Capítulo 3: Brincadeiras São a Alma do Negócio

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Ainda estamos na terceira semana de maio, é sexta-feira, dia 17, ou mais conhecido como meu aniversário... Hoje completo 18 anos, costumo amar meus aniversários, normalmente acontece algo de legal, divertido, mas isso era em minha antiga vida. Deixe-me contar-lhes um pouco sobre onde eu morei, a cidade onde eu morava se chama Madre de Deus, uma cidade pequena, não muito longe de Salvador, linda, com uma orla linda bem perto de todos os pontos da cidade, costumava ir lá com meus amigos, comprávamos algo e ficávamos por ali sentados observando o mar.

Renato era meu melhor amigo de infância, negro, corpo normal, usava óculos, cabelo raspado, sempre com calça jeans, não sei o que ele tinha contra bermudas, ainda mais morando numa cidade quente e perto, literalmente, perto do mar, lembro que ele sempre era o primeiro a me mandar mensagem, em todos os locais possíveis, no "whats", no facebook, ligando... lembro disso como se fizesse anos mas até ano passado eu estava vivenciando tudo isso ainda, hoje não foi diferente e assim ele o fez, até me ligou, foi bom escutar a voz dele novamente.

Salvador e Madre de Deus não são muito distantes, é uma viagem rápida, decidi que iria lá vê-los amanhã, sábado, seria bom, levantei da cama e minha mãe me recepciona com um abraço apertado

- Feliz aniversário meu filho, que Deus ilumine seus caminhos e continue sendo esse ser de luz que eu sei que você é. - Ela me disse com um largo sorriso no rosto

- Parabéns pêpê - Minha irmã Larissa, 3 aninhos de pura fofura, nem sabia o que era aniversário direito, carreguei e enchi ela de beijo

Comentei com minha mãe que gostaria de ir até Madre de Deus no sábado pra visitar meus amigos, ela me disse que já queria ir lá no domingo, visitar a família e que eles queriam me ver no aniversário, bem, aceitei, melhor ir de carro que de ônibus e iria vê-los de qualquer jeito mesmo, enquanto isso outras mensagens iam chegando me parabenizando, da Fernanda e da Maíra, minhas amigas de Madre também, até então nenhum sinal de Yuri ou Andrea e nem dos outros caras, Lucas, Vinicius ou Kayque... mas eles também não sabiam, eu nunca contei a data do meu aniversário, mas ainda assim facebook existe, botei o celular na cama e fui tomar banho, sai e me arrumei pro colégio e fui tomar café, minha mãe iria sair mais tarde pro trabalho e me perguntou se eu queria carona, eu disse que sim, obviamente.

O interfone do prédio toca, minha mãe vai atender, volta dizendo que era Kayque, achou estranho ele estar lá tão cedo, era 7 e pouca da manhã, achei estranho também, ele normalmente avisa antes de ir lá, naquele dia não enviou mensagem achei que ou não iria pra aula ou já tinha ido sem mim mesmo, escutamos a campanhia, fui atender a porta e lá estava ele com um balão de feliz aniversário para mim, eu fiquei surpreso, realmente surpreso.

- Feliz aniversário, Pê - Ele me disse sorridente

- Nossa, obrigado, eu tô sem palavras, madrugou só pra isso?

- Na verdade, eu vi no face que seu aniversário era hoje, lá perto tem dessas lojinhas e vi esse balão resolvi comprar, você nem contou que hoje era seu aniversário - Fiquei meio envergonhado, era pra eu ter comentado com ele, com eles, quero dizer...

- Tinha esquecido de falar, realmente, me desculpe - falei completamente sem jeito - vamos entre.

Ele entrou dando bom dia e pedindo desculpas pelo horário, minha mãe reparou no balão em minha mão, fez uma cara de surpresa mas sem muito alarde, respondeu ao bom dia de Kayque e perguntou se ele queria tomar café, ele disse que não.

- Vou dar uma carona pro Pedro até o colégio, gostaria de ir com a gente Kayque? - Ela pergunta com um sorriso sincero em seu rosto, minha mãe era ótima, Ana, parda, cabelos longos e lisos, trabalhava como secretária numa clínica médica na pituba, forte e guerreira, a admiro muito, ela não sabe de mim, mas algo me diz que se soubesse não mudaria nada, acho que ela até já percebeu o jeito que eu olho pro Kayque, não é a primeira vez que ele vem aqui, moramos perto, somos amigos, então vez ou outra ele tá por aqui e eu também já fui na casa dele, mas não gosto muito de lá, conto outro dia sobre a casa dele.

O Importante é ser vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora