada disso legal, não vejo nenhum motivo para ter orgulho.
Parece que fui forçado a ser isso.
Você vai comigo minha querida?

- Claro que irei, não deixo você por mais nada. Você é o amor da minha vida.

Joan e Silonar volta até o local que estava a caravana, arruma alguns camelos, despedem de todos e partem para Egito.

Longe dali, Taití começa a questionar.
- Carajooss! Ir daqui da Argélia até o Egito de camelo está muito cansativo.
Que porra! E os camelos são muito  lentos.
Desse jeito só vou chegar lá ano que vem.
Preciso chegar logo no Egito.
Tenho que chegar antes do Silonar. Pelo que conheço, se realmente foi ele o rapaz que me falaram, ele iria dá um jeito de chegar lá o mais rápido possível.
Já sei. Na próxima cidade ou vila, vou dá um jeito de roubar algum automóvel...

Publicado dia 29/04/2020

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