Capítulo 39: Convite

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Ao chegarem em casa, Lucas se dirigiu ao seu quarto e bateu a porta, enquanto sua mãe caminhava até a cozinha, abria a geladeira e pegava uma garrafa d'água. Ao sentar-se, chorou um pouco, mas não de tristeza e sim de confusão. Clara simplesmente sentia que havia perdido algo precioso e isso seria a sua conexão com seu filho.

Ela pensava se deveria ir ao quarto de Lucas e tentar conversar de forma mais calma, mas pensava que isso só poderia piorar as coisas pois ela, genuinamente, simplesmente não sabia o que falar ou como agir. Clara sempre achou ser uma mulher moderna, com cabeça aberta e pronta para conversar sobre absolutamente tudo, todavia, sua mente para frente tinha um limite: seu menino.

Em seu quarto, Lucas estava deitado na cama, olhando para o teto e pensando sobre tudo que havia ocorrida naquele espaço de tempo. Sentia uma vontade de chorar, mas estava se reprimindo. Ele acredita que aquela conversa foi uma falha de comunicação e que as coisas podem se resolver. Ao pegar seu celular viu que Peu havia lhe respondido.

- Que bom que chegou bem, . Cheguei do almoço desastroso com minha mãe agora. - Ele digita com a utilização de alguns emoticons de carinha triste.

Alguns poucos minutos depois, e Pedro responde:

- Nossa, Lucas, o que houve? Você contou a ela da gente? A reação não foi das boas, não é? - A pergunta também veio com um emoticon de chateação.

Antes que Lucas respondesse, alguém bateu em sua porta. Seu coração acelerou um pouco, achou que fosse sua mãe. Era o Danilo.

- E aí, cara? Sua mãe me deixou entrar. - Ele chegou meio sem jeito, percebendo um clima meio estranho. Lucas o cumprimentou com um toque de mão.

- De boa, senta aí... - Ele disse, enquanto se ajeitava.

- Cara, tá tudo bem? Tá um clima meio estranho, eu deveria ter mandado mensagem antes de aparecer do nada. - Dan refletiu.

- É que eu tive um desentendimento com minha mãe, mas liga não. Tá afim de jogar um play?

Ainda desconsertado com a situação, Danilo aceita.

Em sua casa, Kayque estava deitado em sua cama. Havia tarefa de casa para ser feita, mas isso era a última coisa em que ele estava pensando. O mesmo pode-se dizer dos demais envolvidos nesta situação.

Seu pai estava dormindo e seu irmão assistia TV na sala, o rapaz resolveu fazer-lhe companhia.

- Hey, assistindo o quê? - Kayque pergunta.

- Um filme antigo, mas é engraçado. - Mauro responde sem desviar o olhar da TV.

- Isso dá pra notar, eu quis saber o nome do filme! - A fala veio acompanhada de uma almofadada no rosto de seu irmão, que foi pego desprevenido.

- Moleque, para de chatice! - Mauro responde revidando o ataque da almofada.

Ambos riem, mas depois fizerem silêncio ao ouvirem um rangido vindo da cama do quarto do pai deles.

- Que bom que saiu do quarto um pouco, a vida não é apenas sofrer pelo Peuzinho... - Mauro diz em um leve tom de deboche.

- Como se você não ficasse todo choroso com as meninas que você já ficou. - Kayque responde, enquanto assistia ao filme e tentava se lembrar se o já tinha visto antes. - Escuta, você realmente acredita naquela conversa do pai? - O caçula pergunta com uma expressão desconfiada.

- Uma parte de mim, sim... Eu quero acreditar, ainda mais por você. - O mais velho fala de um jeito despreocupado.

Kayque reflete na fala de seu irmão, mas ele simplesmente não confia nas palavras ditas por seu velho mais cedo. Simplesmente não combinava com quem ele é. Neste momento, o celular vibra e era do Peu.

O Importante é ser vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora