Sorrisos tipo Elvis

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Era verão. Geralmente, a estação favorita de Ten. As cores eram mais vibrantes e o clima mais quente. Ele podia usar suas roupas confortáveis para dormir. Dormir que por acaso era algo que ele não conseguia fazer agora. 

Passou horas no chuveiro para ainda se sentir sujo. Esperava que um banho quente de alguma forma o fizesse esquecer o que tinham feito. Mesmo que arrancasse a própria pele esfregando, não conseguia limpar a sua consciência suja. Taeyong era seu melhor amigo. O seu parceiro para qualquer hora, não a sua ferramenta de alívio rápido. Sexo para Chittaphon não era assim tão banal, mesmo assim tinha se deixado levar tão facilmente por uma sensação como aquela que não pode evitar. Não era o tipo que se fazia de mártir, não sabia o que estava acontecendo dentro da própria cabeça.

Afastou as cobertas, quis respirar. O oxigênio não vinha e o clima quente do verão só piorava. O quarto estava abafado, fechado e claustrofóbico. Os fios de cabelo negro grudavam na sua testa por causa do suor. Com dificuldade ele se levantou para abrir a janela, enquanto o relógio ainda marcava as 3 horas da manhã. Quando finalmente pode respirar como queria, estava na janela aberta. Tinha voltado ao mundo real como se acordasse de um pesadelo. Toda aquela ansiedade ainda o mataria.

Agora que pensava com clareza, Ten olhou a rua vazia. A quietude da madrugada e a sua insônia o ajudavam a pensar com mais clareza do que a minutos atrás. 

Lee Taeyong e ele eram amigos há anos. Um boquete poderia destruir essa amizade? Provavelmente não. Mas agora aquilo que tinha visto nos olhos do amigo enquanto acontecia era definitivamente o mais preocupante. Era aquilo que magoava para caralho e faria com que sofressem como dois filhos da puta. 

Preferia que eu cheirasse como as garotas que saem com você? Aquelas palavras martelaram na sua cabeça, junto com a risada preguiçoso e rouca que ele tinha dado em seguida. Aquilo fez com que ele se arrepiasse inteiro outra vez. 

Ten não entendia nada sobre relacionamentos entre dois homens, só tinha certeza que existiam e havia visto uma vez na TV que podiam transmitir doenças. De repente teve medo disso e não teve absolutamente ninguém para conversar. Geralmente tirava suas dúvidas com Taeyong, seu amigo mais experiente, mas hoje até ele estava indisponível.

Esfregou as pálpebras, esperando que o sono viesse de repente. Mas ele não veio, então passou a madrugada em claro.

(...)

— Primeiro ensaio oficial do cara e ele falta? — Yuta reclamou.

— Relaxa, ele não faltaria sem motivo. Deve ter tido algum problema sério. — Taeyong respondeu mesmo sabendo que era mentira. Sabia que estava evitando ele e tinha feito isso desde o momento que havia gozado na sua boca. 

— Ele não te falou nada? — Jaehyun parecia cansado, era o mais novo, mas também o único que trabalhava meio período para ajudar em casa.

— Não. Desde anteontem quando eu fiquei um pouco ruim. 

— Um pouco? — Yuta arqueou as sobrancelhas. 

— Cala a boca, Nakamoto! Cuida da sua vida! 

— 'Tá bom, 'tá bom. Fiquem em paz, por favor. — Jaehyun quase ergueu uma bandeira branca no meio da garagem.

Yuta mostrou o dedo do meio para Taeyong com tanto muito gosto, ele escolheu ignorar a provocação dessa vez.

— Certeza que ele fez merda. Ele só faz isso quando bebe. 

— Eu não fiz nada, porra! 

— E ele não te disse nada? Vocês são grudados!

— Não! Espaço pessoal! 

quando eu matei seu rock n' rollOnde histórias criam vida. Descubra agora