T1.E1 - História Anahí

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Pov Anahí

Eu tinha dezeseis anos quando conheci a vida real, quando descobri a dura realidade. Meu pai morreu quando eu era apenas um bebê e fui criada pela minha mãe com a interferência dos diversos padrastos que passaram por nossas vidas. Quando eu tinha treze anos minha mãe conheceu Francis, eles se casaram e tiveram um filho, Manuel. O amor que pra mim já era pouco, praticamente se extinguiu.

Eu me tornei uma adolescente rebelde, saía a hora que queria e não avisava quando voltava, bebia, fumava, sumia por dias e ela não se preocupava nunca. Dizia que era coisa de adolescente sem importância. No auge dos problemas ela trocou a fechadura para que eu não entrasse em casa, e conseguiu, eu fiquei cerca de duas horas do lado de fora de casa de baixo de chuva enquanto gritava para que ela abrisse a porta. Acredito que ela acabou se cansando de me ouvir gritar e abriu a porta, olhou no fundo dos meus olhos com cara de desgosto e virou as costas de volta para o quarto. Na manhã seguinte ela foi até o meu quarto bem cedo.

- Eu já não estou mais aguentando você Anahí, e esse seu jeito inconsequente.- Começou ela.

- O que eu fiz agora?

- Você não percebe? Você é um peso pra mim, eu estou construindo uma nova família na qual você não faz parte.

- Eu ainda sou sua filha.

- Eu não tive escolha.

- Então o que você quer Dona Carmen? - Perguntei com ironia.

- Que você saía da minha casa. Não adianta, você não quer fazer parte dessa família então é melhor que deixe de nos atrapalhar.

- Eu não faço parte porque você nunca me quis, essa é a verdade, você nunca me quis.

- Não importa mais, eu só quero que você vá embora.

- É o idiota do seu marido que está pedindo isso?

- Não, sou eu. - Quando ela disse aquilo doeu no fundo da minha alma.

- E para onde eu vou? Com que dinheiro? Eu nem terminei o colégio ainda.

- Eu não sei o que você vai fazer, eu posso te dar o seu dinheiro da herança para que se mude ou então vou te colocar em um colégio interno, a decisão é sua e você tem uma semana. - Terminou ela saindo do quarto.

Aquilo era demais pra mim, que ela não me queria eu já sabia mas pedir para que eu me mudasse foi demais. Eu ia aceitar o dinheiro e ir embora, não sabia pra onde mas eu não iria para um colégio interno. Na minha última semana na casa da mulher que me pós no mundo eu não saí para baladas, estava preocupada de onde eu iria morar, já tinha guardado todas as minhas coisas e agora só faltava achar um lugar.

No meu penúltimo decidi sair para esparecer, fui para casa de uma amiga que conheci na boate, eram todos amigos de lá. Estavamos jogando verdade ou consequência. Havia um garoto lá que era até bem bonito, ficava me encarando e eu comecei a dar bola pra ele. Quando a garrafa parou em mim, tive que escolher.

- Consequência. - Falei e Diana me olhou assustada. Diana era a mais próxima de mim de todos ali.

- Que?

- Verdade é muito chato. - Eu precisava manter a minha imagem de garota corajosa ainda estando com um pouco de medo do olhar dela.

- Tem certeza?

- Tenho.

- Então girem de novo a garrafa. - Falou uma das garotas e a garrafa parou em Mathias.

Mathias se levantou e eu me levantei também, fui para um canto da sala e ele me encarou.

- É melhor não fazermos isso aqui. - Falou ele me puxando para um quarto.

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