Capítulo 1- A Gravidez

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Stephan e Lilian Anderson eram um casal comum, como qualquer outro; eles se conheceram na faculdade, e vendo que tinham muitas coisas em comum, em pouco tempo se apaixonaram. Quando finalizaram a faculdade, se casaram quase que imediatamente, e logo decidiram se mudar para uma cidadezinha de interior, Archerville, para terem uma vida mais tranquila e silenciosa como recém-casados.

Até aqui tudo normal, certo? Pois bem, mas as coisas vão ficar feias logo.

A vida do casal parecia perfeita, exceto por um detalhe: filhos. Eles tentaram quatro vezes, sem sucesso em nenhuma. Isso logo começou a afetar o casamento, gerando brigas e mais brigas; mas a quinta vez deu sorte... quer dizer, se é que pode chamar aquilo de sorte.

Lilian já estava grávida pela quinta vez, mas já estava desesperançosa e desmotivada pelas outras tentativas. Já não estava mais tão feliz com o casamento quanto antes: Stephan e ela viviam discutindo, e agora ele decidiu ignorar ela para evitar brigas. Isso estava desgastando muito ela, já não sabia mais o que fazer. Sentada num banco de praça, cobrindo o rosto com as mãos, ela começou a chorar.

- Minha jovem, o que houve? - Alguém perguntou ao seu lado.

Lilian levantou a cabeça, assustada. Do seu lado, havia a velhinha mais feia que ela já tinha visto: costas curvadas, dentes amarelados, unhas longas e escuras e uma pele que parecia ser feita de couro enrugado.

Quando ela sorriu, Lilian estremeceu por dentro.

- Ahn, bem, não é nada. - Lilian tentou ser educada, forçando um sorriso para a velhinha.

- Oh, querida, você pode falar para mim, eu não conto para ninguém. - E a velha deu uma piscadela de assustar qualquer um.

Porém, mesmo com a aparência assustadora da velha, Lilian não sabia por que - talvez porque ela estava emocionalmente desgastada e precisava desabafar com alguém -, mas logo se viu contando sobre os problemas para a senhora. Era como se uma força invisível a impelisse a continuar falando sobre seu casamento fracassado e suas gravidezes trágicas.

Quando por fim terminou de falar, a velhinha fechou os olhos por um momento, pensativa, e então sorriu para Lilian.

- Ah, minha jovem, sei bem do que você precisa: de uma boa reza da vovó aqui!

Lilian se remexeu desconfortável; não era muito religiosa, e não acreditava realmente que uma oração pudesse resolver o seu problema, mas tinha medo de que a velha se ofendesse se ela recusasse, e afinal, por que não tentar? Já fez de tudo mesmo.

Ambas se levantaram, e a velha pôs uma mão na cabeça da mulher e a outra em sua barriga, pedindo para ela fechar os olhos. Logo, a velha começou a passar os dedos pela pele de Lilian, como se desenhando símbolos invisíveis, e começou a sussurrar palavras estranhas e sibiladas, que causaram arrepios em Lilian. Mesmo assim, ela continuou imóvel. "Talvez seja um tipo especial de reza" pensou.

Após alguns minutos, a mulher cessou os sussurros e se afastou, sorrindo para Lilian.

- Pronto minha cara, agora eu tenho certeza de que esse seu filho será forte e saudável um dia.

Lilian assentiu, distante. Estava com uma sensação estranha no corpo, mas não sabia explicar o que era. Agradecendo a mulher, ela se virou de costas e saiu, sem ver o sorriso malicioso que a velha dava para ela.

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A barriga de Lilian logo começou a aumentar por causa do bebê, mas o casal continuou distante, pois tinham certeza de que aquela gravidez acabaria como todas as outras. Porém, os meses se passaram - um, dois, três, quatro meses -, até que a barriga de Lilian já parecia um melão de  tão grande.

O casal começou a ficar empolgado, e pela primeira vez em três anos voltaram a se tratar amorosamente, como se eles voltassem a ser aqueles jovens apaixonados da faculdade. Começaram a reformar o quarto de visitas para virar o quarto do bebê. Como ainda não sabiam o sexo da criança com certeza, pintaram o quarto de cinza e branco, e colaram animaizinhos nas paredes. O lugar ficou uma graça, era o que todos diziam. Sem dúvida, a criança seria muito feliz.

No entanto, ninguém poderia estar mais feliz que Lilian: ela finalmente conseguiu, engravidou, voltou a falar com o marido, sua vida estava começando a voltar ao normal. Porém, mesmo com a alegria da perspectiva de ter um bebê, ela não conseguia tirar a velha senhora da cabeça. Seria ela a responsável pelo seu sucesso, ou fora só coincidência? Será que milagres realmente podem acontecer? Mas sempre que esses pensamentos enchiam a sua mente, ela logo os afastava.

"Não posso ficar me preocupando com coisas tão bestas" dizia a si mesma. "Isso pode afetar o bebê."
Então, ela continuou a ignorar, mesmo que ela ainda sentisse um arrepio toda vez que pensava na velha, e mesmo que desde aquele dia que ela foi "benzida" ela começou a se sentir estranha e doente.

***

   Olá pessoal que está lendo isso, tudo bem?
  
   Bom, essa é a primeira história que eu escrevo, então peguem leve comigo, ok? Ainda sou meio insegura em relação ao que eu escrevo, então eu espero que vocês gostem da história. ;)

A História De Kelly AndersonOnde histórias criam vida. Descubra agora