Capítulo Dezessete

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—Eu nem tô acreditando que a gente tá aqui e que vamos conhecer o Luan! Quê horas você acha que ele vai chegar? É melhor a gente ficar aqui no saguão né? Corre o risco dele aparecer e a gente não ver e...
Theo girou nos calcanhares e me encarou com olhos semicerrados porém sorrindo.

— Você não para de tagarelar sobre isso, eu já tô ficando com ciúmes.
— Não deveria, devia saber que ele é o meu amor maior e ganha em disparada de você.
Theo revirou os olhos e fizemos o check in ali; depois de levarmos as malas pro quarto, descemos pro saguão e ficamos ali esperando ansiosamente o momento que o Luan iria chegar; tinha um mutirão de pessoas ali esperando também e já porta do hotel mais gente com cartazes e faixas, gritando e cantando músicas dele. Eu estava tão nervosa, será que conseguiria abraça-lo?
— Quer comer alguma coisa? Está ficando tarde. — perguntou Theo.
— Não vou sair daqui por nada no mundo; não até ver o Luan... Acha que consegue descobrir qual o quarto dele? Talvez eu consiga ir até lá e...
— Day ! — exclamou ele me censurando. — eu tô aqui do teu lado, deixa de loucura cara.
Dei de ombros e continue roendo as unhas, vendo gente indo e vindo ali.
Depois de duas horas do momento em que o Luan deveria ter chego, ainda estávamos ali, até que um dos atendentes do hotel foi até a porta e comunicou algo pra os fãs ali, que fez um coro de exaustidão se formar.
— Será que aconteceu algo? — perguntou Theo. — Eu vou perguntar.
Vi Theo se afastar e ir com o recepcionista e não gostei nem um pouco da conversa gesticulada que durou alguns minutos até Theo voltar com uma expressão não muito boa pra mim, o encarei curiosa e ele suspirou passando a mão no cabelo.
— Então... O Luan não vem, teve um imprevisto e o show de hoje foi cancelado... Parece que houve problema com a equipe que montou o palco; então, show adiado. — deu de ombros.
— Eu não acredito! Tô esperando aqui á toa então? — eu queria chorar, estava decepcionada demais e frustrada; acho que eu tinha criado expectativas demais, porque essas coisas podem acontecer afinal. — tá, tudo bem, vamos pra casa. — me ergui já indo em direção ao elevador com Theo no meu encalço.
— Hey, espera. Olha esse lugar, ainda temos um dia inteiro nesse hotel, vamos aproveitar, com despesas pagas e tudo mais...
Na verdade eu queria muito ir pra casa agora, mas Theo estava certo, aquele lugar, uma diária custava um órgão meu, quando teríamos outra oportunidade assim?
— Tem razão. Vamos comer alguma coisa.
Puxei Theo pra dentro do elevador e então fomos até a sala de jantar daquele lugar; era um restaurante fino e eu me senti até mal de estar usando mini saia jeans e e cropped.
— Wow! — Theo exclamou.
— Esse lugar é realmente incrível.
A iluminação era parda, fraca, tudo ali tinha um tom vinho o que tornava o ambiente sutil, sofisticado e romântico.
Pedimos comida e nos deliciamos com o vinho; não tinha nada mais gostoso; foi como se provassemos do paraíso.
— Caramba... Que coisa incrível. — exclamei bebendo o vinho .
— Vai com calma... Bebe devagar e desfruta disso. — disse Theo e antes que eu raciocinasse , senti algo duro na boca, gelado e metálico; quase engasguei e então cuspi, sem me importar com os modos á mesa.
Meus olhos se arregalaram com o quê encontrei em cima da mesa, junto com a poça de vinho que antes estava na minha boca; havia um pequeno arco, fino e dourado ali... Olhei dele pra Theo, entendendo o quê aquilo significava...
— Eu não sabia que você ia beber tão alvoroçada... Me desculpa; eu prentendia te falar isso no show; já tinha planejado tudo — sorriu envergonhado, como se lembrasse de algo — eu iria pedir a produção pra que me deixasse subir no palco e te pediria em namoro ali em cima, junto com o Luan, o quê sei que seria difícil... Mas enfim, as coisas não saíram como planejado e... — ele respirou fundo, tomando fôlego. — Você aceita Day? Aceita ser minha namorada?
Pisquei várias vezes, sem acreditar no que ele tinha acabado de dizer.
— Queria me matar de vergonha no show e aqui engasgada né? — falei irônica. — você não precisa fazer isso Theo... Não quero que se sinta pressionado á nada; e não precisamos de rótulos nem nada assim.
— Day, eu quero isso... Mesmo com todo medo e insegurança que sinto em relação á isso, eu quero; quando aquele acidente aconteceu, eu só me perguntava se te veria de novo e... Eu quero dividir algo com você e ser só um com você...
Fiquei sem palavras, o ar me faltando como se eu tivesse desprendido tudo ali.
— Theo... Nos últimos dias eu tenho vivido algo lindo com você que eu não quero que acabe, tenho medo de quê você se arrependa depois, de criar expectativas demais e...
— Aceite ... Me deixa ficar do teu lado; eu te vi e já sabia que era pra ser e não tem ir contra isso!
Peguei a aliança sob a mesa e pus no dedo; Vi Theo sorrir de orelha á orelha, um sorriso, brando doce e cheio de esperanças e coisas que eu não soube decifrar mais.
Me ergui da cadeira e fui até a sua; sentei no seu colo ignorando onde estávamos e como seríamos vistos; o beijei intensamente, seu beijo era molhado, urgente e quente.
Sua mão repousava no meu quadril enquanto sua língua dava voltas na minha ali... Céus, eu o amava tanto.
Assim que me desgrudei dele, vi seus olhos tomarem outro tom, outra cor; tinha um desejo inflamante ali!
—  Talvez a gente devesse ir dormir agora. — disse ele em um sussurro.
— Vamos pro quarto.... Mas não vamos dormir.

Um Acaso Do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora