Capítulo 36: Único

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Olá, o autor ainda por aqui... Continuarei a contar esta história sob a minha perspectiva. Afinal, os personagens ainda estão meio conflituosos para lidarem com esta situação sozinhos.

No carro, o clima estava estranho. Lucas ainda se encontrava pensativo sobre o pedido do pai. Ele olha para o Peu, sente o seu perfume com tons florais e se viu muito desconfortável com a situação, ele tentava não o observar com sentimento, mas não tem como controlar isso. O garoto não queria que seus pais percebessem nada ali.

Por outro lado, Pedro temia algum movimento diferenciado do Kayque, por menor que fosse. O Kayque também não estava totalmente bem naquela circustância, e só piorou após o pai do Lucas fazer alguns comentários.

- Sabe, Pedro... - O pai do Lucas iniciou, tirando os garotos de seus pensamentos. - Sempre que o Lucas vem lhe ver, ele volta mais alegre. Você é o único amigo que o faz se sentir assim, saiba que você também é muito mais do que bem-vindo a nos visitar. - Lúcio conclui, olhando pelo espelho retrovisor.

Sua esposa o olha com uma expressão contente e desconfiada ao mesmo tempo, porém, reforça a fala do marido e inclui o Kayque como um dos amigos que sempre serão bem recebidos em sua casa.

Os meninos agradecem, mas o clima só ficou mais esquisito. Kayque sentiu-se culpado, uma grande parte sua desejou não estar dentro deste carro. Parecia que estava prestes a cometer um crime. Um vento do ar-condicionado bateu e transportou o aroma do Peu até seu nariz e ele o observou. A culpa diminuiu um pouco.

- Kayque, já pensou em algo para fazermos na formatura? - Lucas perguntou, tendo em vista que o final do ano se aproxima e, com isso, o final de suas vidas escolares.

- Sinceramente, não... tinha até me esquecido disso. - O capitão do time disse sem se importar muito com o evento.

A mãe de Lucas se intrometeu comentando que eles poderiam organizar uma viagem com a turma:

- Conversar com a diretora sobre organizar algo do tipo é bom, aproveitem que ainda estamos em setembro, dá tempo para organizar algo.

Lucas aprovou a ideia e se animou em conversar com o pessoal da classe sobre isso, Pedro já imaginou que uma viagem assim seria complicado. Não existia apenas a turma deles no colégio, enquanto que Kayque deu de ombros, mas fingiu se importar com a sugestão.

O carro chegou na porta do colégio e os meninos saíram, agradecendo pela carona e se preparando para mais uma manhã de aulas. Ao fecharem a porta, o pai do Lucas seguiu com o carro, mas notou o olhar de sua esposa em sua direção.

- O que foi? - Ele pergunta, dando uma olhada rápida para ela e se voltando para a estrada novamente.

- O que foi isso hoje, Lúcio? - Ela pergunta. - Do nada oferecendo carona, falando que o amiguinho do Lucas é bem-vindo... Não que ele não seja, mas achei estranho. - Ela conclui.

- Estou tentando fazer com que nosso filho confie na gente. - Lúcio diz e deixa sua esposa sem entender.

- Como assim? É claro que o Lucas confia na gente. - Ela diz confiante e até um pouco ofendida pelo marido ter dado a entender que seu filho não confiava nela. O carro parou num sinal vermelho.

- Clara, você não notou nada de diferente em nosso filho ultimamente? Principalmente hoje, dentro deste carro? - Ele pergunta para sua mulher, a olhando bem nos olhos.

Clara tenta entender o que ele quis dizer. Realmente seu filho parece um pouco mais feliz que o habitual. Em algumas olhadas pelo retrovisor, ela o observou olhando para o amigo com um olhar meio diferente...

- Ele e o menino, Pedro... - Ela pausa, fitando o caminho em sua frente.

Na escola, Lucas; Peu e Kayque estão caminhando em direção à sala de aula, quando o celular do capitão vibra. Era o Vinicius perguntando se ele já havia chegado no colégio. Resposta positiva, o garoto pediu para que o amigo o esperasse nos bancos próximos das salas.

O Importante é ser vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora