Capítulo 9: Atitude - parte 1

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6 da manhã, acordei com meu pé ainda dolorido por conta da torção, felizmente não foi algo grave, consigo andar, com um pouco de dificuldade, mas consigo... Não vou à escola hoje, não tem condições, mandei uma mensagem pros caras avisando e voltei a deitar.

Toc toc.

- Quem é? - perguntei da cama mesmo, foda-se.

Mauro entrou no quarto, me olhou deitado com uma expressão meio curiosa e preocupada.

- Qual foi? Não vai pro colégio hoje? Tá doente?

- Torci o pé ontem no treino de futebol, não é nada grave, mas tá muito dolorido, não acho bom ir hoje não...

- Muito dolorido? Não quer que eu te leve no médico?

- Não precisa.

- Tem certeza?

- Tenho.

- Sei... se eu chegar da facul e você ainda estiver reclamando de dor vou te arrastar com lençol e tudo, esteja avisado.

HAHAHA idiota.

- Certo hehe

- O pai sabe disso? Como que eu não te vi com dor ontem?

- Ele me viu mancando e perguntou, eu respondi e morreu ai, você não viu porque chegou tarde.

- Ah foi, nossa... é, então logo que ele não se dispôs a te levar, eu me disponho, vai mesmo querer ficar por aqui??

- Vou, ele vai pro trabalho de tarde não é? Eu aguento até lá.

- Você que sabe, eu tô indo mano, se cuida, e já sabe, quando eu chegar em casa mais tarde, se eu lhe ver ainda com essa dor, vou te arrastar, tchau.

Certo, agora era só eu e meu pai em casa, pra minha sorte ele ainda estava dormindo, resolvi levantar e pegar algo para tomar café, o celular vibrou, achei que eram os caras falando algo, era a Jéssica, ela disse que viria aqui em casa, ela viu meu treino ontem e viu na hora que torci o pé, foi legal da parte dela me ajudar a chegar em casa... ela é legal, não é essa garota fútil que todos pensam... nessas semanas convivendo com ela nesse... namoro... eu pude notar isso melhor, fico até meio mal de não sentir por ela o mesmo que eu acho que ela sente por mim.

Em minha busca por algo para comer achei um cereal de leite condensado, Moça Flakes, o preferido do Pedro... ele ama esse cereal, teve um dia que fomos no mercadinho aqui da rua e ele comprou um saquinho, uma versão mini, e comemos aqui em casa, o negócio é realmente bom, comecei a comprar depois disso, saudades dele, de verdade, tudo isso dele com o Lucas ainda me deixa mal, mas eu queria ele por perto mesmo que fosse como um amigo, apenas.

Celular vibrando novamente.

- Oi, tudo bem? - Não é possível, acabei de pensar nele e o mesmo me manda uma mensagem, Pedro.

- E ai, tudo sim – Respondi meio frio? Sim, mas é como eu disse, ele e o Lucas ainda me deixam mal, mesmo eles não sabendo que eu sei.

- Tem certeza? O Lucas me contou de seu treino ontem... Você torceu o pé? Tá muito dolorido?

- Foi, mas eu tô bem, tô repousando, tranquilo – Uma grande parte de mim ficou feliz com a preocupação dele, eu sei que é algo genuíno, eu tenho sido um imbecil com ele nas últimas semanas, não tinha porque ele me mandar essa mensagem, é por isso que eu gosto dele, ele realmente se importa com quem ele gosta, mesmo que a outra pessoa não mereça.

Ele se ofereceu para ir ao médico comigo, mas eu dispensei, a Jéssica estava vindo, então ela poderia ir comigo, sem falar do Mauro... me senti um pouco mal e num surto o convidei pra vir aqui em casa, não sei como seria com ele e a Jéssica aqui, mas a verdade é que minha saudade por ele era maior que a presença dela aqui, ele só disse um "hum, certo" achei tão frio... não o culpo. Peguei minha tigela com cereal e estava voltando pro quarto quando meu pai surge na minha frente, juro que quase grito com o susto.

O Importante é ser vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora