Cap 16- Maldito bolinho

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-Se ele não tivesse sido tão burro nada disso teria acontecido. Merece a culpa. - Lysander concluiu, sendo a vaca que sempre foi.

-Ele realmente foi um um bobo, mas você foi maldosa, Lysander. Suas atitudes foram maléficas, e deve tomar com toda certeza a parcela majoritária da culpa. - Lorcan concluiu de maneira cruel. - Você tentou matar a Rosalie, e ela é nossa prima.

-Sua prima, Lorcan. E sua ex-crush. Você que é o queridinho dos Weasley. - Lysander jogou mais veneno.

-Não de todos. - Rose sorriu brincalhona. - Agora eu gosto dele, antes ele era um pé no saco. Já de você, Lysander, quero é distância. Sai daqui sururu...

Lorcan parecia perplexo com a interrupção de Rose na discussão dos irmãos, ainda mais de forma tão pacífica e brincalhona. Nunca esperou que ela fosse passar a gostar, nem que minimamente do garoto depois de ser tão grudento com a mesma.

-Rose... - Ouviram uma voz chorona falar. - Se eu não tivesse comido aquele maldito bolinho você estaria bem...E...E...Teríamos vencido...O...O...Jogo.Me... Me... Des...Culpa. 

Hugo estava literalmente fungando para pedir perdão para a irmã.

-Ei, coisinha. - Rose disse se levantando e indo até Hugo. - Eu não tô brava, e eu te amo muito, não teria como te odiar. Nunca.  - Hugo deu mais uma fungada no abraço apertado de Rose, o que fez todos gargalharem, até mesmo o pai deles que estava emburrado em um canto soltou uma risadinha. - Maass...Você realmente tem que ser mais cuidadoso com quem faz amizade, garoto.

Todos pareciam estar em ternura naquele momento.

-Bem, mas eu não sou tão pacífico quanto sua irmã. Ainda te pego garoto! - Scorpius falou sério. Mas então começou a rir e bagunçou o cabelo do irmão mais novo da namorada. - Na defesa do meu cunhado vou ter que dizer que dizer que se fosse a Rose me oferecendo bolinhos eu também comeria. 

-É, malditos bolinhos..... - Minerva disse antes de começar seu sermão.

***

Faltavam duas semanas para o natal. O incidente dos bolinhos já havia acontecido há quase um mês, mas pareciam anos. Desde então Lorcan se uniu ao grupo de amigos, estudando e aloprando por Hogwarts. Lysander havia sido até segunda ordem mandada para casa, para que mantivesse seus estudos de dentro de casa e pudesse 'repensar' suas atitudes. Rose e Lillian desejavam mesmo  ter resolvido a situação no soco, adorariam ter partido para agressão, mas os primos as seguraram (e seguraram suas próprias vontades de agredir a garota que tentou matar a prima). Quanto as relações familiares todas continuavam bem. Os Malfoy se juntariam ao restante das famílias Weasley e Potter no Natal, assim como Anthony, que agora era o namorado não rotulado - mas era namorado, sim - de Lillian.

Mas mesmo assim naquela manhã Rose descera para tomar café sozinha no Salão Comunal, estava pensativa quanto ao seu pai que ainda se negava a se comunicar com a mesma. Naquele momento estava mais aflita pois queria que o diálogo do dia em que brigaram tivesse sido de certa forma mais pacífico, não tão agressivo. Quando se está com raiva nada se resolve em uma discussão ou debate, não importa a força de seu intelecto. Na realidade Rose conseguia resolver, mas dificilmente era saudável, pois se tornava cruel, como fora naquela manhã.

Estava imaginando se um dia discutiria assim com Scorpius. Ele havia se tornado fundamental para sua vida, até mesmo suas antigas discussões lhe traziam um sentimento nostálgico quanto a relação de ambos. O maior motivo para tal sentimento era que nunca tinha notado em como eram essenciais um ao outro, não que fossem dependentes, mas se completavam de forma gostosa e fluida, o que fazia com que eles se misturassem de forma tão boa e saudável. Rose estava muito feliz com a perspectiva de que podiam contar um com o outro e que seu primeiro relacionamento fosse tão saudável. Porém, ainda não tinham ido aos enfins e Rose não conseguia mais disfarçar as olhadelas que dava no namorado e as provocações que o mesmo fazia. Rose sabia que Lilly e Anthony estavam tendo relações há semanas, antes mesmo de se assumirem, Dominique e James também sempre foram bem pra frente, mas ela nunca quis apressar as coisas. Mas agora que ela se sentindo segura e bem, não tinha achado a oportunidade de fazer isso.

Óbvio, não que fosse insegura, era até bem safada...

Foi então que foi interrompida de seus pensamentos pela chegada de Scorpius beijando sua bochecha e sentando do seu lado.

-Bom dia, dona abóbora, pelo visto hoje você está azeda, né? - O loiro riu.

-Bom dia, doninha albina. Eu estou bem, nada azeda, só pensando... - E já ia se perder em sua mente novamente.

-Terra chamando Rose! - Ele estralou os dedos, o que assustou a ruiva que bebericava sua xícara de café. - Eu tenho uma proposta para a senhora pensante.

-Huumm, lá vem. - Rose escondeu o sorriso na caneca.

-O que vai fazer fim de semana?

-Estudar para as provas finais. - Rose disse sem pensar.

-Então não vai mais. Vamos relaxar antes da semana de provas. - Ele sorriu.

-E onde vamos fazer isso? Temos que estudar, Scorp. - A ruivinha disse cutucando com o ombro o namorado. 

-Falei com seu tio Carlinhos e ele meio que não vai estar no Chalé das Conchas no fim de semana. - A garota pareceu perplexa com a revelação. - É, James me ajudou. - Acrescentou o garoto com uma risadinha. - E aí ele me disse que você poderia me dar um tour pelo chalé. O que acha?

-Deixa eu adivinhar, você já até falou com minha mãe e a Minerva?

-É. E elas concordaram e nos liberaram. Lillian também me disse que você tem um bíquini lindo de uma cor que eu vou adorar.

-Seus tratantes. Você tá planejando isso faz quanto tempo? - Ela disse tentando desviar o assunto sobre o bíquini que a tia Fleur tinha lhe dado no último natal. O bíquini era verde esmeralda e ainda nem tinha saído do armário. Ela porém, com certeza estava vermelha como um pimentão.

-Isso foi um sim? 

-Sim, isso foi um sim, doninha.

E deu um sorriso para o mesmo, que parecia encantado em poder olhá-la.

Maldito Malfoy, maldita WeasleyOnde histórias criam vida. Descubra agora