T01E14 - Da boca pra fora

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DIEGO

― Grávida? ― pergunto tentando cair na real situação em que me meti.

Isabella então começa a chorar na minha frente. Não sei o que fazer a não ser dar um abraço nela. Ela parecia tão séria e decisiva a poucos segundos, o que houve com ela?

― Eu também não queria que isso tivesse acontecendo, Diego... ― ela chora contra os meus ombros.

Não sei se estou preparado para ser pai...

Tento me lembrar de todas as vezes que ficamos sério... a parte que mais transamos foi um pouco antes do acidente que os Monteiro me salvaram, e foi na chácara da família do Caíque... será que foi lá que essa criança foi concebida?

― Relaxa... ― digo passando a minha mão no cabelo dela.

Estou tentando acalmá-la, mas quem está fritando os miolos aqui também sou eu. Merda, merda... o que vou falar para a minha mãe? Provavelmente do jeito que ela é vai me fazer ir até a casa dos pais da Isa e pedi-la em casamento. Puta que pariu, onde eu fui gozar...

― Precisamos pensar primeiro, Isabella. ― digo. ― Não é o fim do mundo...

― Eu quero ter um futuro, sabia? ― diz ela se soltando do meu braço. ― Eu quero fazer faculdade sem uma criança interrompendo minha vida profissional. Eu não quero ser mãe no Ensino Médio!

― Isabella... ― começo.

― Se você não sabe o que fazer, eu vou arrumar um jeito. ― ela esbarra em mim e sai andando.

Droga. Suspiro e vou atrás dela.

― Isabella, o que você vai fazer? ― pergunto.

― Não se preocupa, Diego... não vai ter mais nada nos ligando daqui pra frente. ― ela para e me olha. ― Nem sei porque acabei vindo aqui te falar isso...

― Isabella...

― Até mais, Diego. ― ela sorri e coloca a mão na minha bochecha. ― Descansa bem... sua festa está chegando, afinal de contas.

Um meio sorriso final e ela se afasta. Não vou atrás dela, porque eu sinto que ela não quer isso, mas nesse exato momento também me acho um covarde por não estar indo atrás dela.

GABRIELA

Caíque demora um pouco para ir embora, e assim que entro encontro minha mãe cortando um pedaço de carne na cozinha. Ela olha para mim e arqueia a sobrancelha.

― Parece que observar o sol se pôr fez bem para você. ― comenta ela.

Dou de ombros.

― Não precisa me enganar, eu vi o rapaz com você. ― diz ela.

― Ele me disse que primeiro a senhora não deixou que ele me visse. ― respondo puxando uma cadeira de me sentando de frente para ela.

― Não deixei mesmo. ― responde minha mãe. ― Estava seguindo o que você me pediu querida.

― Obrigada. ― digo. ― Hã... tem uma coisa que me incomodou.

― O que? ― ela joga sal na carne e sorri na minha direção.

― Er... ele disse aquelas três palavrinhas. ― respondo.

Minha mãe para de temperar a carne e me olha.

― Tão cedo? ― pergunta minha mãe balançando a cabeça. ― Gabi, Gabi... acho que esse menino está no desespero para ser notado.

― Eu não sei... ― respondo. ― Talvez seja o jeito dele.

Garoto Explosivo | HIATUSOnde histórias criam vida. Descubra agora