A Lenda Seven Days

Capítulo 16 - O Presente Do Futuro Será O Passado

Mas no mesmo instante ele deu um golpe.
Um soco no queixo, uma voadora. Pega um rifle e sem cerimônia, ele mata o coronel.
Antes que alguém perceba ele vai saindo pelas portas do fundo com o rifle na mão.
Correndo na direção do Jeep para sair dali.
Ele consegue sair.
E quando estava alguns quilômetros, tiros surgem de trás.
Tenta escapar.
Uma tropa na sua cola.
Acelera daqui, tiros de todos os lados, não dá pra resistir.
Um tiro certeiro no Jeep, e ele capota.
Se esconde e já fica preparado para o combate.

Os soldados chegam prontos para matar.
Mas eles não faziam ideia com quem estava lidando.
Silonar dispara tiros contra todos.
Começava outra matança.

Silonar parecia dominado, quanto mais sangue, mais motivos ele tinha para matar.

Correndo e atirando, se escondendo e procurando um outro Jeep para facilitar sua batalha.
Ele encontra, e outra vez lá se vai. Matando tudo que encontrava pelo caminho.

Andando por uma estrada cheia de montes e curvas.
E numa das curvas ele para o Jeep. Pega um binóculo e avista um mar de homens.
Mais ou menos uns 2000 homens.
Todos a sua procura, prontos para matar.

Todos queriam ele morto.
Ele tinha que ser morto.
Silonar estava fora de controle.
Cada vez mais perturbado, cada vez mais sanguinário, cada vez mais dominado.

Silonar joga no binóculo do banco do lado e quando liga o Jeep ele ver aquela moça.
Aquela moça que ele mesmo deixou fugir.

Ela corre na sua direção.
Fica na frente do veículo e pede para ele parar com tudo aquilo.
- Soldado venha comigo, você salvou minha vida.
Eles estão a sua espera, não vá.
Você está sozinho, todo seu exército morreu.
Você não terá nenhuma chance contra todos eles.

Silonar pede pra ela sair da frente.
-  Mulher, saía da minha frente.
Tudo que quero é sangue. É morte. Vou matar todos eles!
E você, saia de perto de mim.
Eu nem me lembro de você.
Melhor fugir antes que eu acabe com a sua vida!

E moça insiste:
- Não faça isso.
Você não é esse monstro que pensa ser. Você está aqui lutando em vão.
Venha comigo.
Eu vou te mostrar que existe outro caminho.
Um mundo melhor em outro lugar.

Silonar começa balançar a cabeça. Parecia um louco.
Repetindo as mesmas palavras:
- Eu nem sei quem sou.
Perdi minha memória.
Nem sei por que estou aqui.
Eu quero mudar, mas não consigo mudar.
Quando vejo sangue tenho desejo de matar.
Memórias de um navio, memórias perdidas...
Um amigo distante, lembro do que não aconteceu.
Parece que algo aconteceu, eu não sei...

A moça pega na sua mão.
Aperta, dá um abraço forte e um beijo e fala para ele:
- Deixe-me te mostrar o que é o amor. Só o amor é capaz de mudar um coração, venha comigo...
Por favor venha comigo.

Silonar larga o Jeep e sai com ela. Sobem num monte e vão para um lugar onde ninguém nem iria procurar.

Ele foi com ela.
O nome dela era Joan.
Joan ficou perdidamente apaixonada pelo soldado Silonar desde o momento que ele poupou a vida daquele garotinho.

A guerra ainda continuava avançando.
E um dia quando eles estavam passeando de mãos dadas e uma bala atinge o peito do Silonar.
Joan fica desesperada.
O amor da sua vida tinha acabado de ler um tiro.
Ela tenta ajudar, mas ele estava aparentemente morto.
Ela pega uma foto do Silonar e deixa uma foto sua em cima do seu peito e sai chorando.
Ela não podia ficar, os soldados estavam chegando...

Quando os soldados chegam encontra Silonar estava sangrando muito.
Eles acham que Silonar está morto.
Um dos soldados cospem na cara do Silonar e fala:
- Acertei esse merda!
Deixe ele aí igual um indigente.
Até que enfim matamos.

Depois de horas Silonar acorda todo fraco.
Sem memória e sem saber o que aconteceu.
Ele ver a foto da Joan, mas não reconhece aquele rosto.

O pobre soldado sai sem rumo com o peito sangrando...
Silonar encontra um abrigo abandonado, e lá ele pega uma faca e tira a bala que estava no seu peito.
E fica por ali até se curar.

Enquanto estava lá, lembranças vem a sua memória.
Um navio, um amigo, uma tempestade.
Ele não entende nada.
Não consegue encontrar uma resposta.

Depois de alguns dias ele recupera.
E sua memória volta.
Mas volta somente a época em que ele era um guerrilheiro.
E tudo aquilo volta a perturbar
Estranhas visões e lembranças de corpos estirados pelo chão.
Ele vê as vidas que tirou de inocentes, as cidades que ele destruiu...
Alguma coisa do Panamá... Parece que tinha algo inexplicável, sua cabeça parecia que ia explodir.

Ele não entende por que aquilo está mexendo com sua mente.
Ele não sabe qual é a razão.
Somente lembranças de algo que ele não tem as respostas...
Ele fecha os olhos e ver o seu futuro.
O futuro que já passou, um futuro monstruoso, cheio de guerras, de tristezas e de terror.

Ele vive um presente que no qual não existe. O seu futuro foi destruído por si mesmo.
Ele ver um futuro dominado pelo  passado.
O amanhã não existe, não era essa vida que ele queria, não era isso...
Depois de tanto questionar com tudo aquele absurdo, Silonar resolve enfrentar o seu destino.
Não há outra saída a não ser procurar pelas respostas...

Ele olha pra foto de Joan e diz pra si mesmo:
- Você é a única que pode me ajudar. Vou te procurar, preciso saber o por quê de tudo isso.

Silonar sai daquele abrigo e vai andando a pé...

De repente passa uma tropa de soldados e um deles reconhece o Silonar e grita:
- Olha só o que nós encontramos pessoal!
Pensávamos que tinha morrido, mas não! Ele está bem aí.
Vamos pegá-lo!

Silonar sem entender o que estava acontecendo, pergunta:
- Olá Soldados podem me ajudar? Estou perdido aqui.

E um deles responde:
- Sim, podemos.
Suba aí no caminhão.

Silonar acha que eles vão ajudar.
Mas quando chega no Front eles pegam ele e começa a encher de porrada.
Começa a tortura.
Pisa na sua cara, colocam cachorros para morder sua perna, dá um banho gelado e depois vários choques elétricos.

E depois dizem isso para ele:
- Nós iremos te torturar até você morrer!!

E Silonar acha que aquilo é uma vingança pelas mortes que ele causou.
- Mate-me agora ou os matarei depois!

Depois de vários dias de tortura Silonar já não espera mais nada.
Pois ele estava numa cilada sendo zombado pelos seus inimigos e com uma arma apontada para sua cara.

Os soldados pega para matar.
Leva ele para fora do Front.
Amarra no poste e começam a espancar.
O general grita:
- Soldados! Preparem as armas.
É agora que ele vai morrer!!

Publicado 01/01/2020