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Capítulo 8

"Eu te amava antes de você saber o que era amor
Eu vi tudo, ainda sim escolhi a cruz
E Foi em você que Eu estava pensando
Quando me levantei da sepultura
Agora livre-se dos grilhões, Minha vitória é sua
Eu rasguei o véu para que você possa chegar perto
Não há mais razão para ficar a distância
Você não está longe de casa."

Out Of Hiding, Steffany Frizzell

Quinta-feira

Fiz um rabo de cavalo alto e corri para o meio da quadra. Parece que hoje ia ser apenas um pouco de vôlei. Em um círculo começamos a tentar a jogar. No meio do jogo, notei que Calebe estava no canto da quadra sentado sozinho. Ele nunca ficava sozinho. Será que ele estava bem?

Virei para frente e joguei a bola para Paulo.

Me aproximei de Clara e disse

- Será que o Calebe tá bem?

- Não sei, por quê?

Ela olhou para direção onde eu olhava.

- Não sei. Ele está sozinho.

Ela virou para frente e disse:

- Sei lá, talvez ele queira ficar sozinho.

Joguei por mais uns três minutos antes de decidir ir falar com ele.

- Aonde você vai? -Perguntou Hugo.

- Já volto. -Respondi.

Caminhei até Calebe, que sorriu ao me ver chegando.

Me sentei ao seu lado e ele ficou observando cada movimento meu.

- Tudo bem? -Perguntei.

- Sim e com você?

- Sim.

- Eu estava vendo vocês jogarem. Você até que joga bem.

- Ah, para. Esse é o último elogio que alguém me faria. -Brinquei.

- É sério. -Disse ele sorrindo- E o que você está fazendo aqui?

- Ver se você estava bem. Parece meio triste.

- Ah. Bom, são só umas coisas, mas eu já estou resolvendo.

- Achei que não era nada.

- Nada de importante.

- Se não fosse importante você não estaria assim. -Disse eu- Me conta o que é.

- É bobeira.

- Mesmo assim. -Insisti.

- É só que, sabe quando parece que nada dá certo?

- Sei. Muito bem.

- É isso, são tantas coisas acontecendo. Parece que eu baguncei tanta coisa na minha vida que parece que nunca vou poder arrumar por completo.

- Você nunca vai poder mudar o que já fez, mas pode decidir o que vai fazer agora. As consequências são inevitáveis, você precisa aprender a lidar com elas.

- Eu sei, só que toda vez que eu decido recomeçar acontece alguma coisa e eu acabo fazendo tudo de errado de novo.

- Eu sei como é. Já aconteceu tanto comigo. Quando eu decidia mudar, as coisas cooperavam para que eu fizesse as mesmas coisas pelas quais tinha me arrependido. É como um imã que me atraía.

- É exatamente isso. Eu só não tenho orgulho de quem eu sou hoje. Não fala isso pra ninguém o.k.?

- Fica tranquilo, isso é entre nós.