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Por HR

Pedi para os vapores me avisarem quando a Melissa voltasse para a barreira, tava achando estranho esse papo dela de conhecer o Dado, mas ela só foi chegar no outro dia de manhã e foi reto para o trampo, então nem deu pra eu falar com ela

HR: tá com cobrança pra fazer?

Bruninho: acho que não

Theus: tem o do Maia — diz de cara fechada

Não sei que porra rolou, mas esse vacilão tá de mal humor desde ontem, eu hein

Bruninho: aé, fih, ele tá com uns meses atrasados

HR: e quando eu ia saber disso? — pergunto puto e ele dá de ombros — Porra, bora lá comigo, seus filho da puta

Me levanto e seguimos para a casa desse pia ai. Eu nem sabia que ele tava comprando, quem dirá devendo

Já chego na casa do cara arrombando a porta. Fodasse ele tá me devendo

HR: Maia! — grito — Bora, filha da puta

Ele aparece na sala só de bermuda e eu dou uma risada

O Bruninho e o Theus só encostam na parede, assistindo a cena

Maia: qual foi, chefe?

HR: meu dinheiro — estendo a mão e ele me olha confuso — Tu tá devendo, menor! Bora, cadê o dinheiro?

Maia: eu... eu não tenho — gagueja — Mas eu posso arrumar, no fim do mês eu pago

HR: ah você paga no fim de mês? — sorrio — Não vai ter fim do mês para você, meu amigo, ou você me dá esse dinheiro agora ou se morre

Maia: mas eu não tenho... você não pode me matar — balbucia

Eu nem tava afim de matar esse desgraçado, mas esse frase final me fez sacar a arma e dar um tiro na sua mão só pra ele entender quem manda aqui

Ele se joga no chão, começando a chorar e eu escuto a risada do Bruninho atras de mim, esse porra é doido

HR: vou repetir só mais uma vez — me abaixo na sua frente. Passo a arma ainda quente em seu queixo, vendo a pele queimar — Você vai ou não me pagar? — ele só fecha os olhos com força — Se fudeu — digo por fim e dou um tiro em sua testa

Theus: se sabe que esse cara era o patrão da Melissa, né? — pergunta e eu me viro pasmo pra ele, o Bruninho faz o mesmo

Bruninho: puta que pariu!

Por Melissa

Voltar a Rocinha foi a pior e a melhor coisa que fiz esse ano. Pior porque tive que relembrar a minha história fudida e tocar naquele assunto, e melhor porque no fim das contas foi muito gostoso rever aquela galera. A mãe do Dado, Tia Sam, não me deixou voltar pra casa porque estava muito tarde então dormi lá e vim direto para o trampo

No geral estava tranquilo, mas só tava estranhando a demora do Sô Maia, ele costuma sempre já estar na tenda quando chego ou pelo menos me avisa que vai atrasar, mas por enquanto nada. Ainda bem que tinha a chave do lugar

Terminei de arrumar as mesas e sentei em uma, aproveitando para mexer nas redes sociais enquanto nenhum cliente aparecia

Depois de um tempinho sou tirada dos meus pensamentos por alguém me cutucando

Vapor: cadê os neguim daqui? — aponta para a vendinha

Melissa: Tem só eu — me levanto — Por quê? — franzo o cenho e o outro vapor solta uma risada — Qual foi, menino?

Feitos De PedraOnde histórias criam vida. Descubra agora