T01E13 - Segunda chance

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RENATO

― Fala logo, porra! ― grita Zarolho. ― O que vocês dois fazem aqui?

― Hã... ― começo.

― Catando latinha. ― diz Rodrigo do meu lado erguendo uma latinha de refrigerante amassada. ― É para a reciclagem e já estávamos de saída... desculpa... vamos né José.

― José? ― pergunto quando ele pega no meu braço e vai me arrastando para a saída.

Não acredito que isso pode dar certo...

― Calma lá. ― diz Zarolho e Rodrigo e eu paramos, meu sangue começa a gelar de novo... acabou, agora eu tenho certeza que acabou.

― Sim? ― pergunta Rodrigo quando nós nos viramos para olha para o traficante.

― Atitude bacana a de vocês... tô ligado nesse negócio de planeta e reciclagem... a pirralhinha lá da ONU tem atitude nesse assunto também, vi no Jornal Nacional. ― responde Zarolho. ― Boa sorte aí nessa caminhada... agora vazam daqui que o assunto aqui é sério.

Sorrio e assinto, minha vez de puxar Rodrigo para fora desse galpão.

― Meu Deus... o que foi isso? ― pergunta ele.

― Acho que a pirralhinha que ele queria dizer era a Greta? ― pergunto quando saímos do terreno do galpão e paramos na calçada.

― Provavelmente. ― responde Rodrigo.

Então vamos embora.

GABRIELA

― Querida? ― pergunta minha mãe do outro lado da porta. ― Hã... Juliana está ali embaixo e pediu para te chamar... como assim você não foi para a aula hoje?

Tiro a coberta da minha cabeça e olho para a porta.

― Passei mal. ― grito de volta. ― Pode mandar ela embora?

― Oi? ― escuto a voz de Juliana do outro lado da porta. ― Amiga, eu tô aqui... você precisa de alguma coisa? Companhia?

― Não... valeu. ― respondo. ― Só quero... ficar sozinha! ― grito de volta.

― É melhor voltar mais tarde, querida. ― diz minha mãe para Juliana.

Escuto Juliana concordando e passos se afastando. Suspiro, minutos depois minha mãe bate novamente na minha porta.

― Querida sou eu, posso entrar? ― pergunta ela, parece preocupada.

― Pode. ― digo e a porta se abre.

Olho na direção da porta e vejo o rosto empático da minha mãe se aproximando.

― Oh querida... tá tudo bem? ― pergunta ela se sentando na cama ao meu lado. ― Quer ir ao hospital? Podemos fazer um exame... parece que aquele tal de Dr. Sevillo é bem competente...

― Não. ― respondo. ― Obrigada mãe, mas eu... hã... provavelmente seja só alguma coisa que eu comi que não me caiu bem. Eu vou ficar bem, sério, relaxa.

― Você tem certeza de que quer isso? ― pergunta ela.

― Já aconteceu antes, não é nada demais, certeza. ― respondo.

― Gabi... ― diz ela.

― Sim?

― Se aconteceu mais alguma coisa, você sabe que pode me contar? Certo?

― Eu sei. ― respondo.

Ela passa a mão no meu cabelo e sorri.

― Vou estar na sala em reunião de videoconferência, qualquer coisa grita e tem remédio pra indigestão no meu banheiro. ― diz ela se levantando.

Garoto Explosivo | HIATUSOnde histórias criam vida. Descubra agora