O Importante é ser você

Capítulo 7: Incertezas

"Ando por ai querendo te encontrar, em cada esquina paro em cada olhar, deixo a tristeza e trago a esperança em seu lugar..." amanhecendo ao som desse hino da Cássia Eller, que música incrível e que me ajuda nessa bad que estou enfrentando, o Lucas ontem me beijou e confessou seus sentimentos e eu o dispensei, eu sou maluco, não tenho outra explicação pra definir minha atitude ontem com ele.

- Pedro são 6h levanta vai tomar banho pra ir pro colégio – minha mãe abre a porta falando isso e me tirando de minha paz, me levanto e sigo até o banheiro, durante o banho fico pensando no que fazer... no que falar com o Lucas, como reagir quando o vir, devo ir em frente com tudo isso?? Minha mente está uma loucura, mano, eu amo pés, como ele iria reagir a isso??? Depois do banho, me arrumei, tomei café e sai, dei tchau pra minha mãe e pra minha irmãzinha.

Será que irei pegar o mesmo ônibus que o kayque? Me peguei pensando nisso enquanto andava pelo corredor, como seria esse encontro? Mano, que confusão, se ele souber do Lucas será que ficaria irritado? Estava andando tão distraído que acabei me esbarrando em alguém, olho em direção a pessoa pra me desculpar e fico uns segundos meio lerdo olhando pra ele que apenas sorri e pede desculpas.

- O q-quê? Não, sou eu que devo me desculpar, estava distraído

- Mas eu estou no meio do caminho rsrs poderia esperar o elevador mais perto da porta, você ia pra lé, certo?

- Não, eu vim esperar o elevador também, me esbarrar em você foi bom pra me fazer parar – nossa, que idiota que eu sou

- Legal então, sou o Jorge

- Me chamo Pedro, é novo no Prédio?

- Sou sim, me mudei com meus pais recentemente

- Ah sim, nossa, bem vindo então

O elevador chega e entramos, ele é lindo, negro, olhos inocentes, charmosos e um sorriso fofo, mas que diabos, estou numa encruzilhada com dois caras e tô fanficando com outro já, chegamos no térreo, me despeço dele e seguimos caminhos opostos, fui pro meu ponto e, felizmente, o ônibus não demorou, entrei e o vi, sentado no fundo, gelei, Kayque estava no ônibus, eu não sabia pra onde olhar... as pessoas atrás de mim já me olhando com cara feia, tratei de passar meu cartão logo antes que me batessem ali, passei a catraca e fui sentar ao lado dele, éramos amigos, pra que esse medo?

- E ai Yque, tudo bem?

Ele claramente tomou um susto, não tinha me visto entrando no ônibus

- Nossa, e ai Pedro... Não tinha lhe visto

-É, notei rs

- Pois...

Ele tá estranho, na verdade eu que tô estranho, tô falando com ele como se ele não tivesse ficado o final de semana inteiro sem falar comigo e ontem ter falado malmente três palavras...

-Aconteceu algo?

-Não, tranquilo, e você, novidades?

-Não, nada de novo nesses dia – Respondi isso com um pouco de peso, teve o cara de Madre, teve Lucas despirocando e querendo me pirocar... enfim

- Nenhuma novidade, né? É, sei...

Olhei pra ele meio confuso, ele parecia irritado e chateado, eu não tava conseguindo parar de me sentir culpado, mas pelo quê?? Ele que sumiu...

- E a Jéssica? É Jéssica o nome dela né? Tudo bem com vocês? - Ele me olhou com um certo espanto, acho que não esperava que eu perguntasse dela

- Tudo bem com ela sim... com a gente...

- Vocês estão namorando?

- Não. - Ele foi direto na resposta, curioso, passamos o resto da viagem num silêncio triste, pelo menos pra mim e eu não sabia como reverter isso. Na escola nos separamos, ele disse que iria até a sala da Jéssica, eu fui pra nossa sala, como sempre Andrea e Yuri já estavam lá.