Cap 19- Maldita teimosia

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Era quase Natal. Dali a dois dias Rose e os primos iriam para casa. Faziam aproximadamente quatro meses que Rose se envolvera com Malfoy, e quase três que não trocará uma palavra com o pai. Ela estava tinindo de preocupação. Ela sabia que o pai simplesmente olharia para ela e saberia o que ela e Scorpius vinham fazendo desde aquele fim de semana no chalé. Ronald Weasley absolutamente não estava pronto para receber tal notícia e isso a estava fazendo estar uma pilha de nervos nas últimas semanas. Suspirou. Também era por isso que a mãe estava ali, tentando dissuadir a filha a ir para casa dos Weasley.

- Filha, por favor, não lhe custa nada. Eu sei que seu pai é difícil e que você quer ficar com Scorpius, mas vá para casa, por favor. - Hermione faria logo um buraco na sala de Minerva de tanto que andava de um lado para o outro.

- Mamãe, por favor, não é o fim do mundo. Eu vou passar a noite de Natal na casa do Scorpius e no outro dia de manhã vou para casa. Com Scorpius. - A ruivinha riu do exagero da mãe.

- Mas nós nunca passamos um Natal sequer separados, meu amor.

- Sabe quantos natais Scorpius passou feliz com os pais, mãe? - Bingo! Rose chegou a ferida da mãe. - Pois é. Convencer Astoria e Draco foi uma luta. Quer dizer, dona Astoria foi flexível, mas Draco... Ele tem uma ferida exposta.

- Eu nem sei o que dizer. - Hermione finalmente sentou ao lado da filha. - Entendo. 

A Ministra da Magia estava pensando, exercitando os neurônios, tentando se convencer de algo, pensar em uma solução como se toda aquela situação fosse uma grande equação matemática.

- Olha, mãe. Outra coisa. No dia seguinte, eu vou chegar na casa da vovó e se por um instante sequer o papai... - Gaguejou, não o chamava assim fazia tanto tempo. Nem sabia se podia mais. - Pensar em olhar feio ou brigar com Scorp ou comigo, uma alfinetada, piada, ou palavra maldosa, eu vou embora. Meto o pé.

- JÁ SEI!! - A Granger gritou, sinalizando que não prestou atenção em uma palavra que a filha tinha dito. 

- O que, mãe?

- Vou chamar Draco e Astoria para o jantar de Natal lá na casa da Molly!!! Resolvido, vamos passar o Natal TODOS juntos!!

- MÃE!!! NÃO!! Em que mundo isso seria uma boa ideia??? - Rose levantou assustada.

- No nosso. Ou seu pai aceita e se comporta, ou todos vamos para a casa dos Malfoy e seu pai fica sozinho na Toca. -  Disse convencida.

- Você não vai mudar de ideia, né? - A baixinha levantou uma sobrancelha. Maldita teimosia. Aparentemente era genético.

- Não. E vou ligar para Molly e Astoria agora mesmo. 

Antes que a filha pudesse para os passos da mãe ela já estava na fogueira e dois rostos conhecidos já estavam se torneando nas cinzas dali.

- Boa tarde! Eu tive uma ideia! O que acham de passar o Natal na casa da Molly, Astoria? - Hermione falou sem mal tomar o ar. - E a senhora dona Molly, permite?

- Vovó!! Eu juro que tentei impedir, mas parece que não vai ter papo. - Rose disse olhando primeiro para a Granger e depois para Astória e a avó.

- Oh! Esse é um convite inesperado... - Astoria sorriu de leve. Aparentemente ela estava... emocionada? - Eu e Draco questionamos a decisão das crianças de se afastar da Toca esse ano, então se for pelo bem deles, nós aceitamos. Claro, se a sra. Weasley aceitar. 

Rose não poderia ficar mais embasbacada do que já estava. Ou podia?

- É claro!! Oh, finalmente vamos ter vocês aqui junto a Scorpius... E quase como membros da família! Vamos treinando para o casamento... - Molly, como boa avó babona e super fã de Scorp desde antes do namoro deles, dizia emocionada.

- Okay.... Mas se o seu filho, vovó, tentar matar meu namorado ou sonhar em brigar com ele, eu vou embora mesmo assim, nem que vá sozinha! E, vovó, eu não vou me casar, pela milésima vez! - Rose disse, rindo e séria ao mesmo passo.

***

- E foi assim. – Rose explicou pela quinta vez a conversa entre as mulheres das famílias Weasley e Malfoy na sala de Minerva para Scorpius, que continuava surpreso, e para os primos e o irmão, que riam.

- Mas e seu pai? – Indagou rindo-se. – Por que o meu está morrendo de medo de tudo virar uma grande confusão e prejudicar nós dois. Como ele disse na rede de pó de flu? "Não quero que vocês sofram as consequências como eu sofri". – E riu.

- Ei, não zombe dele. Já meu pai não vai ficar muito animado. E eu que não vou me meter, a vovó Molly vai dar um jeito nele.

- Realmente vai. Ein, gente o Zabini vai também. – Lilly se manifestou, colocando o garfo no prato.

- Ah não, não vamos as declarações se não vou começar a vomitar desde já. – Albus brincou.

- Pense pelo lado bom, tudo que esses dois nos dão de mel - James disse gesticulando com o garfo em direção de Zabini e Lilly, e logo em seguida mirando Rose e Scorpius. –, esses aqui entregam de entretenimento. O jantar de Natal vai ser a treta do ano.

Scorpius logo azarou os cabelos lambidos de James. Hugo riu, muito, muito mesmo. E estava de boca cheia.

- Se mamãe estivesse aqui, Huguinho, você seria o motivo da treta do ano. - Rose riu.

Hugo que estava em um mal humor gigante naquele dia. E respondeu.

- Não precisa. Você já é.

Ele sorriu, obviamente achou que todo mundo ia rir, já que Rose sempre costumou rir de problemas daquele tipo, que ocasionalmente surgissem na família. Mas o que o Weasley mais novo recebeu foi um silêncio ensurdecedor. Todos os outros ali sabiam que Rose estava cheia de remorso e enlouquecendo com a briga com o pai desde o dia em que acontecera. Hugo, entanto, não teve acesso a esses sentimentos já que sua relação com seu pai sempre foi a de filho mais novo e dedo duro. Até quando tinham 10 anos, chegou a entregar a irmã e os primos por terem roubado bolachas do forno da avó, coisa que ninguém em casa chegava a se importar – e eles chegaram a levar uma bronca daquelas de Ronald. Quando ameaçou abrir a boca, James e Albus, que estavam sentados um de cada lado, lhe meteram os beliscões na coxa. Rose acordou do transe tão rapidamente quanto tinha mergulhado nele.

- Ele tem razão. Estou satisfeita. Boa noite, pessoal! – E se levantou da mesa, pisando firme até a porta de saída.

Scorpius lançou um último olhar de atenção a Hugo, e correu atrás da namorada.

***

- Oi. – Scorpius chamou a garota sentada na varanda da torre de Astrologia.

- Oi.

- Quer conversar?

- Não. – Ela fungou.

Ele sentou ao lado dela e suspirou. Apoiou as costas no parapeito, e puxou ela para ficar com as costas encostadas em seu peito. Poderiam cair dali, mas não era essa a preocupação naquele momento.

- Não precisa dizer nada. – Ele respirou no pescoço da ruivinha. – Eu vou estar lá. Sempre.

Não se lembram que horas saíram do peitoral da torre, mas as estrelas estavam lindas naquela noite.

Maldito Malfoy, maldita WeasleyOnde histórias criam vida. Descubra agora