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Semanas depois...

Por Mel

Ajudo a Deborah a subir na cama e ela se senta ao meu lado, ainda brincando com sua boneca

Safira: a Jess e a Gatha já têm certeza que estão grávidas, agora só falta você admitir — diz da frente do espelho

Pois é, as duas contaram a notícia semana passada

Deborah: você tá grávida, tia? — pergunta sorrindo e falando tudo errado, dou risada

Mel: Eu não to grávida, bebê, sua mãe que tá inventando coisa

Safira: "inventando coisa"— ela debocha e revira os olhos — Tu continua com enjoo e vomitando e não sei do que, sabe o que acho que é? Você fez um bloqueio mental tão grande para a probabilidade de você estar grávida que agora você não quer acreditar

Mel: vocês tem que parar de insistir nessa merda. Eu não vou ser mãe, pronto, Cabou! OnHenrique ja ta ficando puto comigo e a culpa é de vocês

Safira: "nossa"?! — se vira pra mim e coloca as mãos na cintura — Sério que você falou isso? A culpa é exclusivamente sua, já que se nega a fazer o maldito teste mesmo tendo todos os sinais possíveis.

Reviro os olhos e encaro a Deborah

Mel: sua mamãe me irrita — ela franze o cenho

Deborah: a mamãe não me irrita, ela me faz rir

Dou risada e beijo a bochecha da pequena

Safira: quer saber? — volto a olhar para ela — Já que você tem tanta certeza de que não tá grávida, por que tá com medo de fazer o teste?

A pergunta me atinge em cheio, e eu só encaro a Safi, sem resposta nenhuma

Ok, talvez a Safira estivesse mesmo certa sobre meu bloqueio mental mas isso não quer dizer que eu esteja grávida, não é? Eu sentiria se estivesse, senti da primeira vez

Safira: hein?

Mel: ta Eu faço o teste, ok? Só me deixa em paz! — falo exasperada e ela sorri satisfeita por ter me vencido

🖤

Suspiro fundo antes de começar a falar

Mel: Eu... — desvio o olhar e foco em passar o creme no cabelo — eu tava conversando com a Safi hoje mais cedo e... talvez eu pudesse... sei la, fazer um teste de gravidez, sabe?

Continuo encarando o espelho, sem coragem de olhar nos olhos do Henrique

HR: como é?! — pergunta incrédulo

Eu suspiro fundo e repito

Mel: eu poderia fazer um teste de gravidez talvez, só para ter certeza que eu não to

Ele fica em silêncio e acabo erguendo o olhar para ele, encontrando sua boca lutando contra um sorriso — sem sucesso

HR: valeu — ele vem até mim e segura meu rosto para me dar um selinho

Mel: Eu sei que isso é importante para você, desculpa a demora e a insistência para não fazer

HR: relaxa, paixão, tá de boa, mas que bom que você decidiu fazer

Mel: tá, mas... eu sei que não vai dar positivo mas hipoteticamente falando, se isso acontecesse, como ia ser? — pergunto cuidadosamente

HR: a escolha é sua, não vou te obrigar a nada que não queira — dá de ombros

E ali estava, aquelas palavras, aquelas malditas palavras que nunca ouvi antes. Aquela coisa tão básica que para mim era tão monumental

Meus olhos enchem de lágrima e o Henrique faz careta

HR: po, não faz isso, tu sabe que não sei agir com mulher chorando

Dou risada, me lembrando de quando ele me disse isso pela primeira vez. Eu tava estressada pela noite anterior na Rocinha, ele tinha acabado de matar meu chefe e eu tava sem emprego. Faltei pouco descer a mão na cara dele.

Foi naquele dia que a gente se beijou pela primeira vez. Foi ali que eu me fudi.

Mel: desculpa — rio fraco e ele seca as lágrimas do meu rosto antes de me beijar de novo — Obrigada, amor, sério mesmo

HR: vou te mandar a real, tá? — assinto com a cabeça — Eu to ligado que você não quer engravidar, que tá com medo e etc, mas você não tá mais sozinha, beleza? Eu to aqui para você, e vai ser sempre assim, entende? Independente do resultado, a gente vai enfrentar junto

Mel: desculpa por te afastar aqueles 4 dias

HR: desculpa por gritar contigo também — dou de ombros — Tu já comprou o teste? — assinto — Quer fazer agora?

Mel: pode ser... — mordo a boca

O Henrique me beija e sai do banheiro, me esperando na cama. Faço o teste e o deixo na pia. Deito do lado do Henrique, sem muita coragem para esperar o resultado. Ele me abraça e fica comigo esperando o tempo passar.

Mel: acho que já deu — digo um tempinho depois, olho para ele que me solta e levanta da cama

Fico de barriga para baixo e escondo o rosto do travesseiro. Segundos depois, escuto o Henrique sentar na cama ao meu lado e colocar a mão na base da minha coluna.

HR: amor... — diz baixinho

Giro na cama, olhando uma vez para o rosto sério dele antes de pegar o teste da sua mão e encarar o resultado...

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