CAPÍTULO 6

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                        BRIAN

  Em toda minha vida foram raros momentos de dúvida, indecisão ou desespero. Por que sempre soube exatamente como controlar minhas emoções em certos momentos, mas ao ver meu filho desfalecido na minha frente foi impossível ser um homem que venho tentando ser... É impossível ter controle com meu menininho nesse estado, é impossível!

Sei que não sou o melhor pai do mundo, não demostro carinho com o luan e sei que não mereço o filho que tenho, mas o Luan é a única coisa que tenho em minha vida e não posso perde-lo como perdi sua mãe.... Não posso perder mas uma pessoa, não posso!

- ALGUEM FAÇA ALGUMA COISA! O MEU FILHO VAI MORRER... POR FAVOR ME AJUDEM... LUAN!- grito desesperado sem saber o que fazer.

Quando a tiana morreu uma parte grande de mim se foi junto com ela, mas no segundo em que coloquei os meus olhos sobre meu garotinho uma paz se instalou em meu coração e me senti vivo novamente... Agora se ele me deixar o que será de mim?

Médicos se aproximaram da gente empurrando uma maca e um médico pegou meu filho dos meus braços e foi deitando-o rapidamente, saindo correndo com ele, sem me dizer uma palavra se quer... Aonde ele está o levando? Necessito saber se ele vai ficar bem.

- Para onde ele está o levando? Ele vai ficar bem? Por favor me digam que ele vai ficar bem.... Ele vai ficar bem não vai? Pelo amor de Deus...- digo desesperado enquanto passo as mãos pelos meus cabelos a ponto de arranca-los.

Uma mulher se aproximou de mim com um sorriso sutil em seu rosto e leu algo de relance em sua prancheta.

- Seu filho acabou de entrar com os médicos senhor, eles irão examiná-lo e assim que chegar qualquer notícia na recepção venho aqui te avisar... No momento o senhor terá que aguardar por aqui na recepção.- a senhora me avisou de forma calma.

Como essa mulher quer que alguém tenha calma quando meu filho está na beira da morte? É impossível!

- É melhor você se sentar aqui e aguardar Brian... Vou pegar um pouco de água com açúcar para o senhor.- Jenny disse surgindo bem atrás de mim.

Em meio a situação horrível toda discussão que tivemos se tornou insignificante e toda nossa atenção se voltou para o Luan, por que agora ele é a única coisa que me importa .

- Não, não vai.... Fica aqui comigo por favor.- peço sentindo muito medo.

Jenny já estava de costas indo em direção ao corredor, mas ao ouvir meu pedido ela parou imediatamente virando sua cabeça em minha direção me fitando com uma certa confusão exposta em seu rosto.

- Você acha mesmo que sou um péssimo pai?- a questiono com meu olhar fixo em direção ao corredor em que os médicos levaram o Luan.

As palavras de jenny agora estao martelando na minha cabeça e o pior é que ela está certa... Nunca fui um bom pai para o luan, nunca lhe dei o carinho que ele precisava e sempre o tratei como se fosse um fardo na minha vida, mas não é... Ele é tudo de mais valioso que tenho!

- Não acho que esse é lugar ou momento certo para falar sobre esse assunto...- Jenny me respondeu já me dando a resposta necessária.

Ela só não quer falar por conta da situação que está acontecendo, ela me acha um péssimo pai e no fim de tudo, está mais que certa.... Eu sou um lixo como pai, sempre fui!

- Não precisa ter pena de mim, fala verdade.

- Não estou com pena de você, eu apenas sou uma pessoa empática e sei que esse não é o melhor momento pra falar sobre esse assunto... E você sabe muito bem que tipo de pai você é, não preciso falar nada.- Jenny me respondeu sendo direta e dura.

A ACOMPANHANTEOnde histórias criam vida. Descubra agora