T1.E2 - História Dulce

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Pov Dulce

A minha vida sempre foi perfeita como em um conto de fadas. A garota que eu era a três anos atrás jamais pensaria ou imaginaria o destino que tivemos. Tudo começou a um dois anos quando meus pais foram assassinados diante dos meus olhos.

Eu estava com dezoito anos, minha irmã Lola tinha três, morávamos em Guadalajara, capital do estado de Jalisco, no México. Alguns dias antes de tudo acontecer meus pais estavam tendo um comportamento estranho, estavam cautelosos demais. Eles saíam de casa vestidos com muitas roupas, óculos escuros e boné. Quando andavam pela rua olhavam para os lados e para trás, em todo o tempo pareciam preocupados e vigilantes, colocaram mais trancas nas portas, fechavam todas as janelas e não deixava abrir, eles também me proibiram de sair sozinha. Quando eu os questionavam eles diziam que não era nada ou que era impressão minha ou coisa da minha cabeça ou então apenas diziam que estava tudo bem, mas eu estava achando aquilo muito estranho. Uma noite antes de eles serem assassinados eu levantei de madrugada para tomar água e escutei uma conversa estranha deles no escritório.

- O que faremos agora? - Questionava minha mãe chorando.

- Eu não sei María, mas daremos um jeito, vai ficar tudo bem.

- E se não ficar Martin, e se ele cumprir o que falou? E as meninas? O que faremos?

- Eu não sei María, eu juro que não sei.

- É tudo culpa sua! - Disse minha mãe parecendo estar furiosa. - Olha a situação que nos colocou.

- Vai ficar tudo bem María, as meninas estarão aseguradas. Se algo acontecer deixarei todas as instruções aqui. - Disse meu pai e minha mãe parecia respirar mais tranquila. - Não vai acontecer nada, fica tranquila. - Disse meu pai a abraçando.

- Promete?

- Prometo.

Subi então para o meu quarto, naquele momento eu dia certeza que não estava tudo bem e eu ficaria atenta.

Alguns dias depois, em uma quinta-feira a noite. Eu, minha mãe e meu pai preparávamos o jantar enquanto conversávamos e riámos. Lola, minha irmãzinha, assistia desenho animado na televisão enquanto fazia um desenho em uma folha. De repente escutamos um estrondo no jardim, meus pais se entreolharam, percebi um clima tenso no ar, perguntei o que era e meu pai disse que devia ser os vizinhos. Poucos segundos depois outro estrondo, eu fiquei nervosa e preocupada, sem entender o que estava acontecendo. Depois algumas bombas começaram a explodir em torno da casa e pudemos escutar carros virando a rua com velocidade e cantando pneu.

- O que é isso? - Perguntei curiosa indo até a janela, mas minha mãe me puxou pelo braço.

- Suba para o quarto com sua irmã. - Ordenou minha mãe.

- Por quê? O que está acontecendo?

- Não questione Dulce. Apenas suba com sua irmã e se te perguntarem algo, você não sabe de nada. Não diga nada a ninguém. Só saia do quarto com sua irmã amanhã pela manhã. - Ordenou meu pai. - Apenas obedeça.

Com medo, eu peguei Lola no colo e subi as escadas. Entrei no quarto, tranquei a porta e mandei Lola se esconder debaixo da cama. Eu não sabia o que fazer e preferi fazer como meus pais haviam ordenado, fiquei quieta no quarto. Fechei a cortina do quarto, mas deixei uma fresta para que eu pudesse ver o que acontecia no jardim sem que quem estivesse lá me visse. Olhei para baixo, vi meus pais saindo para o jardim e outros cinco homens armados.

Meu pai gesticulava com o homem que apontava a arma para a cabeça dele, minha mãe mantinha as mãos juntas. Abri uma pequena fresta da janela sem fazer barulho para tentar escutar algo do que eles falavam.

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