Day
Eu estava com medo de tudo que estava sentindo, era algo muito novo pra mim, era tudo extremamente assustador. Théo apareceu na minha vida por um acaso e de repente causou uma tempestade avassaladora dentro do meu peito, foi de imediato... E eu tinha medo que talvez estivéssemos indo rápido demais ou talvez nos precipitando mas... Estávamos saindo cada vez com mais frequência, e nos conhecendo; quanto mais eu o conhecia, mais o amava.
E , céus, será que ele sentia o mesmo? Quer dizer, pra onde estávamos indo? Será que caminhavamos na mesma direção?
Meu coração saltava do peito só em pensar encontra-lo, acho que nem mesmo eu estou me dando conta da importância dele na minha vida e do quanto eu estava envolvida por ele.
Faltava poucos dias pro ano novo e Theo me convidou pra ir na casa de praia de um amigo, mas, fiquei com medo, nós ainda não tínhamos focados sozinhos assim e sinceramente, eu tinha muito medo do quê poderia ocorrer, então neguei, afinal eu nem sei o quê somos ainda, mas sei que somos algo; sei que vivemos numa sociedade super moderna onde as pessoas não rotulam mais nada, só que, eu quero viver um romance de verdade, cheio de seus clichês; ficava esperando que a qualquer momento ele fosse me pedir em namoro, mas isso ainda não tinha ocorrido e me fazia ter dúvidas do quê Realmente ele queria ou sentia... Será que tinha medo de "se prender" a alguém? E queria viver a liberdade de um amor sem compromisso? O fato é que não acredito que tal coisa Realmente exista, posso parecer antiquada mas, é assim que vejo e gosto das coisas.
Ele iria passar pra me ver antes de viajar e eu já sentia saudades antes mesmo dele ir...
Passei o dia esperando a hora passar e chegar logo o momento em quê o veria.
Ouvi baterem na porta e corri a passos largos (ou não tanto, considerando que sou baixinha e minhas pernas são curtinhas) em direção a porta... Quando abri ele estava ali , sorrindo pra mim com um buquê de rosas nas mãos...- Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieto e agitado: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar o coração... - falei sem mesmo notar, e ele sorriu ainda mais.
- O Pequeno Príncipe. - respondeu.
Meus olhos se arregalaram.
- Você conhece esse livro? - ele sorriu e se aproximou , me beijando a testa.
- Sim. É um dos melhores que já li.
Pronto, estava ainda mais encantada por ele , e achei que isso nem seria possível.
- Como vou sobreviver sem você aqui? - me ouvi dizer e ele me entregou as rosas.
- Poderia vir comigo...
Mordi o lábio inferior, receosa.
- Não, é melhor ir com seus amigos e curtir um pouco... Não quero parecer grudenta nem nada...
Ele revirou os olhos e adentrou em casa enquanto eu fechava a porta, caminhei até a cozinha procurando um vaso para pôr as rosas, ele se sentou no sofá, murmurava algo que eu não conseguia entender.
Pus as rosas em um vaso e as deixei na sala por enquanto, mas iria guarda-las no quarto.
- Nunca tinha recebido rosas antes.
Me sentei ao seu lado no sofá e então ele me abraçou.
- Porque Realmente não quer ir comigo?
Suspirei fundo antes de continuar.
- Eu tenho medo do quê possa acontecer... Quer dizer, você sabe, nunca ficamos sozinhos assim e...
- Estamos sozinhos agora - rebateu ele.
- Só nós dois, eu tenho medo , me deixo levar por meus instintos e sentimentos muitas vezes, não quero que ocorra nada... Nós, sei lá, nem estamos namorando.
- Não estamos? - ele arqueou a sobrancelha e me encarou.
- E estamos? - perguntei confusa.
- Agora eu já não sei - disse ele , sorrindo sem graça. - eu achei que tínhamos algo assim.
- Nem você sabe o quê temos! - ralhei um pouco frustrada.
- Você quer um pedido formal, é isso Day?
- Não.
- Eu posso fazer isso agora... Quer ser minha...
- Não! - me ouvi gritar- não é pra ser assim, é pra ser algo espontâneo e natural, algo sincero e que você realmente queira.
- O quê faz você pensar que eu não quero? - falou exaltado.
- Sei lá, talvez você não ter pedido até agora?
- Foi você outro dia que disse que estávamos indo rápido demais, pra gente se conhecer. Não consigo entender, Agora você está furiosa comigo por não ter te pedido.
- Não estou furiosa com você.
Estou comigo.
Ele levantou e suspirou frustrado.
- Se é tão importante pra você, tudo bem, estamos namorando.
- NÃO - ralhei. - Eu não quero assim Théo, será que você não entende?
- Realmente não. - diss com expressão de confusão, seria tão difícil entender o quê eu queria, o quê qualquer garota queria.
- Não quero viver uma aventura Theo, isso eu poderia ter com qualquer um, eu não sou assim, quero a profundidade de um amor recíproco e verdadeiro, quero alguém que me entenda e corresponda e me queira por perto, sem que eu pareça estar impondo isso.
Ele balançou com a cabeça e assentiu, parecia que não ia dar em nada se ficassemos falando ali sobre isso.
- Vou embora, eu sinto muito te fazer sentir assim, talvez Realmente a viagem ajude... Temos passado muito tempo juntos e talvez isso seja prejudicial, talvez esteja enjoando de mim ou algo assim.
No fundo eu queria dizer que isso era impossível e dizer pra ele esquecer esse pequeno surto infantil e ficar ali no sofá de amassos até meus pais voltarem... Mas, tudo que fiz foi assentir e o acompanhar até a porta, ele me deu um beijo e me abraçou, inalei forte o seu perfume, porque sabia que sentiria saudades daquele cheiro enquanto ele estivesse fora e sabia que me arrependeria por aquela briga boba, acho que foi a primeira vez que discutimos assim e por algo ridículo.
Fiquei na porta vendo Theo ir embora cabisbaixo com as mãos nos bolsos e dias depois me arrependi daquele momento horrível que tivemos, sabia que devia ter ido com ele ou impedir aquela viagem no momento em que ele parou , virou e me mandou um beijo no ar e um aceno triste, naquele momento um arrepio me subiu pela espinha e meu coração parecia pequeno e apertado.
Eu não deveria ter ignorado esse sinal.
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Um Acaso Do Destino
RomanceDaiane é uma garota sonhadora que sempre acreditou firmemente em finais felizes e historias de amor; mas somente nos livros e filmes; totalmente descrente que isso um dia poderia ocorrer com ela, se surpreende quando em uma noite de Natal o destino...