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T1.E31 - Feliz Cumpleaños Maite!

Pov Narrador

Três semanas depois...

As férias escolares de Maite já haviam terminado e agora ela cumpria sua suspensão, uma semana já havia se passado mas ela ainda teria que ficar mais uma semana afastada e fazer o trabalho que a diretora havia lhe passado, se não, não poderia voltar. Mas ela não iria pensar nisso naquele dia tão especial para ela, era seu aniversário de dezoito anos, uma data que ela esperou por muito tempo, quase que toda a sua vida.

Era uma segunda-feira de sol, naquele dia o bordel não abriria e Maite teria que ficar todo o dia em casa se não fosse por Anahí e Dulce que prometeram que a levaria para algum lugar que não fosse a sua casa. Ela acordou às nove horas da manhã, seu pai dormia na sala, ela tomou um banho e se arrumou pra sair. Quando ia sair, o seu pai já estava acordado e Maite foi até ele na cozinha imaginando e na esperança que ele se lembraria de seu aniversário, ela até conseguia imaginar um momento perfeito.

"- Bom dia pai! - Ela diria.
- Feliz aniversário minha filha linda e amada, esse é um grande e especial dia, a data mais importante do ano. Minha pequena agora é uma adulta. - Falaria ele passando a mão por seu rosto e em seguida a abraçaria. - Perdão por ter sido um pai tão ausente e descuidado, também não é fácil para mim. Mas hoje é seu dia e será especial. - Falaria ele com os olhos marejados e em seguida pegaria na mão dela e a levaria até a mesa onde haveria um enorme café da manhã especial para ela com tudo que ela gosta."

Era apenas um fio de esperança e o grande desejo de Maite, ela só queria que seu pai fosse pai ao menos uma vez em sua vida. Ela chegou na cozinha de mansinho e seu pai mal a olhou.

- Bom dia pai!

- Dia. - Respondeu ele seco e todas as esperanças de Maite iam se acabando, também não havia um café da manhã especial.

- É... Eu vou sair com algumas amigas do trabalho hoje. - Falou ela e ele a olhou.

- E vai assim? - Perguntou ele a olhando de cima a baixo, um olhar que a deixou constrangida.

- Vou.

- Tá parecendo uma puta.

- Eu gosto dessa roupa. - Maite usava uma saia preta, uma camiseta branca e um casaquinho xadrez vermelho com preto.

- Eu não me importo, vá como quiser e espero que não gaste nosso dinheiro de passar o mês com bobagens. - Falou ele se sentando na mesa pra comer.

- Não, eu não vou gastar dinheiro pai, eu nem tenho dinheiro pra gastar, minhas amigas que vão pagar.

- Assim espero porque você já sabe o que acontece se eu descobrir que você voltou a esconder dinheiro. - Falou ele ríspido e ela apenas assentiu.

O coração de Maite se desfazia em mil pedaços, suas esperanças de algum dia ter um pai de verdade acabava ali, aquele desejo era só uma idiota imaginação dela que jamais aconteceria e se sentia uma tola por ainda ter alguma esperança nisso. Ela pegou sua bolsa e saiu de casa concentrando seus pensamentos em não chorar. Assim que saiu de casa encontrou com a síndica do prédio que estava com uma sacolinha na mão.

- Maite, deixaram isso pra você aqui hoje cedo. - Falou a síndica.

- Pra mim?

- Sim.

- E quem deixou isso dona Hermínia?

- Aquele homem loiro maravilhoso que esteve aqui no outro dia com você. - Disse a síndica e Maite já sabia bem quem era aquele loiro maravilhoso.

- Ah sim, obrigada dona Hermínia.

- Feliz aniversário querida. - Falou ela de uma maneira doce que não custumava a falar.