Capítulo 32: Término

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Ponto de Vista: Kayque

Dia do término: 7h50

É sexta-feira e resolvi levar meu violão pro colégio, fazer um pequeno show particular para a Jéssica. Ela tem sido bem legal e parceira nos últimos tempos, então merece algum agrado de minha parte.

Na verdade, esta é a minha obrigação enquanto namorado dela, mas não tenho agido como tal. Ela mudou bastante desde o inicio de nosso namoro.

- Oi, môzi, bom dia – Ela chega por detrás de mim e me dá um beijinho no rosto. - Nossa, um violão? Eu adoro quando você canta pra mim, sabia? - Ela diz sorridente.

- Foi pra você mesmo que eu o trouxe, resolvi cantar pra lhe alegrar. - Disse com um leve sorriso em meu rosto.

Ela me olhou com um brilho em seu olhar, mordeu os lábios e veio se chegando mais para perto de mim e colocou seus braços em meu pescoço. Coloquei minhas mãos em sua cintura e nos beijamos.

- Canta pra mim... - Ela pediu com um jeitinho manhoso e eu atendi, me sentei num banco, peguei o violão e comecei a cantar. De inicio, pensei em cantar Legião Urbana mas antes que eu pudesse tocar o primeiro acorde surgiram Bruno e Roanir, dois colegas do time de futebol.

- EPA! Eu sei o que está pensando em tocar, é trazer esse violão você quer logo tocar aquelas músicas de corno. - Roanir chegou, e largou essa. Ele é um pagodeiro nato, nascido e criado em paredões no bairro da Ribeira.

- Tocar seu Leo Santana ou aqueles pagodão lado B que você gosta é que não irei tocar. - Retruquei rindo.

- Porra nenhuma pivete, vou te levar na quebradeira um dia desses, oxe, na hora você vai largar essas musiquinhas aí... Tu vai chegar lá moleque de condomínio, mas vai sair todo paloso! - Ele disse sentando-se ao meu lado e colocando o braço ao redor do meu pescoço.

- Até parece que você é tudo isso, deixe de baratino não e fique aí. - Bruno falou com um sorriso irônico.

- Cala a boca, porra! - Raonir fala dando um leve tapa na cabeça de Bruno, que revida.

- Deixe de coisa ai vocês dois, eu trouxe o violão pra Jéssica, não foi para vocês. - Eu disse me preparando para tocar.

Comecei a tocar Verdades do Mundo do Detonautas e mais outro chegou, o Fernando, um amigo da Jéssica. Dei de ombros e continuei tocando, a Jessy me observava com os olhos brilhando, enquanto se balançava no ritmo da canção.

Raonir e Bruno também escutavam, enquanto Rao fazia caras e bocas aparentemente aprovando a forma que eu tocava o violão. Mas, então eu senti aquele cheiro, o vento geladinho bateu e esse perfume floral que só uma pessoa usa veio até mim: Peu.

No momento do refrão, olhei para frente e ali ele estava, parado e me observando tocar. Meu coração acelerou e eu não consegui desviar o olhar, fiquei muito feliz dele estar ali me escutando. Todo o resto se tornou dispensável. Ficamos nos olhando e eu posso jurar que o colégio está num profundo silêncio e só temos nós dois aqui.

Após um breve momento, Vinicius chegou e ambos começaram a conversar, mas eu ainda estava ali cantando para ele. O sinal tocou e fomos para a sala, Jéssica estava meio estranha. Fomos cada um para nossas turmas, mas ela não me beijou. Dei de ombros.

Dia do Término: Hora do Intervalo

O sinal para o intervalo tocou e nem deu tempo de ir falar com o Peu, ele e o Lucas saíram em direção a cantina. Fiquei com uma leve cara de cachorro abandonado e eu notei que o Vini deu uma leve risada.

- O que foi? - Perguntei sem entender.

- Nada não, escuta o que você acha da gente bater um baba um pouco hoje depois das aulas? O ginásio estará vazio e o treinador é de boa, ele vai deixar! - A ideia parece ótima.

O Importante é ser vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora