capítulo vinte cinco

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Gaeu entrou na sua sala, depois de uma reunião com o conselho diretivo, estava pronto para encerrar o dia, porém mal caminhou pela sua sala e viu uma mulher sentada de costas para ele em um dos assentos da sua secretária, não precisou de muito para reconhecer sua sogra, franziu o cenho. o que ela poderia querer com ele?

Se aproximou e cumprimentou sua sogra, ela estava ficando muito magra nos últimos dias pode notar que a mesma tinha os olhos vermelhos, ela esteve chorando??. Gaeu ocupou a cadeira ao lado e sentou perto de sua sogra.

- a senhora precisa de algo para beber?? – dona Maimbê balançou a cabeça negando, tentando conter as lágrimas que ameaçavam cair.

- desculpa ter aparecido assim sem avisar, mas eu precisava muito falar com você Gaeu… - Gaeu soube naquele momento que algo de ruim tinha acontecido só restava saber o que…

- a senhora Pode vir aqui sempre que quiser e a mãe de minha esposa, e quero que saiba que sempre pode contar comigo – a senhora Maimbê levou as mãos e cobriu o rosto soltou um suspiro profundo.

- Gaeu estou morrendo, tenho apenas seis meses de vida!! – Gaeu ficou pálido engoliu um seco, não sabia o que dizer, levou as mãos ate as da sua sogra e percebeu que está tremia.

- o que aconteceu?? – não sabia mais o que perguntar sua sogra sempre lhe pareceu uma mulher saudável, embora que agora que reparava notava que a mesma estava pálida, suas pestanas pouco se notavam.

- tenho câncer no estômago, estou no estágio quatro, já não há nada a fazer por mim, descobri a duas semanas, Deus estou morrendo!! – Gaeu sentiu um aperto no coração a mãe de sua esposa morreria em breve, era injusto.

- a senhora não pode se dar por vencida, podemos procurar outras opiniões médicas, a senhora não precisa se preocupar com preços tudo que a senhora precisar eu….- ele foi interrompido por sua sogra.

- não eu não vim aqui para pedir ajuda, você tem sido muito generoso connosco, e além disso já não a nada que se possa fazer, tenho problemas no estômago desde criança e por causa das vicissitudes da vida nunca pude receber um bom tratamento até agora e claro mais já e tarde de mais, e eu aceito essa e a vida, tudo que quero e preciso e que você cuide de Ima… - ela fez uma pausa buscando forças para falar, Gaeu sentiu os olhos a arder, pensou em como a vida daquela mulher havia sido difícil, não ter acesso fácil ao melhor tratamento praticamente ditou o fim da vida dela, e agora que tinha algum poder financeiro para buscar ajuda era tarde, uma vez que o câncer já estava muito avançado.

- sei que você ama muito ela, vejo nos teus olhos, no jeito que a tratas, e principalmente tua determinação de protegê-la de todos, acredita eu me sinto a mãe mas feliz do  mundo por saber que ela têm você, meu marido está de rastos, começou  a beber e sei que ele não poderá ajudar Ima quando chegar a hora – Gaeu sentiu a lágrima que desceu pelo seu rosto, aquela mulher estava morrendo mais não estava preocupada com ela mas sim com as pessoas que amava, era uma pessoa digna de ser admirada.

- eu sinto muito, eu…a senhora não merece passar por isso!! – sua sogra forçou um sorriso.

- ninguém merece filho, mas preciso que me prometa que vai cuidar dela e dos meus netos!! – Gaeu limpou a garganta apertou gentilmente a mão de sua sogra.

- com minha própria vida!! – Dona Maimbê levantou e abriu o braços.

- poderia me dar um abraço meu genro?? – ela não precisou pedir duas vezes Gaeu, abraçou a mulher negra seu coração doía só de imaginar como Ima sofreria com essa tragédia, nunca tinha perdido alguém tão próximo como uma mãe, e pensou como seria perder sua própria mãe e obteve a resposta; seria devastador.

Entre o Amor e o PreconceitoOnde histórias criam vida. Descubra agora