5/4 dias

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Depois daquela conversa com o médico eu pedi a enfermeira para me levar ao quarto da Ana.
Já que era horário de visita.
Enfermeira_ Olha, o horário de visita se acaba daqui a 5 minutos. Vá, mas vá rápido. Sala 4 paciente 331.
Eu_ Muito obrigada.
Então eu fui. Andei bem rápido pelos corredores até que eu achei o quarto dela. Um certo nervosismo surgiu dentro de mim antes de abrir a porta. Eu sabia que tudo iria dar certo. Eu sabia que ela sairia dessa ou então morreria mas com salvação. Mas naquele momento eu não sei explicar exatamente oque eu estava sentindo. Até que eu abri a porta. Lá estava ela. Aquela pobre moça que por acaso discou o meu número quando estava prestes a morrer. Ela estava com uma aparência muito ruim. Parecia fraca. Muito fraca. Cheia de tubos enfiados pelo corpo. Com suas pernas, AAAAAAA.
Eu não sabia oque tinha dado em mim. Naquele momento eu sabia muito bem explicar oque estava sentindo. Revolta. Simplesmente isso. Uma revolta invadiu o meu peito.
Eu olhei pra ela, estendi a minha mão em direção a ela e disse :
_ EU NÃO ACEITO ISSO.
Sai daquele quarto revoltada. Não com Deus. Em nenhum momento eu questionei a Deus do porque daquilo tudo. Eu estava revoltada com aquele vazio que ela sentia dentro de si. Estava revoltada porque por mais que se olhasse pra ela e visse o quanto ela estava machucada por fora era nítido que ela sofria muito, um sofrimento na alma. Estava estampado nela o quanto ela sofria.
Sai daquele hospital era umas 21:40.
Fui direto para a rodoviária esperei o ônibus e quando cheguei em minha cidade eram quase 00:00(Terça-feira) . Lembrei que a iurd estava aberta por conta da Corrente da meia noite, então corri pra lá. Eu corri muito até chegar na iurd. Quando cheguei, havia pessoas sentadas esperando a reunião começar. Eu não falei com ninguém. Não dei boa noite a ninguém. Não olhei para ninguém. Fui direto para o Altar. Era de lá que sairia a minha resposta.
Eu não me importava se alguém estava ouvindo a minha oração ou não. Eu disse em tom bem claro para que Deus e todo o inferno ouvisse:
_Senhor! Eu não acredito em "por acasos" porque nem uma folha sequer cai sem sua permissão. Aquela moça não discou meu número atoa. Ela não me pediu ajuda atoa. O Senhor confiou a alma dela em minhas mãos. O Senhor quer me usar para salvá-la. Então que assim seja. Eu estou aqui Senhor e quero ser usada pelo Senhor para arrancar quantas almas forem preciso arrancar das mãos do diabo. Eu estou disposta a sacrificar tudo. Toda a minha vida por uma alma. Sim Pai por uma alma. Me pedes e eu direi es me aqui mas não deixe a Ana morrer sem salvação. Não importa oque me disserem. Eu vou ganhar essa alma pro Senhor. Só me diz oque eu devo faze....
Naquele momento eu paralizei. Deus havia me respondido. Dentro do meu ser. Ele disse claramente oque eu tinha que fazer para salvar aquela alma. Meu uniforme. Eu trabalhei duro hoje cedo para conseguir o valor e em só um dia eu havia conseguido. E Deus me pediu. É absurdo,eu sei que é. Eu não sei se vou conseguir esse valor novamente. Mas eu não me importava. Deus pediu e eu não vou negar. Ainda que seja o meu sonho, ainda que seja oque eu tanto esperei durante 4 anos. Eu estava disposta a tudo.

_Que seja feita a sua vontade Deus. O Senhor quer, e eu te darei. Ainda que seja oque eu mais quero. Eu confio em ti. Amém!
Sai de lá confiante, iria dar certo. Tinha que dar.

Madrugada de Terça-feira.

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