Por HR
O povo cala a boca quando eu pego o microfone e a música também para. Todo mundo do baile me olha
HR: aí, foi mal atrapalhar vocês mas é que eu queria mandar uma ideia aqui rapidinho — sorrio e faço sinal chamando a Mel, que franze o cenho e me olha confusa — Vem cá, quero fazer um bagulho — chamo de novo
Ela continua me olhando sem entender, com aquela cara de "é comigo que você tá falando?", ai Gatha dá um empurrãozinho nela e ela parece cair a ficha, vindo até a beira do palco, onde estico a mão para ajudar ela a subir
Mel: que porra é essa? — pergunta baixo sem entender e com uma cara confusa fofa demais
Mulher gata gostosa do caralho
Eu só dou risada e passo o braço na cintura dela, puxando para perto com um movimento rápido e ela quase tropeça, me olhando brava agora
HR: então, galera, essa coisa linda aqui se chama Melissa e a maioria de vocês deve saber que a gente tá junto, mas eu não oficializei ainda né
Mel: Henrique... — diz meio pasma mas eu só sorrio para ela e continuo falando
HR: e eu não vou ficar enrolando antes que perca ela de novo né — pisco para ela
Ela segura meu braço com força me olhando tipo "eu vou matar você" mas me desvencilho dela, dando um passo para trás e enfiando a mão no bolso do short.
Me ajoelho na frente da Mel e tiro a caixinha com a aliança do bolso
HR: então, Mel... aceita ser minha mulher?
Por Mel
Sinto o chão sumir sob meus pés
Eu quero vomitar
Sinto minha cabeça doer pra caralho, minha visão ficar turva e tenho certeza que estou a ponto de desmaiar
Mas respiro fundo uma, duas, três vezes
O Henrique continua ajoelhado na minha frente, me olhando sorrindo nervoso e provavelmente surtando por causa da demora para eu responder
HR: Mel? — ele franze o cenho e eu suspiro fundo
Assinto devagar com a cabeça e passo a mão no rosto — só agora percebo que estou chorando
Mel: sim — murmuro — Sim, claro que sim
Ele sorri aliviado e levanta, me abraçando forte e tenho certeza que teria caído se não fosse os braços dele entorno de mim
A música volta, deixando as pessoas ao nosso redor alheias à eu quase tendo um infarto no canto do palco
Mel: você quer me matar do coração?! — resmungo tirando o rosto do pescoço dele
O Henrique nem liga, continua sorrindo que nem um idiota e só para quando beija minha boca. Ele se afasta para colocar a aliança no meu dedo e eu faço o mesmo com ele, ainda querendo vomitar
Ele desce do palco e me ajuda a fazer o mesmo, segurando minha mão e me puxando logo atrás dele. A maioria das pessoas abriram espaço, inclusive a Amanda, que parece ao ponto de me dar um tiro, mas uns caras — que não são do morro por sinal — pararam o Henrique para desejar felicidades e não sei do que. Me segurei para não revirar os olhos
Xxx: a propósito, bem gata — ele aponta para mim com o queixo — Deve chamar bastante atenção, né
O Henrique ergue as sobrancelhas para o pia e eu já sei que vai dar merda
HR: sim, ela é bem gata, e daí? —
Mel: e daí nada — interrompo o cara antes que ele fale algo — Tem mais nada para fazer não? Me poupe, sério! — resmungo com o cara e saio puxando o Henrique pelo braço
HR: já falei que ver você brava me dá um puta tesão? — fala no meu ouvido e eu solto uma risada, ignorando ele e correndo para a Safira que está quase sustando
Safira: por que não me contou?! — grita com o irmão pasma e eu solto risada
Olho para a aliança no meu dedo na hora que o Henrique passa o braço pelo meu ombro e beija meu rosto. Seguro o dele, ficando na ponta dos pés para beija-lo. As minas gritam e eu sinto vontade de sumir de vergonha mas o bastardo do meu homem nem liga, só me puxa mais para perto mesmo que seja impossível quase.
HR: amo você — diz no meu ouvido e eu sorrio
Mel: também te amo, seu idiota
🖤
O enjoo não passou, e eu agora to vomitando tudo que eu comi na últimas horas — não que tenha sido muito
HR: porra, Mel — resmunga me ajudando a me levantar para a lavar a boca
Ele dá descarga e eu me apoio na pia, tentando raciocinar
HR: melhor ir para o postinho — ele passa o braço envolta da minha cintura e eu caminho para a cama
Mel: não precisa, isso deve ser da bebida
Me deito na cama enquanto o Henrique fica parado de braço cruzado me olhando
HR: mas tu mal bebeu, só deu uns goles do meu copo, amor. Não era para dar isso tudo não
Mel: aí Henrique, só me deixa quieta tá? — resmungo enfiando a cara no travesseiro
Escuto ele deitar na cama e sei que deve estar me encarando mas não faço nada — ao menos não até o enjoo vir e eu correr para o banheiro
HR: vamos logo para o postinho — ele resmunga segurando meu cabelo — Para de pirraça, tu tá vomitando pela terceira vez
HR: Henrique — praticamente gemo quando me levanto mas ele continua me olhando irredutível — Olha, se eu vomitar de novo a gente vai lá, tá? Mas agora eu só quero dormir
Eu sabia que ele tava com fogo hoje, ainda mais pelo pedido. Mas ele mudou completamente no segundo que eu falei que tava com enjoo. As vezes eu até me estranho com o cuidado dele comigo, me acostumei tanto tempo com o pior, que algo simples já parece extraordinário para mim. Inclusive a forma que o Henrique me trata
HR: tá bom — resmunga derrotado e vai para o quarto
Escovo meus dentes de novo, pela quarta vez na noite, e vou trocar de roupa. Ainda estava com a blusa e short que tinha ido para o baile — sim, short, depois de muita insistência do Henrique para que eu deixasse de só usar calça ou vestido comprido, eu acabei cedendo e colocando o bendito short.
Deito na cama com a cabeça no peito do Henrique, que fica fazendo carinho no meu cabelo até eu acabar adormecendo.
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Feitos De Pedra
Non-Fiction+18|| Ela carrega aquele brilho no olhar, mostra uma certa malandragem pra falar Ela é o sonho de todo homem do mundo, vagabundo para tudo pra olhar ela passar Eu mesmo já vi, ela parando o trânsito completamente Ela é o samba, ela é o Rap, ela é a...