Capítulo 1 - Festa

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Eram 17 horas.

A festa começava ás 18 e eu ainda não tinha a mínima noção do que vestir, ou sequer tinha certeza se queria ir à essa festa. Thalia havia me convencido de que essa era minha oportunidade de pegar o garoto que eu gostava, e eu pensei "Bem, por quê não?"
Agora eu tinha ótimas respostas para essa pergunta:
1- Ele é hetero
2-Estudamos no mesmo Colégio há um ano e meio e nunca falei com ele na vida
3-Ele nunca vai dar bola pra mim
Eu poderia citar vários outros motivos para não ir à festa, mas alguém interrompeu meus pensamentos.
-Alô Alô, me chama que eu vou!
Era Thalia. Ela sempre foi bastante animada e amante de festas, era minha melhor( e única )amiga, também estudava no mesmo Colégio que eu, inclusive este ano dei sorte de ter todas as aulas com ela, e bem, como uma boa melhor amiga sabia da minha queda- talvez "penhasco"- por Percy.
Perseu Jackson, chamado por todos de 'Percy', ele era apenas um carinha legal, bonito e gostoso- eu compartilhava deste pensamento, principalmente o último tópico-, daqueles típicos de filme que fazem sucesso com todo mundo. Thalia insistia em dizer que eu sentia algo mais por ele, alem de uma simples atração física, eu sempre neguei, até para mim mesmo, mas hoje vendo que eu ia deixar minhas séries na netflix e o brigadeiro de sempre para ir à uma festa cheia de gente que não conheço apenas pela ilusão de uma chance de ficar com Percy, bem, acho que ela estava certa.
-Olá, Thalia.-digo rindo, porém sem ânimo.
-Pronto pra pegar seu crush? - ela diz de forma maliciosa, eu reviro os olhos.
-Eu já disse que não vou apenas por causa dele, quero me divertir!-minto.-E também não sei se to muito afim de ir à essa festa.
-Mas como assim??! Ah não, Nico! Mentira né? Porra cara, primeira vez que você aceita ir à uma festa comigo, eu tava tão animada e agora você faz isso comigo? Vai me deixar sozinha mesmo? Sério isso? Vai me deixar sozinha no meio daquele bando de gente chata enquanto fica ai se empanturrando de brigadeiro? Via abandonar sua melhor amiga por uma série? Pensei que você me amasse! Pensei que fossemos melhores amigos!
Eu acho que esqueci me mencionar o quanto Thalia é dramática!
-Tudo bem, tudo bem, eu vou sim, relaxe!
-Promete?
-Prometo!
-Então tudo bem, te pego ás 19 na sua casa, okay?
-Okay.
Ela desligou.

Pronto, agora eu tenho que ir, afinal a coisa que mais odeio na vida é quebrar promessas. Me levanto, pois estava deitado na cama até então, pego uma toalha e vou ao banheiro. Após tomar um banho dou início a parte que já imaginava ser uma das mais difíceis do dia; escolher minha roupa. Não costumava ir à esse tipo de festa então não sabia o que usar, e meu guarda-roupa era basicamente todo preto, desde as camisas ás meias e cuecas. Depois de 10 minutos decidi por uma calça rasgada, uma camisa com uma imagem de uma caveira, all star e pulseiras, tudo preto.

Eu sabia que havia me arrumado muito cedo e que Thalia iria se atrasar, mas foi a intenção; queria estar pronto o mais rápido possível apenas para voltar calmamente ao que estava fazendo: olhando pro teto, deitado na cama.
Não liguei muito para o fato de que isso iria bagunçar meu cabelo e amassar minha roupa, apenas queria ficar ali, fazendo uma meditação à meu próprio modo.

Como previ, Thalia chegou atrasada em seu carro vermelho extremamente chamativo, buzinou de dentro do carro e eu sai, apenas com o celular, carteira e chave de casa no bolso, antes de sair acrescentei uma peça ao meu look: uma casaco de couro preto, meu preferido e amor da minha vida. Conversamos por todo o caminho até o local da festa, o assunto geral era Percy e sempre que eu tentava mudá-lo Thalia dava um jeito de voltar ao tema, desisti e decidi apenas concordar com qualquer coisa que ela dissesse, até que chegamos ao lugar.Era a casa de uma outra amiga da Escola, eu nunca havia ido ou visto aquela casa- muito menos conhecia bem a garota -, portanto me impressionei com a sua grandiosidade, mesmo de fora dava para ver que seus pais dispunham de um... digamos que agradável poder aquisitivo. Entramos na casa passando por várias pessoas que já se agarravam no enorme quintal. Minha surpresa de verdade foi quando entramos de fato na casa, era espaçosa e estava toda enfeitada com globos de boates, havia todo tipo de garrafas de bebidas espalhados pelo chão- vazias- e nas mãos das pessoas.Passei o olhar pelas pessoas em volta em busca de algum rosto conhecido; nada. Até que eu percebi ele encostado em uma coluna num canto mais afastado da 'pista de dança ' improvisada. Ele tinha olhos verde-mar tão intensos que pareciam penetrar minha alma, era alto e tinha um corpo maravilhosamente definido, diga-se de passagem. Sua boca rosada estava colada a um copo azul cujo conteúdo não pude identificar. Estava vestido de forma simples, de jeans rasgados e camiseta azul que afinava mais sua silhueta, ele parecia ainda mais bonito e atraente que no Colégio. Senhor, aquele garoto era um deus grego! Senti uma onda de calor invadir meu corpo, era sempre assim quando eu o via. O desejo, o calor, a vontade de beijá-lo até cansar- se é que algum dia eu cansaria de fazer isso. Era isso. Era aquele garoto. Aquele sorriso. Percy Jackson mexia comigo como ninguém mais conseguiu. Eu o encarava descaradamente até que nossos olhares se encontraram e uma nova onda de calor e eletricidade percorreu meu corpo. Percy Jackson me encarava de volta.

A onda que me arrasta pro teu mar...Onde histórias criam vida. Descubra agora