Encontra-me | C.H.

Capitulo 22

Chego ao quarto do Calum e bato à porta.

"Entre" ouço do outro lado.

Abri a porta e entrei. O Calum estava sentado na cama, com um caderno e uma caneta, provavelmente a tentar escrever alguma música, não sei. Vou até à beira da cama e fico ali de pé, sem saber o que fazer.

"Mia? Está tudo bem?" Ele levanta-se e aproxima-se de mim.

"Mais o menos..." 

"Então, o que se passa?" Ele pega na minha mão e fica a olhar para mim.

"Estou farta de estar em casa, não aguento mais as coisas da minha mãe."

"Tiveram alguma discussão? Mia, conta-me o que se passa por favor." Ele conduz-me até à cama e eu sento-me a seguir a ele.

"Hoje, quando fomos sair, apareceu a mãe do Gui... Ela começou a dizer que o Gui ainda gostava de mim, que nós ficavamos bem, mas eu ignorei, porque eu já conheço a mãe dele. O problema é que a minha mãe e a dele dão-se muito bem, então a minha mãe tem de concordar sempre com tudo o que ela diz. Ela quer que eu dê uma oportunidade ao Gui, e eu disse-lhe que não, e ela começou a dizer que a culpa era tua. E eu comecei a discutir com ela, e saí dali. Porque é que ela não percebe que ele me magoou e que eu não quero mais nada com ele? Porque é que a minha própria mãe não me defende em nada?"

"Mia, tem calma... Ela se calhar disse isso sem pensar... E se calhar ela tenha razão, eu provávelmente sou o culpado desse teu sentimento por o Gui ter desaparecido. E sabes, não me sinto nada mal por isso." Ele levanta a minha cabeça "Mia, não fiques assim. Isso passa e vais ver que a tua mãe vai aceitar com o tempo que tu e o Gui, acabou."

"Posso... Posso ficar aqui hoje?"

"Não eras tu que só tinhas 16 anos e que não dormias numa casa só com rapazes?"

"Por favor, eu quero estar contigo agora"

"Está bem, bebé, mas... Eu... Se calhar é melhor avisar os teus pais..."

"Ok, eu ligo-lhes..."

"Não, fica aqui. Eu vou a tua casa falar com os teus pais e digo que adormeces-te. Fica aqui, eu venho já."

#Calum

Saio de casa e vou até a casa da Mia. Toco à campainha e sou recebido pela mãe da Mia.

"Calum, olá. A Mia não foi para tua casa?"

"Ah... Olá... Sim, ela foi e eu vinha avisar que ela adormeceu. Ela estava muito em baixo... Ah... Eu pensei que se calhar devia deixa-la lá a dormir. Mas não se preocupe, que ela fica bem."

"Hm... Eu não sei se isso é boa ideia... O melhor é acordá-la e ela vir para casa, eu e ela precisamos de conversar."

"Eu... Eu não me queria meter, mas a Mia contou-me o que se passou... E acho melhor não falar com ela hoje, ela está mesmo muito alterada. Acredito que amanhã ela esteja mais calma..."

"O rapaz tem razão, deixa a tua filha por hoje, já fizeste asneiras de mais hoje." ouço o pai da Mia falar, aproximando-se da porta. "Toma bem conta da minha filha e se sabes de tudo desculpa lá a minha mulher, a culpa não é tua, a Mia gosta muito de ti e isso notasse à distância. Mas agora, não lhe faças o que o Gui lhe fez. Não lhe partas o coração."

"Obrigada, obrigada mesmo, e o que menos tenciono fazer é magoar a Mia, ela é muito importante para mim, acredite!"

"Eu sei. Vá, boa noite. E não penses em fazer asneiras com a minha filha."

"Não se preocupe, eu só quero o bem da Mia, não ía fazer nada que a prejudicasse. Boa noite."

Os pais da Mia entraram para dentro de casa e eu fui-me embora, agradecendo ao pai da Mia mentalmente por ter aparecido. Acredito que não iria convencer a mãe. Ela adorava-me ao ínicio, mas depois disto acho que ela já não gosta muito de mim. Mas acredito que isso passe. Eu só quero o melhor para a Mia, não a tenciono magoar.

Entro em casa e vou direto ao quarto.

"Cal, demoras-te tanto."

"Convencer a tua mãe não é propriamente fácil." disse sentando-me à sua beira na cama. "Mas o teu pai salvou-me."

"Acredito, o meu pai é o único que me compreende naquela casa. O único."

"Vá, mas agora não penses mais nisso." deposito-lhe um beijo nos lábios "vamos ver um filme?"

"Claro."

Peguei no computador e pus um filme a dar. A Mia quis ver A culpa é das estrelas, ela diz que esse filme é mesmo lindo e como eu nunca o vi, aceitei.

"Ai, ainda não acredito que ele morreu no final? Eles não podiam simplesmente viver para sempre? Eram tão fofos" ela disse mal o filme acabou.

"Sabes que isso era um pouco impossivel, visto a condição deles, mas eles amavam-se apesar de tudo e isso é que era importante. O facto de ele partir não quer dizer que ela o deixou de amar."

"Sim, tens razão bebé. Vamos dormir?"

"Vamos. Tu ficas aqui no meu quarto está bem?" pego num cobertor e no meu pijama e dirigo-me até à porta.

"Onde vais?"

"Vou para a sala"

"Não, fica aqui. Quer dizer, só vamos dormir, por isso não vejo problema. Fica comigo."

"Tens a certeza que não te importas?"

"Claro que não me importo. Eu quero-te comigo sempre."

"Eu vou estar sempre contigo." digo sentando-me à beira dela oitra vez.

"Prometes?" ela estende-me o dedo mindinho.

"Prometo" interlaço o meu mindinho com o dela e dou-lhe um beijo na testa. "Ah, é verdade. Toma isto, não vais dormir com essa roupa." dou-lhe uma camisola minha.

Ela vai até à casa de banho, veste-se e volta para o quarto. Quando ela chega eu já estou na cama. Ela olha muito séria para mim, mas acaba por se deitar ao meu lado.

"Se quiseres eu durmo no chão. Mia, se não te sentires bem diz."

"Não, estás bem aqui Cal. Amo-te e ao teu lado estou sempre bem. Boa noite" ela vira-se para apagar a luz, eu aproximo-me dela, colocando o braço sobre a sua cintura.

"Também te amo" ela vira a cara e dá-me um beijo.

Porque é que esta rapariga é tão perfeita?

#Mia

Acordo já de manhã e estranho o sítio onde estou. Só depois de me lembrar da discussão que tive ontem com a minha mãe é que reparo que estou no quarto do Calum. Olho para o lado e ele não está lá. Decido levantar-me da cama e começo a vestir as minhas calças, deixando-me estar com a camisola do meu namorado. Saio do quarto e vou direta à sala onde estão lá todos os rapazes.

"A bela adormecida acordou" diz o Michael quando repara em mim.