Cap 2- Maldita genética

635 52 31
                                    

As aulas e o jogo tinham acontecido numa quinta, devido ao dia 1 de setembro ter caído no meio da semana naquele ano. Na sexta-feira quando Rose acordou, Scorpius estava de pé já colocando a capa e ajeitando a camisa para o início das aulas. Ela ainda estava meio grogue devido aos medicamentos, mas o ferimento estava melhor e provavelmente não deixaria nenhuma cicatriz muito evidente.

O que Rose não sabia é que Scorpius estava nervoso por ela ter acordado enquanto ele a fitava. A garota com grito estridente que parecia estar sempre desesperada e pronta para colocar ordem em tudo, que sempre tinha uma resposta espertinha na ponta da língua e parecia saber tudo, por incrível que parecesse, era quase um anjo dormindo. Scorpius nunca foi cego, sabia que os garotos babavam por ela, mas ele sempre os considerou masoquistas loucos, mas olhando para ela ali, tão vulnerável, pôde se pegar sorrindo ao imaginar como seria ela rindo, sem as rugas na testa que ela fazia a toda hora, como seria ela lendo calma no fim da tarde na varanda de casa. Afinal, agora entendia como Lorcan Scamander e Timmy Johnson conseguiam cair de amores por ela, e como o resto dos garotos competiam por sua mão nos bailes de inverno, ou por um simples café com a garota no Três Vassouras quando iam visitar Hogsmead. Se tivessem se conhecido de outra maneira, ou tivessem outro sobrenome, talvez ele fosse um desses garotos, só que com muito mais chances de levar um sim, com sorte até um sorriso, ao invés de um soco ou um chute nas partes baixas. Mas havia outra grande questão sobre ela, por que esquivava tanto aos garotos?

Quando a ruiva acordou, ele já se vestia enquanto pegava a sua xícara de café e terminava de se arrumar, ambos tinham a primeira aula daqui a alguns minutos, mas não tomariam café no Salão Comunal, pois a enfermeira achou melhor se certificar que a Weasley tomaria os remédios. "Ela é cabeça dura, parece o Potter quando estudava aqui e vivia me visitando, bem, não voluntariamente, acham que podem enfrentar tudo e não vão precisar do meu suco de abóbora... Faça com que ela tome, filho, por favor", foi o que Madame Pomfrey disse há quase uma hora, antes de sair para ir ver se as mandrágoras já estavam boas para fazer poções de cura, ele por sua vez, se guardou a concordar com a senhora e soltar um riso frouxo.

-A velha mandou você tomar o suquinho de abóbora azeda que está aqui. - Ele disse oferecendo a caneca para ela com um sorriso de desdém.

-Bom dia para vocês também, Malfoy. - Ela olhou para o copo - E eu não vou tomar isso, ela não tem como descobrir.

-Eu poderia ser cúmplice disso... - Ele riu da cara de desgosto misturada com a dor de olhar a luz do sol muito forte que a ruiva exibia - Mas não vou, você vai tomar isso sim, Srta. Weasley.

-Não pode me obrig... - Mas antes que ela pudesse terminar de falar ele tinha enfiado a caneca na sua boca e a virava, enquanto Rose apenas segurou seu pulso com uma cara de criança birrenta. Scorpius se deu ao luxo de gostar do toque.

-Boa garota! Já posso me tornar seu novo enfermeiro particular, tenho mais êxito que a Madame Pomfrey! - Saiu rindo debochado e fazendo cafuné na cabeça de Rose.

-Nunca mais ouse chegar tão perto, Malfoy!

-Apenas se acostume, Weasley, seremos bons parceiros...

-Huuumm, se eu não te assassinar antes! Eu vou me trocar, Sr. Malfoy, poderia me dar um pouco de privacidade... - Scorpius virou de costas.

-Tem 5 minutos, Weasley.

Esse cara só poderia estar tirando com a cara dela. Sério, ele não tinha nem noção de como a irritava, como ela queria aproveitar que ele estava de costas e lhe surpreender com uma azaração que deformasse aquela cara convencida de doninha albina que ele tinha. Foi então que ela percebeu que já deveria estar vermelha como um pimentão e não fazia meia hora que tinha acordado. Maldita genética Weasley. Terminou de se arrumar e percebeu que ainda precisava de café, quando viu a caneca que Scorpius estava tomando, pegou ela e começou a bebericar.

Maldito Malfoy, maldita WeasleyOnde histórias criam vida. Descubra agora