Estava um dia de calor desses em que a gente sente como se Deus quisesse nós dar uma prévia de como é no inferno!
Estava em frente ao estádio, esperando uma fila enorme de pessoas se mover mas parecia que ninguém estava saindo do lugar; agradeci aos céus por ter optado usar os shorts ao invés da calça jeans, em compensação a camiseta do Inter que eu usava parecia estar me cozinhando.
- Meu Deus! Será que a gente conseguir entrar antes do jogo terminar? - gritou Mônica, minha melhor amiga que tinha a paciência mais curta do quê a minha; isso fez alguns mal humorados que estavam na nossa frente, torcedores do time rival, girarem o pescoço para nos encarar com cara feia.
- Eu não tô exatamente adorando isso, mas tenta ficar quieta porque eu não quero confusão não.
Ela revirou os olhos não dando importância pro quê eu tinha acabado de falar e cruzou os braços bufando.
- Não sei porque você me arrasta pra essas coisas, eu nem gosto de futebol! - disse ela carrancuda.
- Você é minha melhor amiga, isso tá no contrato de amizade, e eu também vou com você á lugares que nem gosto muito, não é sacrifício!
- Você precisa arrumar um namorado, urgentemente, que goste de futebol tanto quanto você, assim eu posso ficar em casa com a consciência tranquila enquanto ele assume meu papel em eventos assim. - Mônica falava quase que gritando, me deixando extremamente envergonhada.
- Fala mais alto, acho que ainda tem gente lá atrás que não conseguiu te ouvir- indaguei com sarcasmo.
- Ah , qual o problema, ninguém aqui conhece gente mesmo.
Mônica estava um saco, só podia ser tpm, eu estava quase que arrependida de não ter vindo sozinha; respirei fundo pra não me estressar com ela naquele momento e notei um garoto me fitando, ele estava alguns passos a nossa frente, estava no meio da fila desorganizada, que se tornava um grande amontoado de gente barulhenta demais.
Eu pensei estar enganada, então desviei o olhar dele, mas sabe aquela sensação de estar sendo observada? Eu sentia isso, e a minha curiosidade me venceu logo, porque eu logo voltei a olhar na direção dele e permanecia me encarando; no geral eu já iria lhe perguntar o quê queria porque eu detestava pessoas me encarando assim, mas ele me olhava de uma forma diferente, doce e terna... Dava pra notar que ele era um pouco mais alto que eu, loirinho, os fios do cabelo castanhos, curto mas o seu olhar foi no quê mais me marcou...era insistente, perseverante mas doce também, um castanho mel que parecia ferver !
Ele sorriu , um sorriso singelo que me deixou desconcertada, eu deveria sorrir de volta ou fingir que não tinha visto? E se não fosse pra mim que ele estava olhando? Eu deveria olhar pra trás e conferir se tinha alguém atrás de mim com quem ele estava flertando? E se realmente fosse eu? Se fizesse isso pareceria uma tonta! MEU DEUS DAIANE! DEIXA DE SER COMPLICADA!
Fiquei sem esboçar reação alguma, até a fila começar a andar e o garoto sumir no meio da multidão rumo ao estádio... Entrei finalmente no estádio e logo procurei um lugar pra sentar, ao lado de Mônica.
Mas fiquei de pé, varrendo o lugar com os olhos, procurando por aqueles pares de olhos castanhos, inconscientemente , sem me dar conta do quê estava fazendo.
- Daiane, será que dá pra sentar no teu lugar? Tá atrapalhando a passagem do pessoal - ralhou Mônica do meu lado.
- Meu Deus! Como você tá chat... - quando me virei pra resmungar o quanto ela estava chata, dei de cara com um peitoral, onde eu bati fortemente com o braço...
- Me desculpa, foi sem querer mesmo moço...eu... - interrompi no mesmo momento quando reconheci o par de olhos castanho mel me analisando, rapidamente o cenho franzido dele foi sumindo e sendo substituído por um sorriso formado nos seus lábios.
- Está tudo bem baixinha - disse ele com diversão nos lábios , me enchia de irritação quando me chamavam assim, eu nem sou baixinha, e ele era só um pouco, só um pouco mais alto que eu! Estava pronta pra reclamar quando ele pegou um guardanapo que segurava na mão e começou a passar no meu braço, só então eu notei a latinha de refrigerante nas suas mãos e que parte dele estava escorrendo pelo meu braço - desculpa por isso, mas em parte foi culpa sua, estava muito distraída... Está perdida, ou só procurando alguém?
Corei no mesmo instante, não sei se pela pergunta ou pelo toque dele no meu braço que mais parecia um carinho!
- Obrigada e me desculpa de novo - falei tomando o guardanado dele , me sentando rapidamente e terminando de me limpar sem dirigir o olhar de volta pra ele.
Ele ficou cinco segundos ali parado, e isso pareceu uma eternidade... Fez meu corpo fervilhar só imaginar que ele estaria ali me encarando.
- Toma cuidado por aí...e a propósito, adorei a sua tatuagem! - dizendo isso ele chamou minha atenção, eu o encarei e ele piscou, deu de costas e foi embora.
- Que raios foi isso? - perguntou Mônica. - rolou um clima aqui ou é impressão minha?
- Não viaja! - respondi secamente, correndo os olhos de novo pela multidão, mas ele sumiu de novo... O perdi totalmente de vista!
O fato é que Mônica talvez estivesse certa, porque eu estava um tanto quanto desconcertada demais pra uma coisa aparentemente tão boba!Por sorte, eu não tinha com o quê me preocupar, só esperar o jogo começar, meu time vencer e nada mais, com toda certeza eu não veria mais aquele garoto na vida; não que eu quisesse, claro, na verdade queria ficar longe de gente desastrada assim!
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Um Acaso Do Destino
RomanceDaiane é uma garota sonhadora que sempre acreditou firmemente em finais felizes e historias de amor; mas somente nos livros e filmes; totalmente descrente que isso um dia poderia ocorrer com ela, se surpreende quando em uma noite de Natal o destino...