Mais do que Eu Posso Aguentar

Capítulo 20

Que susto que eu levei quando vi que não tinha postado capítulo na semana passada, desculpa gente, era pra ter saído. 

CAPÍTULO GIGANTE, mas eu não quis separar porque ele fica lindo assim inteirinho e é justo já que eu não postei nada na semana passada. Eu AMO esse cap, e não vou dar spoilers, mas, sério, comentem MUITO e aí próximo sai rapidinho hehehe

AMO VOCÊS ♥

...

Quando acordei, não me vi cega por luzes brancas e paredes da mesma cor. Pelo contrário. Tudo ao meu redor parecia reluzir nuances e contrastes de preto contra preto. Eu não estava em um hospital, o que talvez significasse que eu estava bem.

Ou não.

Encarei o teto acima de mim e estranhamente a minha cabeça não estava doendo. Mas eu ainda me lembrava de tudo. Do pânico, da raiva, da impotência quando o carro capotou e eu pensei que estivesse morrendo. Da forma como eu preferi morrer durante um momento, considerando todas as possibilidades. Da forma como eu me esforcei pra isso acontecer.

Uma rajada suave de vento soprou a minha pele, refrescando o meu corpo prazerosamente. Só então eu senti o peso do olhar sobre mim. Só então eu soube que a minha pele queimava não porque eu estava febril, mas sim porque ele estava me encarando.

Eu sabia que era ele.

Havia uma certa familiaridade na forma que o meu corpo sempre queimava quando ele olhava para mim.

Eu movi os olhos na sua direção. Carter estava sentado em uma espécie de cadeira logo ao lado de uma porta de vidro aberta por onde todo o vento estava entrando. A cortina também preta por vezes esvoaçava na frente do rosto dele, mas não durante tempo o suficiente para ocultar a expressão que por pouco não me fez arfar involuntariamente.

Seu cotovelo esquerdo estava apoiado sobre um dos braços da cadeira, rígido, e a mesma mão sustentava o rosto dele, apoiado nela. Quando eu movi o rosto e ele finalmente percebeu que eu estava acordada, eu vi seus lábios serem crispados mesmo na escuridão só para serem cobertos com os dedos que cobriram a boca logo em seguida.

Seu silêncio mortal me perturba mais do que qualquer uma das coisas idiotas que ele costuma dizer.

Seus olhos continuaram sobre mim durante mais algum tempo que eu não consegui contar. Ele analisava o meu estado, eu acho. Pra ter certeza de que eu estou bem o suficiente, de que estou pronta o suficiente para que ele despeje a avalanche de Carter babaca que eu sei que ele tem prontinha pra soltar em cima de mim. Não faço ideia do que aconteceu depois que eu apaguei, e até mesmo as lembranças de um pouco antes do meu desmaio parecem turvas. Não sei como cheguei aqui, mas tenho uma ideia.

Olhando para o lado, encontro uma série de remédios com prescrição médica sobre a cômoda. Carter deve ter chamado um médico para resolver o problema ali.

Resolver o problema.

Eu volto a olhar para ele e os seus lábios estão mais crispados do que nunca estiveram. Seus olhos estão fixos em mim como se eu o tivesse hipnotizado. Mas ele não está nem um pouco atordoado. Ele está puto. Carter nunca pareceu tão frio quanto parece agora. Por isso eu nem mesmo tento adivinhar no que é que ele está pensando.