Mais do que Eu Posso Aguentar

Capítulo 18

HELLO, então, cá estou eu pra dizer que mais uma vez eu falhei no meu planejamento e o capítulo ficou muito maior do que eu tinha pensado, então estou dividindo em dois.

É o KARMA da minha vida todinha mesmo, nem adianta fazer planos, né

Vocês gostam de capítulos grandes ou preferem que eu divida em partes como venho fazendo pra ficar mais fácil de ler? Me respondam nos comentários pra que eu já saiba o que fazer na próxima vez que isso acontecer porque a gente SABE QUE VAI.

AMO VOCÊS ♥

...

Acordo com um ruído suave de motor que me embala como se fosse uma sensação calorosa e tranquila. Até eu me lembrar que não é. Até a minha cabeça pulsar e protestar contra os meus olhos que se abrem e as luzes de Nova York me ofuscam.

A minha visão está turva, embaçada. Sinto os meus pensamentos distantes demais, me sinto atordoada demais. Olho através de um vidro e vejo os prédios passando por mim em alta velocidade. Eu me movo em alta velocidade sem sair do lugar, e o meu corpo parece pesar uma tonelada a mais do que eu estou acostumada a carregar. O meu vestido está amassado contra o meu corpo e eu estou amassada contra o banco do carona em uma posição desconfortável. Movo o meu olhar pelo painel do carro e não o reconheço. Eu tento mover as mãos e não consigo. Não consigo porque elas estão algemadas e inutilizadas em cima do meu colo.

Não faço ideia do que está acontecendo.

Eu me mexo quase nada e sinto uma dor aguda no meu pescoço em resposta, automaticamente.

- Você já acordou, amor?

A minha cabeça grita de terror e eu a viro buscando a direção daquela voz. E só então eu me lembro do que aconteceu. Me lembro que eu nao sei mesmo de nada. A memória se instaura na minha mente e eu tento me lembrar de como cheguei ali, mas eu não lembro. Eu não sei quem é ele, não sei o que estou fazendo aqui e não sei para onde ele está me levando.

E o mundo parece continuar girando, meio instável, confuso. Leva mais alguns bons segundos até que eu consiga esticar a mão no meu subconsciente para agarrar a minha lucidez de volta. E mesmo assim, ela parece querer continuar flutuando para longe.

Eu não sei se tenho forças pra continuar segurando.

Encaro o homem na minha frente. Memorizo as linhas firmes do seu rosto, memorizo os olhos dourados feito mel e o cabelo castanho que cai em ondas na sua testa. Eu o reconheço, mas não o conheço de verdade. Mas sei que Carter conhece. E sei que é por ele que estou aqui.

O que estava acontecendo?

- Peço desculpas por tudo acontecer desse jeito, – Ele continua, e eu ainda estou vagando o olhar pelo carro, confusa. – é que você tem sido bem inalcançável nos últimos dias. Um porre. Eu precisei me apressar.

O meu telefone toca e vibra em algum lugar do mundo. Eu olho o meu próprio corpo no exato lugar onde ele devia estar e não o encontro. Movo o olhar, lenta e cautelosamente em busca dele, só pra ouvir o meu suposto agressor soltar uma risada abafada e coberta com deboche em resposta, tirando o meu aparelho do bolso da própria jaqueta jeans e balançando ele no ar entre os dedos da mão esquerda. Ele olha para mim apenas durante um momento antes de voltar o foco para a estrada e eu tenho um vislumbre de um sorriso sádico brotando em seus lábios.