Capítulo 5

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Gente, a todos que estão acompanhando, gostaria de agradecer e pedir mais uma vez, encarecidamente, que deixem suas opiniões no final. É realmente importante para mim e serviria de motivação para seguir com a história.

Boa leitura. ♥


O silêncio impregnou em meus ouvidos como uma melodia mortal. Ele arranhou a minha mente enquanto os olhos de Carter davam o golpe final na minha sanidade. Cada célula do meu corpo gritava em alerta enquanto meus pés se moviam a contragosto até a mesa de Poker. Até o lugar onde o meu fim seria decretado, que me deixava com um alvo gigante na cabeça.

Ele observou cada um dos meus movimentos, a minha postura, as minhas mãos inertes ao lado do corpo, como um perfeito predador. Eu apostaria a minha alma que ele podia sentir o cheiro da minha falsa confiança e do arrependimento por trás dos meus olhos assim que o meu pequeno surto de coragem se dissipou no ar.

E eu simplesmente odiava o fato de que ele era tão bonito a ponto de me desconcentrar por um momento, bonito do tipo que dói.

No entanto a sua beleza não era capaz de reprimir os calafrios que ele causava. Seus olhos eram piscinas gélidas, calculistas, cruéis. E eu estava bem no centro do seu mundo. No exato lugar em que ele precisava que eu estivesse para acabar comigo sem nem pensar duas vezes.

O aviso de Audrey piscava sobre a minha cabeça, desesperado, insistente, lutando pra me fazer desistir daquela loucura. Eles não gostam de quem invade o espaço deles. Eles não gostam de quem invade o espaço deles. Eles não gostam de quem invade o espaço deles.

Fiz três questionamentos mentais para descobrir se eu realmente deveria ir frente com aquilo ou não, e voltar correndo com a minha humilhação entre as pernas:

Eu deveria invadir o espaço deles? Não.

Deveria colocar em jogo a minha vida social apenas para ferrar com um "babaca de merda"? Não.

Estava suficientemente bêbada para tentar? Sim.

Claramente o sim venceu.

Eu puxei a cadeira para me sentar do lado oposto, de frente para ele, mantendo o nosso embate público de olhares. O dele, ameaçador, o meu, provavelmente confuso. Eu estava completamente ciente da quantidade de olhos sobre mim naquele momento, além dos dele. Estava muito ciente da atenção, da curiosidade, e dos murmúrios que pareciam tão distantes quando ecos carregados pelo vento.

Carter estava com o cotovelo apoiado sobre a mesa enquanto uma das mãos cobria parcialmente a boca, deixando à mostra apenas uma parte do sorriso cínico estampado em seu rosto. Sua outra mão tamborilava contra o tecido verde, incessantemente. Ele estava me avaliando publicamente. Ótimo.

- Você enlouqueceu.

A voz de Joan sobre o meu ombro direito foi como um farol em meio a um nevoeiro.

Sim. Eu enlouqueci.

Não respondi em voz alta, mas Carter sorriu como se eu tivesse.

- Você sequer sabe jogar pôker?

Ela grunhiu. Estava completamente desesperada. Mas eu não a olhei durante nenhum momento. Meus olhos continuavam cravados no amontoado de músculos e testosterona na minha frente, como se eu desviasse os olhos por um momento fizesse ele automaticamente me destruir enquanto eu nem estava olhando.

- Provavelmente não o suficiente.

Minha voz saiu firme. Carregada de um falso humor que eu sequer sabia de onde tinha surgido.

Mais do que Eu Posso AguentarOnde histórias criam vida. Descubra agora