Cap 17- Maldita culpa

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Estavam a poucos minutos de sair de Hogwarts, sentados na sala da professora Minerva, esperando a mesma chegar para usar a rede de Flu para o Chalé. Rose ainda continuava pensativa, não sabia ao certo quando conseguiria se reconciliar com seu pai, ou se conseguiria.

-Ei, Rose. - Scorpius falou tirando a garota do seu mundinho. - Faz dias que está assim, e sabe, se vocês meio que está me evitando, eu entendo você querer terminar, já que fui eu que fiz seu pai te ignorar e...

-O quê?! - Rose sobressaiu, mas logo em seguida riu. - Scorp, você pode ter certeza que se eu quisesse terminar com você, você já saberia. Até porque sua vida já teria voltado a ser você tentando me conquistar.

-Ha-ha. Sem graça. Mas então se não é isso, então o que aconteceu? Sabe, sou seu namorado, e eu meio que queria saber o por que minha namorada está assim.

-Minha o quê? Repete, por favor... - Rose lançou seu maior olhar de cachorrinho pra ele.

-Só se você me contar porque está assim. - Falou firme, enquanto Rose bufou e então encostou seu rosto no ombro dele.

-Ah. Bem... Não tem porque mentir, né? - Rose naquele momento ameaçou chorar, e ela nunca chorava. Não na frente dos outros. - Eu meio que não sei quando meu pai vai voltar a falar comigo. Mas o problema nem é esse. O problema é que eu não sei quando isso vai acontecer e nem se quero. Scorp, eu não quero que alguém fique entre eu e você sem ter um motivo real. Ainda mais da maneira como ele se posicionou, irracionalmente, e ele é meu pai, e sabe mais do que ninguém que uma conversa e um pedido de desculpas me faria voltar ao normal... Mas não! Ele só vai voltar a falar comigo quando eu terminar com você.

Scorpius escutou um barulho, quando se virou ela estava enxugando as lágrimas que tentava esconder.

-Ei, baixinha, nós vamos conversar com ele, e vai ficar tudo bem. O diálogo sempre resolve, né? - Scorpius falou mais para si do que para ela dessa vez. - Amor, sabe, eu também não quero ficar entre você e seu pai, não acho saudável, quero resolver isso tanto quanto você. - Segurou então o rosto da mesma nas mãos. - Então, vou estar com você, sempre!

Beijou a testa dela, que respirou aliviada.

-Foi bom poder conversar com você. Verbalizar o que eu tava sentindo. Eu te amo, doninha. Juntos sempre.

E se deram um selinho.

***

E esse era o Chalé. Pararam na frente do túmulo de Dobby. Rose como era de costume passou e mandou um beijo para a pedra que o tio tinha lapidado com o nome do falecido elfo doméstico. Então se lembrou, fora da casa dos Malfoy que Dobby tirara a família de Rose. Rose então sentiu que ele aumentou o aperto na sua mão.

-Ei, Dobby. Sei que tu pode me ouvir, esse aqui é meu namorado. E ele é um Malfoy... Bom, agora é com ele. - Rose sorriu.

-Ah. - Ele suspirou, devagar, como se temesse falar com a pedra. - Dobby, né? Eu acho que te devo desculpas. Pelos meus avós. Não quero defender meu pai, mas ele era um garoto. Só queria dizer que você vai estar sempre em nossas memórias como algo que não deve se repetir. Perdão, Dobby. Perdão por tudo. - Maldita culpa.

Scorpius estava chorando. Aquele dia era realmente muito tenso, todos os ânimos e lágrimas que estavam guardados estavam se esvaziando e indo embora.

Então Rose o abraçou, puxou sua cabeça para o seu ombro, e ele nem sequer protestou, ali recostado no ombro da namorada ele sentia que podia chorar pela culpa de ser o "filho do Malfoy", podia chorar pelo que acreditava ter causada em outras pessoas, pelo que o trauma de outras pessoas tinha causado nele. Rose sentia o mesmo, que com ele poderia jogar para o lado o peso de ser a filha dos Weasley-Granger. E assim naquele dia eles sabiam que suas almas estavam envolvidas até o dia de suas mortes. Começaram de maneira errada, se odiando, mas sabiam que não poderia ser assim para o resto da vida, no fundo sempre souberam. O escritor do destino os tinha enlaçado, eles eram um emaranhado de fios só, e seriam sempre complementares um ao outro.

***

Estavam correndo pela praia. Era o fim da tarde de sábado, o sol de punha ao longe, até onde era capaz de ser a linha do continente refletia a calmaria do mar. O cheiro de maresia enchia os narizes deles. O cheiro de si próprios se misturava. O doce cheiro de morango e café de Rose se misturava ao odor de menta amadeirada de Scorpius de maneira a atingir a sintonia perfeita.

Rose sabia que estava feliz e amorosa demais para a garota que azeda era no início do ano quanto ao Malfoy. E ele percebeu o sentimento que reprimia quanto a ela.

-Ei, coisinha!

-Coisinha? Essa é nova. - Rose riu, tirando a saída de praia que cobria o biquíni, sem malícia alguém. Porém, quando Scorpius colocou os olhos no biquíni cavado de cor verde esmeralda dela, e caralho, era a cor favorita dele, e ela estava linda, era bem mais do Scorpius esperava, em relação a tudo, seu corpo sempre coberto de roupas dificilmente ousadas, e que ele nunca se deixara analisar por tanto tempo, mas naquele momento era tanta a única coisa que podia fazer. Ficar hipnotizado por ela. E ela não demorou a perceber o efeito que causou nele.

-Vamos pra água, doninha. Depois pensamos em algo mais divertido pra fazer. - A ruiva falou.

Mas Scorpius já sabia exatamente com o que queria se divertir depois dali.

Maldito Malfoy, maldita WeasleyOnde histórias criam vida. Descubra agora