Capítulo 5: Impulso

265 10 46
                                    

Domingo, 22h, foi a hora que chegamos em casa, cheguei morto, minha mãe foi dar banho em Larissa e eu fui tirar a roupa, fiquei esperando elas saírem do banho para eu poder ir tomar o meu e enquanto isso fiquei mexendo no celular. Normalmente entre março e maio costuma chover um pouco nesta cidade, e nesse final de noite para minha alegria começou a chover, joguei o celular de lado e fiquei deitado só escutando as gotas batendo na janela, isso me acalma, me deixa tão bem, por uns minutos eu me conecto com a chuva.

A porta do meu quarto se abre, minha mãe veio me avisar que o banheiro estava livre, me levanto e sigo até o banheiro, entro no box, ligo o chuveiro e enquanto sinto as gotas de água batendo em meu corpo escuto as gotas de chuva na janelinha do banheiro, sinto um pequeno calafrio. Isso é tão bom e reconfortante, as lembranças do dia vem em minha mente, aquele doce momento com meus amigos e, especialmente, o momento mais do que especial com Breno, gostaria de ter pego o contato dele, mas acho que é melhor assim, mas é difícil não lembrar da barba dele roçando em mim, fiquei de pau duro. Involuntariamente minha mão desce e começo um movimento de vai e vem, o cheiro dele ainda estava bem vivo em mim, seu corpo, sua boca, sua rola, seus pés... jorro e tudo desce pelo ralo. Ótimo jeito de terminar o dia, termino meu banho, dou boa noite pra minha mãe, entro no meu quarto e simplesmente me jogo na cama, durmo em questão de segundos.

Manhã de segunda, o cheirinho de chuva permanecia no ar, choveu durante a madrugada, algo que me diz que os próximos dias seriam assim meio chuvosos... levantei, fui ao banheiro tomar meu banho pra poder me aprontar pro colégio. No meu quarto após a deliciosa ducha eu olhei o celular na esperança de Kayque ter me enviado alguma mensagem, para ver se iríamos juntos hoje ou não, mas nenhuma mensagem, ele nem sequer visualizou a que eu tinha enviado antes, pelo menos apareceram os dois tracinhos, ou seja, ele recebeu, meio triste me arrumei, peguei minha mochila e sai, peguei o ônibus na esperança dele estar dentro mas nem sinal, segui meu caminho.

Meu fone de ouvido me acompanhou durante o percurso, não precisava de uma companhia melhor que essa nesse momento, só os hinos tocando, de Foo Fighters até CPM 22 passando por aquela rua pop com Lady Gaga, Beyoncé entre outros, fiquei pensando na conversa com o pessoal ontem, sobre Kayque e Lucas serem afim de mim, não consigo acreditar nisso, mas é realmente estranho Lucas querer que eu o beijasse e o ciúmes repentino do Kayque.

Celular toca, odeio isso, odeio ligações ainda mais quando estou escutando música, mas tudo bem era a Andrea:

- Alô

- E ai Pê, já tá vindo pra aula? - Me pergunta ela com uma curiosidade na voz

- Tô indo sim, tô no ônibus, já tô no Campo Grande, por quê?

- Menino eu já estou aqui e você não vai acreditar no que eu estou vendo

- O que você está vendo? Me conte logo! – já falo impacientemente

- O Kayque de mãos dadas com uma menina aqui, gente, eu nem sabia que ele estava saindo com alguém, você sabia?? - Ela me perguntou mas depois do que eu ouvi não tive reação, fiquei mudo, meu humor foi lá pra baixo.

- Pedro? Está ai ainda? - Ela insiste

- Oi, , olha eu vou desligar aqui, preciso fazer algo no celular – falei e desliguei logo em seguida sem esperar ela responder.

É, realmente, eles estavam enganados, é claro que o Kayque não estava afim de mim, ele deve ter ficado chateado por outro motivo, dizia isso pra mim mesmo pra tentar me confortar. O ônibus estava chegando próximo do ponto, um frio tomou conta de minha barriga e não queria levantar, mas não poderia ficar no ônibus para sempre. Levantei e pedi o ponto.

O Importante é ser vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora