Cap 7- Malditos Intrometidos

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Foio maior susto que Rose já tomou em sua vida. Ainda maior do que quando Albus e James jogaram uma aranha de mentira em sua cama no meio da noite quando ela tinha uns 6 anos, e ela passou semanas dormindo na cama da mãe. Ela tinha certeza absoluta que enlouquecera. Há apenas um segundo estava totalmente entregue a Scorpius Malfoy. E adoraria voltar para lá se o *toc toc* não tivesse virado um  "Rose, você está aí?". 

Rosalie Weasley adoraria permanecer doida se isso incluísse Scorpius Malfoy em sua vida da maneira que ela havia o tido naquela tarde.

Mas Dominique era incrivelmente insistente. Só que não o suficiente para a inteligência de Rose. Ela pensou rápido, pulou da cama e arregalou os olhos colocando o dedo nos lábios ainda quentes e que provavelmente estavam vermelhos, implorando que o garoto ficasse em silêncio. Porém, ele fez exatamente o contrário.

-Ei, Dominique estamos presos aqui desde de manhã. E eu adoraria continuar aqui, então, por favor, vá beijar James e nos deixe a sós! - E riu. Rose havia virado um pimentão e estava furiosa com o garoto.

-Aaaaaa, entendi. Para quem sequer beijava até ontem está indo beeem rápido priminha. E Scorpius, para destrancar é só dizer aquilo, é só um feitiço simples de travar trancas.  - E eles ouviram a garota se afastando.

-EI, VOCÊ SABE BEM QUE EU BEIJO... Ou não. - Rose gritou, e logo depois cochichou, ouvindo apenas a risada da prima.

Rose estava furiosa quando se virou para Malfoy, preparada para a guerra. Ele sabia desde o início como sair dali, mas a enrolou o dia todo dentro do seu próprio quarto. Porém, bastou olhar para aqueles olhos verdes e aquele sorriso brincalhão que o mesmo estampava de orelha a orelha que ela se derreteu. 

-Você é um bobo. - E lhe deu um pequeno tapinha no ombro. - Eu poderia te matar agora. E esconder o cadáver.

-Você não faria isso. Não mais. - E a puxou pela cintura a abraçando, antes da mesma conseguir se afastar.

-Eu nunca teria feito isso. Agora, você, vai abrir essa porta e sair do meu quarto. Imediatamente. 

-Não vou não. - Ele riu.

-Vai sim.

-Só se me der mais um beijo. - Barganhou. Ele adorava barganhar.

-Não vou.

-Ah, mas está na cara que você quer... - Sorriu.

-Eu quero? Quem está pedindo um beijo é você. - A garota retrucou.

-Pode ser, mas você também quer. - Dessa vez ele se aproximou, colocando as duas mãos na cintura da ruiva. E falou encostando na orelha da mesma. - Viu, se não quisesse teria me afastado.

-É, talvez eu queira. - Ela arrepiou. E ele sorriu entendendo bem o efeito que tinha nela, e adorando isso.

***

-Então deu certo? Eles estavam todo amores? - Albus riu. - Finalmente esses dois sossegaram.

Todos os amigos deles estavam no jardim lateral de Hogwarts rindo da situação toda. E acima de todo o resto, felizes porque finalmente eles largariam daquele pé de guerra sem sentido e começariam a viver aquilo que todos sabiam que mais cedo ou mais tarde aconteceria.

-Mas e agora? O que fazer com os Scamander? - Zabini perguntou.

-Obviamente fazer eles pagarem pelo que fizeram. - Lillian olhou furiosa para o seu também futuro namorado.

-As notas e a visão como boa aluna são importantes para Rose. E até onde eu sei para o Malfoy também, se são inocentes não devem pagar o pato. - Hugo observou. Assim como o pai, tinha grandes dificuldades de se comunicar ou tolerar a família Malfoy tão fácil quanto sua mãe, e agora Rose também tinha abandonado esse barco. Ele ficaria de olho, não se pode confiar em um Malfoy. Mas além disso, o senso de justiça que a mãe lhe ensinara prevalecia, era incrivelmente importante que eles fossem livrados do peso da culpa por algo que não tinham feito.

-Enfim, vamos contar tudo para a McGonagall e o Flitwick na segunda. Não aguento mais aquela patricinha metida da Lysander arrastando saia pros namorados alheios. - E olhou feio para James. Por mais estranho que parecesse, no mundo bruxo o casamento entre primos era comum, mesmo que a família Potter-Weasley não fosse um apoiadora potencial. Mas essa era outra história.

Se bem que provavelmente a entrada futura de um Malfoy para a família fosse milhares de vezes mais preocupante e com potencial problemático muito maior, o que poderia apaziguar os efeitos para o outro casal.

-E o que vamos fazer amanhã? - Albus já estava ansioso para saber.

-Que tal um piquenique no lago? Aproveitar a nova paz em família... - Lillian pontuou e fez os primos rirem de novo.

E assim seguiu-se o fim de tarde de todos ali. 

***

Scorpius conseguiu convencer Rose a lhe dar o beijo. Foi lento dessa vez, e Rose se pegou tentando ficar na ponta do pé para alcançar o loiro. Ele sorriu e ia em direção a cama quando tropeçou e ambos caíram, Scorpius por cima, deixando uma Rose risonha e meio nervosa pronta para reagir.

-Vamos Já te dei um beijo, agora saia! - Ela tentou parecer falar sério. - Estou falando sério!

-Okay, okay. - Ele riu dela e se levantou. - Nos vemos amanhã? 

-Não, não nos vemos. Você já me viu até demais para esse fim de semana. - Falou tentando voltar ao controle.

-Ah, vai. Preciso deixar você vermelhinha assim mais vezes. - Ele disse acariciando a bochecha da ruiva.

-Não, não precisa não.

-Pare de ser cabeça dura. Não tem mais volta, rosinha. Eu nunca mais vou sair do seu pé. 

-Você já não saía antes. E eu ainda fiz a burrada de dar asa pra cobra.

-Isso foi um sim? - Ele sorriu.

-Talvez. - Ela foi até a porta. - Abre? Eu estou com fome.

-Alohomora. - E a porta abriu. - Era um feitiço simples da Dominique. Aquele seu Natal foi ela que te prendeu aqui, e todas as outras vezes. 

"Mas por que ela iria querer que eu ficasse presa aqui com você? Ah, já sei... Menina abusada." Ela pensou consigo mesma.

-O que foi? Essa sua cara engraçada é fome? - Scorpius perguntou curioso.

-Não. Estou pensando.

-Fica fofa. E nossa como você consegue dizer tantos nãos?

-Não me irrite, vamos comer algo. - Disse puxando ele pela mão para fora do dormitório, para o Salão Comunal da Grifinória. Todos os alunos que estavam no salão ficaram boquiabertos, dava para ouvir os sussurros: "Aquela é Rose Weasley com Scorpius Malfoy?". Malditos intrometidos.

-Nós vamos?

-Vamos. Ou quer que eu mude de ideia?

E foram. Ambos estavam felizes, muito felizes, só se expressavam de maneiras diferentes.

***

Quando Rose voltou para o quarto a noite as primas e o irmão estavam reunidos (menos Lillian, ela estranhamente não estava presente), esperando ela para perguntar os detalhes. Realmente achando que ela contaria.

-Na próxima vez que alguém me prender em um quarto com Scorpius Malfoy eu juro por Merlin que irei cortar as barbas do indivíduo fora. - Ela ameaçou apontando o dedo para os amigos.

-Que bom que você não tem barba! - Todos riram da piada de Dominique.

-Vão para Azkaban...

Ela disse já praticamente dentro do quarto, se deitando para dormir, e sorrindo sozinha. Estava completa. Feliz.

Naquela noite dormiu como um anjo.

Será que Rosalie Weasley estava apaixonada por Scorpius Malfoy?

Maldito Malfoy, maldita WeasleyOnde histórias criam vida. Descubra agora