Não,era pra ser...

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Um mês depois...

Nossa,o tempo passa cada vez mais rápido,até ontem era tudo tão novo,a prisão de Keran,o bebé...
Os dias na praia me fizeram super bem,eu pensei em morrer,pensei em tanta coisa má,que vergonha...Eu pensei em fazer mal para o meu bebé,a única coisa boa que essa história me trouxe...

Hoje é o julgamento de Keran...
Ele errou tanto,são tantos crimes,por quanto tempo será que ele vai ficar preso?!será que algum dia ele vai sair?
Pudzzzz...não é problema meu,que merda...

Cheguei a casa por volta das dez horas,meus irmãos e meu pai receberam-me super bem, mas também não dei muita conversa,não quís responder à tantas perguntas...
Tomei um banho,coloquei um vestido justo,um casaco formal e uma sandália rasa...dirigi-me ao tribunal com o meu pai e com os meus irmãos para o julgamento do maior caso das nossas vidas...

Chegamos ao tribanal,Keran não parava de olhar para mim e na verdade nem eu parava de olhar para aquele rosto fofo e pacato...
Depois de muito vai-e-vem,muito entra-e-sai,decisões contraditórias,defesas e acusações...a juíza entrou para dar a sentença final...

"Senhoras e senhores,estamos de volta para a leitura da sentença do sequestro cuja vítima Kaylin Suleimane,e homicídio de Jully dos Santos Suleimane...
Os reus
Rogério das Dores
Mario Fortunato
Júlio Hilário
Anderson Milagre
Cujas acusações variam entre homicídio culposo,sequestro,extorsão e furto qualificado são hoje condenados a 16 anos de prisão maior,não podendo-me esquecer do réu Wilson kimane,que não tendo no seu processo, condenado a 13 anos de prisão maior,acusado apenas de sequestro e falsificação de identidade.
Assim sendo,considero encerrada a sessão"

Levantei-me com as pernas bombas,Com a voz rouca sem conseguir dizer uma palavra se quer e com os olhos cheios de lágrimas...
-Eu te amo,Kaylin...Eu te amo...Keran disse com olhar cheio de lágrimas,segurando no meu braço mesmo algemado,enquanto eu não reagia.
-tira as mãos imundas da minha filha,seu canalha,meu pai gritou!
-eu preciso falar com ela,só um minuto por favor. Keran pediu.
-não,não pode...a minha filha não,eu já disse...

Naquele momento Keran pegou na minha mão e entregou-me um bilhete,ninguém reparou,nem mesmo eu...
Dei-me apenas conta quando abrí a mão...

"Este é o endereço de alguém importante para mim,eu sei que não devía pedir,mas tu és a única pessoa que eu tenho...ela não tem culpa de nada,vá até ela por favor"

lí o bilhete no carro enquanto ia para a casa e sem acção nenhuma outra vez...