Capítulo 17

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Tudo bem, eu sei que vocês querem me matar. Eu até deixo se vocês, tipo, quiserem muito mesmo. Mas eu juro que tem explicação, tá bom? Eu estive envolvida com a minha formatura de faculdade (era presidente da comissão), e só quando isso passou eu pude sentar e pensar em outras coisas (SIM EU SOU FORMADAA AGORAA). Peço desculpas mesmo. E além do mais, a empresa onde eu trabalho não tinha aderido ao Home Office ainda, então até semana passada eu estava trabalhando normalmente...

E depois disso, tenho tentado escrever inutilmente. Tudo parecia ficar muito longe de estar realmente bom, e eu não queria vir aqui e postar qualquer coisa pra vocês lerem, entendem? Essa história é o meu amorzinho e eu não quero VACILAR. 

Mas, depois de passar por todo esse bloqueio e todas essas coisas, finalmente consegui escrever o capítulo decente e do jeito que eu queria. É um dos meus preferidos até agora e me perdoem se ficou meio grande. É que eu queria mesmo continuar explorando as emoções já que vocês gostaram tanto nos anteriores.  ♥ 

Estou respondendo todos os comentários que não tinha respondido ainda, e agradeço por tudo mesmo, de coração. 

BOM, não vou me alongar mais e fazer vocês QUEREREM ME MATAR MAIS AINDA. Por isso, boa leitura! ♥


...


Eu posso aguentar.

É o que eu repito para mim mesma, incessantemente, enquanto a batida eletrônica reverbera ao meu redor e Addy se afasta de mim para dançar com um cara boa pinta por quem ela aparentemente tem uma queda gigantesca. Eu deixo ela ir, sem questionar, porque de repente a minha cabeça precisa dar voltas. De repente, eu me sinto ligada em tensão máxima e eu não tenho a certeza se isso é bom ou ruim.

Babaca.

Maldito.

Manipulador.

Eu o mapeio na minha mente. Parte por parte. Como se ele fosse um quebra-cabeças gigantesco e eu estivesse começando a descobrir onde encaixar cada uma das peças.

Meu olhar se encontra com o dele. Seus olhos cristalinos são como a tela de um filme, onde as próprias palavras dele continuam ecoando, surgindo de algum lugar da minha mente.

"Porque, quando você perceber que perdeu todas as suas apostas, eu quero olhar bem fundo nos seus olhos e te lembrar que eu avisei. "

Ele está olhando para mim como quem está prestes a fazer a jogada xeque-mate do tabuleiro, como se eu tivesse movido a última peça para o exato lugar em que ele esperava que eu movesse. Então, eu me dou conta de que ele queria que eu soubesse, queria me deixar curiosa e irritada o suficiente para entrar no jogo dele por vontade própria, fazendo as minhas próprias apostas. Mas, ainda assim, eu não entendo. Eu não entendo porquê eu.

A minha cabeça funciona a mil por hora. Está montando centenas de milhares de teorias da conspiração, tentando relacionar todas as coisas. E ele sabe. Ele sabe e está esperando pacientemente que eu entre em colapso. Ou talvez essa seja só mais uma paranoia que me cerca e me sufoca. A verdade, é que eu já não sei mais o que é real e o que não é ou o que é certo e o que é errado. A minha vida tranquila e focada se transformou em uma loucura incompreensível que eu não sei definir. Não sei nem o que está acontecendo.

Não sei o que está acontecendo no meu peito palpitante, não sei o que acontece com o meu corpo embaixo da pele, não sei o que acontece com os meus olhos que se tornaram desesperados por procurar a imagem dele em todos os lugares como se ele devesse estar em todos os lugares. Como se eu quisesse que ele estivesse em todos os lugares.

Mais do que Eu Posso AguentarOnde histórias criam vida. Descubra agora