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Por HR

Acordo já morrendo de calor por causa de estar... abraçado com a Mel? Puta que me pariu! A porra do meu braço ainda tá dormente porque ela tá deitada em cima dele. Sinceramente, conchinha só é bom para as mulheres porque além de você ficar de pau duro — já que a mina tá com a bunda roçando no teu pau —, o braço ainda fica doendo depois. Mas é gostosinho demais dormir assim

Papo reto mesmo, eu fiquei muito confuso com os bagulho que rolou ontem, as vezes eu não entendo essa mina.

Me levanto da cama com cuidado para não acordar a Mel e sigo para o banheiro. Minha cabeça tá para explodir, não sei nem como to lembrando da noite passada

Tomo um banho gelado e remédio para dor de cabeça antes de seguir para o quarto de novo

Mel: bom dia — diz com a voz rouca, e enrolada nas cobertas, me fazendo sorrir

HR: bom dia, princesa — me aproximo e beijo sua bochecha antes de cair deitado ao seu lado — Dormiu bem?

Mel: aham, e você? — ela abre um sorrisinho

HR: também. Acho que minha cabeça vai explodir

Mel: você bebeu demais — fala indiferente

HR: é

O clima fica pesado, estranho. Eu não entendi até agora o que ela me disse ontem sobre me afastar por causa do bagulho que rolou com o Falcão. Na minha cabeça não tem nada a ver. O que acontece com uma pessoa não tem a ver com outra

Mel: a Alessandra deu sinal de vida? — ela abraça mais a coberta e eu nego com a cabeça

HR: a gente tem que esperar, não dá para avançar. Eu diria que ela está no Vidigal mas como mataram o Falcão, ninguém lá vai confiar nela — dou de ombros e ela só assente

Ela abaixa o olhar, perdida nos pensamentos de novo. É incrível como ela fica gata com a cara e o cabelo amassados de quem acabou de acordar. Como caralhos ela consegue? Apesar da gente ter dormido junto, não rolou nada para valer. Eu quis beijar ela várias vezes na noite passada e também quero agora mas ao mesmo tempo não quero avançar rápido demais

Mel: acho que vou voltar para a Rocinha — diz por fim

Franzo o cenho

HR: que? Por que? — pergunto confuso e ela dá de ombros

Mel: minha vida é lá — diz somente

No moral, eu quero ela aqui, lógico que quero, mas não dá para prender a mina

HR: se você quiser eu te levo lá — falo depois de um tempinho e ela se senta na cama me olhando confusa

Mel: não vai falar nada?

HR: hã?!

Mel: você não vai falar nada? — repete com o semblante bravo

HR: qual foi? Não to te entendendo

Então ela se levanta e sai do quarto.

HR: Mel — chamo mas ela não me responde — Fala comigo pô, o que aconteceu? — nada de novo

Passei no quarto dela mas pela porta do banheiro fechada e o som o chuveiro ligado supus que estivesse tomando banho. Aproveitei para tomar café da manha.

Um tempinho depois a Mel aparece na cozinha arrumada e diz:

Mel: vamos? — franzo o cenho

HR: para onde?

Mel: Rocinha — diz óbvio — Você disse que iria me deixar lá

HR: mas tu já vai? Achei que fosse mais tarde — ela cruza os braços e solta uma risada

Mel: você não faz questão de que eu fique

Me levanto da cadeira e vou até ela, colocando a mão em seu rosto

HR: Ta com febre? — finjo medir sua temperatura e ela faz careta — Delirando?

Mel: não — sorri debochado

HR: TPM então?

Eu me arrependo do que disse logo que a frase sai da minha boca porque ela me dá um soco no estômago

HR: caralho, Melissa! Vai se fuder!

Mel: isso é para você parar de ser um babaca comigo!

HR: quando eu fui um babaca por acaso? — falo ainda inclinado com a mão no abdômen, minha voz soa esganiçada

Mel: você tava cheio de papinho para o meu lado ontem a noite e hoje quando disse eu que ia embora você nem ligou!

Sem me conter, reviro os olhos

Eu dou meu cu se essa mina não estiver de TPM

HR: ô coisinha dramática, deixa eu te explicar uma coisa — seguro seu rosto com as duas mãos enquanto ela ainda me olha brava — Qual o sentido de eu tentar te manter aqui se eu sei que uma hora ou outra você vai voltar para lá? — ela não responde mas não parece mais brava — Não adianta eu tentar te prender a mim, entende? Lógico que te quero aqui, mas sua vida é lá, não é? — ela assente devagar

Ela me encara por mais um tempinho e meu olhar desce para sua boca sem nem que eu perceba

Mel: desculpa ter te batido — diz com carinha arrependida

HR: tudo bem, — beijo sua bochecha, apesar de querer beijar outro lugar, e ignoro o tom vermelho do seu rosto quando volto a falar — mas você realmente já quer ir para a Rocinha? — ela assente — Ok, bora lá

Pego as chaves do carro e apesar de insistir para que ela tome café, ela só nega e segue para garagem. Ok

A Mel passa o caminho todo calada e eu decido não puxar assunto. Ela fica com a cabeça encostada no vidro olhando para o lado de fora e só muda de posição quando chegamos na barreira da Rocinha

Mel: muito obrigada — ela fala e abre a porta do carro, mas depois de vira para mim com uma cara de dúvida

HR: qual foi? — pergunto depois de um tempinho mas ela nega com a cabeça — Mel?

Mel: não é nada — assinto devagar meio desconfiado

Ela segura meu rosto para me dar um beijo a bochecha mas para quando seu rosto está próximo ao meu e fica me olhando. Ergo a sobrancelha antes de dizer:

HR: o que... — mas sou interrompido por ela me dando um beijo na boca

Antes que eu possa processar o que acabou de acontecer ela sai do carro e diz só um "tchau" antes de ir embora

Fico parado olhando ela atravessar a barreira meio em choque

A Mel me beijou ou eu to sonhando?

Caralho o que essa mina fez comigo? To brisado só por causa de um beijo. Ah fodasse

Feitos De PedraOnde histórias criam vida. Descubra agora