7 dias

Tudo ou nada

SÁBADO

" Eu aprendi ao longo desses dias em confiar em Ti. Muitas vezes eu quis parar, quis retroceder, quis voltar atrás em minha decisão. Mas uma voz sempre me dizia 'Não Duvide do seu Deus'. Não foi fácil Senhor, chegar onde eu estou. Eu creio na Sua palavra. Sei que os Seus planos são infinitamente maiores que os meus. Hoje é o dia da decisão. Hoje Deus é o dia em que todos veram a sua glória, o seu poder. Me sustenta Pai. Me dê mais de Ti. Que seja feita a Sua vontade. Te entrego a minha vida e a vida da Ana em Suas mãos. Amém!"

Me levantei, fiz tudo que tinha que fazer e fui para o ponto de ônibus. Eram 7h da manhã. Eu chegaria na Cidade de Nova Nínive às 8:40.
Peguei o ônibus. Cheguei a cidade. Aquele lugar já tinha se tornado familiar. Por mais que seja uma pequena cidade,era linda. Fui andando em direção ao hospital observando as belas paisagens da cidade. Cheguei no hospital e fui para recepção. Desta vez, não era a moça que sempre ficava ali. A que estava tinha cabelos castanhos curtos, com pequenas ondas. Olhos castanhos marcantes e um sorriso um tanto mucho. Por mais que sua aparência fosse tão bela, seu sorriso não transmitia nada. Apenas uma linha no seu rosto.
Eu_ Bom dia. Meu nome é Lúcia Ferreira e eu sou a acompanhante da paciente Ana Andrade. Será que eu poderia vê-la?
Moça_ Bom dia. Só um minuto.

Eu batia meus dedos no balcão. Já era um costume fazer isso, mas estava bem intenso.
Ela olhou para os meus dedos e imediatamente parei de batê-los. Olhei para ela e ela me disse :
_ Desculpe mas não temos nenhuma paciente chamada Ana Andrade.

Abri um sorriso um tanto irônico e disse :
Eu_ Oi? Desculpa deve haver algum engano. Pode checar novamente?
Moça_ Infelizmente gostaria de te informar que a paciente Ana Andrade não está mais no sistema porque neste momento estão a desconectando.

Desconectando? É assim? Ela é simplesmente algo que sem mais nem menos desligam?
Eu não disse nada a moça. Nem um obrigada, nem se quer perguntei onde ficava o quarto da Ana. Eu corri. Nesses últimos dias eu havia corrido muito por muitas coisas. Mas dessa vez foi diferente. Eu corria, contra o tempo. Meu coração estava tão acelerado que eu nem se quer conseguia pensar direito.
Corri por muitos corredores e nada. Nenhuma movimentação que me faria pensar que fosse a Ana. Até que em uma das viradas eu vi várias enfermeiras e médicos na porta de um quarto. Eu pensei comigo " Tem que ser ela". Corri. Entrei no quarto sem ao menos deixar as enfermeiras me impedirem. Lá estava ela, mas fraca do que a última vez em que a havi. Os médicos estavam prontos para tirar os aparelhos. Então eu disse :
_ Por favor! Esperem. Deem a ela mais uma chance. Ela pode acordar, melhorar.
Dr_ Me diga moça, quem estando nestas condições acordaria? ELA JÁ ESTÁ MORTA, NÃO ESTÁ VENDO? ELA RESPIRA ATRAVÉS DE APARELHOS. ELA NÃO APRESENTA NENHUMA, NEM SEQUER UMA MELHORA. ELA JÁ ESTÁ MORTA, SÓ ESTAMOS ALIVIANDO A DOR DELA.

Eu_ NÃOOOO! NÃO FAÇAM ISSO.

Três médicos me agarraram e me seguraram, tentavam me puxar pra fora do quarto. Eu me debatia muito. Não aceitaria isso, não mesmo. Eu estava de frente para o que Deus disse que me ajudaria. Deus não falha, nunca falhou, e não vai ser agora que isso vai acontecer.
Enquanto 3 médicos me segurava um médico ia desligando os aparelhos. A cada botão que ele apertava, a cada tomada que ele desligava era uma dor que se instalava dentro de mim. Eu, com todas as minha forças me joguei no chão e ali clamei a Deus :

_ SENHOR! DEUS! EU ESTOU AQUI PAI. O SENHOR ME PEDIU O MEU TUDO E EU TE DEI. ENTÃO SENHOR, ME HONRE, ME HONRE DEUS. É TUDO OU TUDO DEUS. OU O SENHOR ACORDA ELA OU ME MATA!!!!

Ali eu tive a resposta de Deus.
Ela puxou o ar com todas as forças. Naquele momento ela acordou. Ela viveu. SIM, DEUS HAVIA RESPONDIDO O MEU CLAMOR. DEUS ME HONROU ALI.
Ela abriu os olhos e sua aparência era de alguém saudável.
Os médicos ficaram paralisados sem entender nada do que estava acontecendo, eles olhavam pra ela e depois para mim e diziam :
_ Não é possível. Chamem o diretor desse hospital, chamem todos. Aconteceu um milagre!
Rapidamente aquele quarto se tornou pequeno. Vários médicos e enfermeiras, tentando compreender o que tinha acontecido.
Eu? Eu chorava e ria ao mesmo tempo. Eu estava tão, mais tão feliz. Deus não falha.
Cheguei perto da Ana e disse:
Eu_ Oi. Talvez você não lembre de mim mas eu sou aquela moça pela qual você ligou, dizendo que precisava de ajuda. Todos me disseram que não havia nada em que poderiam fazer para te ajudar. Ninguém quis te ajudar. Mas eu estava aqui. Talvez não fisicamente mas eu estava sempre aqui, em oração. Você está viva. Agora eu posso de perguntar.
Esse vazio dentro do seu peito tem jeito. Tem como preencher. Essa depressão que você tem, tem cura. Essas vozes que te perturbam, podem parar. Existe alguém que te ama mais do que todos juntos. Existe alguém que sofria junto com você. Existe alguém que te ama Ana e quer te salvar, quer te dar uma nova vida. Esse alguém é Jesus. Você quer conhecê-lo?

Ela abriu um sorriso, um verdadeiro sorriso. Como se as palavras em que ela ouviu, fossem e foi sua salvação.

Ana_ Sim, eu quero conhecê-lo.
Eu_ Feche seus olhos. Senhor, aqui está essa alma. Tome essa alma em Suas Santas mãos. Cuide dela. Ela agora é sua Deus.

A feição dela na mesma hora mudou, ela estava feliz, muito feliz e o principal, ela estava salva.

Muitos médicos examinaram ela. Não encontraram nenhuma fratura na bacia e nem nos órgãos. Suas pernas? Normais. Nenhum osso quebrado. Os médicos estavam tão surpresos que as 14h a deram alta.
Deus é maravilhoso.
A acompanhei e ela me levou até sua casa. Eu estava tão leve. Deus se mostrou para mim. Ele me honrou.