Capítulo 9

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Como eu sei que vocês estavam ansiosas, aí está o capítulo seguinte, quentinho pra vocês.

Aos novos leitores(as) dos últimos dias, sejam muito bem-vindos! Vocês me deixam super animada hahaha. 

Boa leitura! ♥

...



- Santo Cristo, você está com uma cara péssima.

Eu encarei Grace, fazendo questão de demonstrar a minha insatisfação pelo seu comentário completamente desnecessário sobre a minha aparência. A sua careta horrorizada não colaborou nem um pouco também.

- Obrigada, Grace.

- Ficou até tarde trabalhando ontem. – Disse, como se não precisasse perguntar. - Até mais tarde do que devia. Menina, você precisa de um conselho de uma pessoa experiente como eu. – Ela disse, balançando a caneta de ouro na minha direção e usando o seu melhor tom de "olhe para mim quando eu estou falando." – Precisa de uma vida social.

- Quem disse que eu não tenho uma vida social?

Se ela soubesse o quanto a minha vida social estava sendo agitada, retiraria todas as suas palavras. Carter e todo o seu efeito dominó continuavam perturbando a minha cabeça como fantasmas. Eu fechava os olhos e lá estava ele me encarando com os olhos frios enquanto eu fazia todas as coisas que não devia fazer.

Não, eu realmente não tinha interesse em ter uma vida social ainda mais ativa. A que eu tinha já era um desastre total, e faziam horas que eu vinha me esquivando da responsabilidade de pensar em como resolver tudo aquilo. Esse talvez fosse uma das vantagens de Nova York, você pode simplesmente fingir que nada nunca aconteceu. E a vida segue.

No entanto, "não falar sobre os detalhes da vida pessoal da Katherine" continuava sendo uma das minhas regras para sucesso no trabalho. Eu já tinha umas cem regras, mais ou menos.

Tinha uma cópia impressa pendurada na mesa do Thomas, inclusive.

- Eu disse que você não tem uma vida social. – Ela enfatizou. – Existe um termo que vocês jovens usam pra isso, não existe? Como é mesmo? – Ela parou, pensativa por um instante. – Workaholic?

Sua voz assumiu um tom divertido ao pronunciar o termo, como se ela estivesse realmente tentando tornar ele muito significante.

- Fala sério, Grace.

Revirei os olhos, deixando a minha bolsa sobre a mesa dela enquanto pegava um café na térmica da recepção. Ela continuou se esforçando pra falar sério.

- Quando foi a última vez que você saiu com alguém?

Eu engoli com dificuldade, me sentindo em uma cena do filme Premonição. Grace não precisava saber disso também. Afinal, eu não tinha um encontro do qual fugir naquela noite. Claro que não.

Fingi indiferença.

- Na semana passada. Isso faz alguma diferença?

A minha breve hesitação me denunciou. Grace me encarava com o olhar de "estou julgando você", eu desviei os olhos, só por precaução, olhando pra qualquer lugar do escritório.

- Nossa, você fica ótima sob essa luz florescente, alguém já te disse?

Ela ignorou completamente a minha tentativa patética de mudar de assunto. Não que eu tivesse alguma esperança de que realmente funcionasse. Talvez funcionasse com qualquer outra pessoa, mas não com ela.

Mais do que Eu Posso AguentarOnde histórias criam vida. Descubra agora