Capítulo 3

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- Todos os semestres a gente costuma fazer uma festa de comemoração. – Audrey disse, mexendo o suco próprio suco de abacaxi. – Quer dizer, não exatamente uma comemoração pelo início do semestre, é claro. – Ela deu de ombros. – Isso é só um motivo pra gente fazer uma festa.

As aulas do primeiro período haviam terminado, e eu estava sentada com Audrey e Joan na cantina da Columbia, tomando um bom café da manhã. Havia uma grande movimentação de alunos por ali, fazendo com que precisássemos nos aproximar para entender o que a outra estava falando. Os alunos estavam bastante eufóricos.

- Essas festas são um desastre. - Joan respondeu, bebendo um gole do suco de laranja com um canudinho. – Sempre tem tudo para dar errado. Qual é o problema de se fazer uma festa normal?

Audrey usou a quarta cadeira disponível na nossa mesa para apoiar os pés em cima.

- O problema, priminha, é que a gente deixa as festas normais para os alunos comuns.

- Espera – Interrompi, apontando o meu garfo descartável para Audrey. – Você quer dizer que é uma festa só para alguns alunos?

Ela piscou para mim.

- É exatamente o que eu quero dizer, espertinha. Apenas pessoas selecionadas.

- E quem organiza isso?

Audrey se recostou na cadeira, esticando-se preguiçosamente.

- Quem você acha?

Dei de ombros, levando um pedaço de laranja até a boca.

- Chance pode ser um idiota, mas ele sempre organiza festas ótimas.

Ela respondeu. Joan soltou um ruído de insatisfação.

- Você não pode estar falando sério.

- É claro que estou. Você já viu o tema desse ano?

Quando Joan não respondeu, Audrey continuou. Eu a encarei com curiosidade.

- "A Columbia dá as cartas."

Ela disse enquanto movia as mãos no ar como se fizesse um anúncio. Joan a encarou com incredulidade enquanto eu comecei a rir.

- Esse é um tema horrível.

Eu concordei mentalmente com Joan, com a boca cheia demais pra poder falar.

- Chance nunca foi muito criativo com os temas, mas a festa funciona. Ele devia me chamar pra ajudar com o Marketing, mesmo que ele não precise realmente. Poderia ser a festa do lixo que as pessoas continuariam fazendo qualquer coisa pra ter o nome na lista.

Eu engoli. As frutas desceram pesadamente pela minha garganta, era bastante difícil comer tentando evitar um ataque de risos.

- Essas festas são tão boas assim?

- Meu amor, elas são ótimas. É como uma noite em Las Vegas.

Joan girou os olhos.

- Você nunca passou uma noite em Las Vegas, Addy.

Foi a vez de Audrey girar os olhos.

- Isso não significa que eu não sei como é.

- Na verdade é exatamente o que significa e...

Mais do que Eu Posso AguentarOnde histórias criam vida. Descubra agora