T01E10 - Eles queriam coisas diferentes

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BÁRBARA

Na manhã seguinte na escola, a primeira aula se torna vaga, porque a irmã de algum professor foi assaltada ontem e estava passando tanto mal que o professor teve que ir passar um dia com a irmã.

Fico com Gabriela e Juliana alguns minutos no começo da aula do lado de fora do colégio, tomando um ar fresco matinal. Mandei uma mensagem para Renato avisando sobre a aula vaga e ele me disse então que viria mais tarde do que o normal.

― Então é isso que você tem para me dizer depois de um longo silêncio nas mensagens? ― pergunta Juliana para Gabriela.

― Ué... eu tô te falando as coisas agora, fica calma, Ju. ― responde Gabi.

Juliana revira os olhos.

― Você poderia ter me tranquilizado, dizendo que estava tudo bem, e eu que nem uma doida achando que tinha me trocado pelo Caíque. ― responde Juliana.

― Eu nunca trocaria amiga minha por macho. ― responde Gabriela.

Um silêncio fica entre as duas.

― Sério? ― pergunta Juliana.

Não estou entendendo muito bem o motivo do drama, mas as duas estão muito amigas para quem se conheceu em poucas semanas. É muita melação para mim. Olho a hora no meu celular... Meu Deus, falta muito para a próxima aula.

Respiro fundo e volto para a timeline do meu Instagram enquanto ouço de fundo Juliana e Gabriela fazendo as pazes porque Gabi não responde as mensagens de Juliana desde ontem à noite. Isso mesmo. Ontem à noite.

Escuto pneus cantando e ergo meu olhar para observar Caíque e Diego chegando no colégio no carro do Ferramato. Os dois andam em direção a entrada do colégio que nós três estamos.

Eles vão passando, vejo Caíque desviar o olhar de Gabriela, que parece que fez a mesma coisa. Mas eu não quero focar nisso. Olho fixo para Diego, que nem ao menos dá uma olhadinha para mim.

― Diego? ― chamo.

Ele continua andando.

― Diego!? ― digo mais firme, ele para.

Quando se vira, sinto meu peito acelerar. Passo a língua pelos meus lábios. Olho para Gabi e Ju dizendo:

― Já volto.

Elas assentem e me aproximo de Diego.

― Podemos conversar? ― pergunto.

Ele olha para Caíque.

― Pode ir véi, de boa. ― responde Caíque.

Diego volta a me olhar.

― Pode ser. ― responde ele.

― Hã... podemos ir lá no refeitório?

― Uhum. ― diz ele.

Nós dois nos afastamos das meninas e de um Caíque Ferramato que não sabe para onde ir.

O caminho até o refeitório é em silêncio. Quando nos sentamos em uma mesa (vazia) espero que ele comece a fazer as perguntas, mas nada vem e eu sei que se eu não começar a dizer nada, essa conversa não vai a lugar algum.

― Então... ― coloco as minhas mãos em cima da mesa. ― Eu quero saber... hã... porque você não tem respondido minhas mensagens desde aquele dia... sabe... que a gente começou a ficar.

― Não tenho? ― pergunta ele.

Humm... não? ― digo.

― Nossa, jurava que eu tinha respondido algumas. ― responde ele. ― Talvez eu tenha lido e respondido na minha cabeça.

Garoto Explosivo | HIATUSOnde histórias criam vida. Descubra agora