Capítulo 4

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Do lado de fora do Olympus, Catarina observava Miguel e Alex sentados na mesa com vista para o estacionamento. Enquanto o garoto loiro havia voltado a ler seu livro, Alex mexia no celular e de vez em quando dava uma beliscada no lanche de Mulan, que havia ido ao banheiro mais uma vez.

Catarina apertava o celular em sua mão com tanta força que seus dedos já começavam a ficar brancos. Quando ligou o aparelho após um bom tempo, foi bombardeada quase que instantaneamente com inúmeras chamadas perdidas de Nanda, que não havia parado de ligar desde que saíra daquele jeito de sua casa.

Catarina respirou fundo e procurou entre seus contatos o nome da melhor amiga. Ela escutou o telefone chamar e quase desistiu no meio da ligação, mas, quando olhou para dentro da lanchonete, encontrou o olhar de Miguel e constatou que se pudesse ler pensamentos, o dele seria exatamente esse: "Não desiste."

Catarina! — Ao escutar sua voz, precisou tampar a boca; não sabia se queria gritar de alegria por Nanda ainda ter atendido, ou de tristeza, por talvez aquela ser a última vez que conversavam. — Onde é que você ?

— E-eu? — Perguntou gaguejando. — Eu tô no Olympus, com alguns... — Olhou de relance para dentro do estabelecimento na hora exata em que Mulan voltava do banheiro e Alex jogava migalhas de comida em Miguel. — Amigos?

Você é maluca? — Gritou do outro lado da linha. Catarina estremeceu ao escutá-la. Pronto, estava tudo perdido, ela a odiava.

— Eu posso explicar, é que...

Não faz mais isso, ok? Eu fiquei tão preocupada, te liguei várias vezes e você não me atendeu, pensei que tivesse acontecido alguma coisa com você — Disse com a voz trêmula.

— Espera, o quê? — Catarina perguntou confusa. — Você não tá brava comigo?

Claro que não — A presidente do grêmio pôde escutar a loira puxar o ar antes de voltar a falar. — O que aconteceu aqui em casa... O beijo — pigarreou. — Eu acho que precisamos falar sobre isso pessoalmente, não dá pra ser pelo telefone, entende?

— Sim — Respondeu melancólica. Não queria nem imaginar como seria a conversa entre as duas, mas qualquer que fosse o rumo que ela tomasse, sentia que a amizade entre as duas jamais seria a mesma.

Ei — Chamou Nanda do outro lado. — Eu não te odeio. Você sabe disso, não sabe?

— Humrum — Assentiu com a cabeça, tentando controlar as lágrimas que se formavam em seus olhos e ameaçavam cair. Ao fundo, Catarina escutou a mãe de Nanda a chamar.

Desculpa, eu preciso ir agora, mas a gente se fala?

— Claro.

Tudo bem, tchau. Te amo — Nanda não esperou Catarina responder e desligou.

— Eu também te amo — Disse a cacheada, baixinho.

Ela forçou seus pés a caminharem de volta para o estabelecimento. Dizer que estava apreensiva era pouco, agora ficaria pensando nessa conversa até ela acontecer e criaria diversos cenários em sua mente onde tudo daria errado e Nanda e ela deixariam de ser amigas.

— E então, como foi? — Questionou Miguel, fechando o livro e olhando para a garota que acabara de chegar perto deles. Alex e Mulan também a encararam.

A garota se sentou ao lado de Alex e soltou um suspiro.

— Bom, ela não me odeia e quer conversar comigo, já é alguma coisa, né?

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