Capítulo Onze

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Eu estava inquieta, preocupada, esperando Theo me dá notícias suas, mas ele ainda não havia me deixado mensagem ou mesmo ligado e isso só intensificada a sensação estranha que não havia me abandonado desde que Théo se foi... Mas notícia ruim chega logo não é? Então pronto, tentei me tranquilizar, fiz pipoca e me sentei no sofá, ansiando que aquele arrepio que me subia pela espinha sumisse e que eu conseguisse distrair minha mente de algum jeito.
Foi assim o dia inteiro, passei o dia vendo séries aleatórias e lendo livros, não que eu estivesse conseguindo me concentrar muito, agora a preocupação já era raiva, estava tomada de raiva, provavelmente Theo estava birrado pela nossa curta discussão e não queria falar comigo o quê era uma atitude pra lá de infantil, mas tudo bem, se era assim que ele queria agir,por mim tudo bem.
No dia anterior, ainda não tinha notícias de Theo, então fui visitar minha melhor amiga, talvez fosse isso que eu precisasse, um momento á sós pra ouvir as reclamações de Mônica.
— Então, você lembrou de mim? — disse ela em tom dramático.
Revirei os olhos sem dar atenção atenção seu teatro e entrei na sua casa.
— Não faz eu me arrepender de ter vindo de te ver, por favor. — falei em sobressalto.
Mônica foi em direção a cozinha e voltou com dois copos de sorvete e colheres pra nós duas e se sentou ao meu lado no sofá.
— Imagino que você precise disso agora. — odiava como ela me conhecia. — o quê ele fez ?
— Nós brigamos — me ouvi dizer enquanto tomava o sorvete dela e me deliciava com aquela iguaria cremosa com nozes e castanha. —bom, mais ou menos, acho que foi mais um desentendimento bobo, o quê me deixou irritada é que ele está sem me dá notícias desde ontem sabe e... Eu fico tão preocupada, mas agora, estou mesmo é com raiva dele. É tão infantil.
— E você tentou ligar ou mandou mensagem pra ele?— disse ela com a mesma cara que minha mãe faz quando me faz perguntas das quais já sabe a resposta.
— É claro que não! — falei irritada. — ele quem deveria fazer isso.
— Entendi, você está sendo infantil também. É o seguinte Day, você vai pegar a droga do celular agora e ligar pra ele, foi extremamente difícil eu te ver com alguém e como sua amiga não vou deixar você estragar isso assim.
Ralhei os olhos e bufei, Mônica estava certa, não fazia sentido agir igual,iria ferir um pouco o meu orgulho, mas minha mãe sempre disse que é melhor isso do quê ferir alguém, então tomei o celular em mãos e disquei o numero de Theo, mas caiu na caixa postal, sequer chamou.
— Estranho,o celular dele tá dando caixa postal... Você acha que eu deveria ligar pra casa dele?
Mônica me olhou como se eu tivesse falado o mais louco dos absurdos.
—  E Porque faria isso? Demonstraria que está muito desesperada,calma aí Day... Talvez ele só esteja em um local sem área no celular.
É, talvez ela estivesse certa, mas aquela preocupação dentro de mim estava crescendo e eu não comseguia ignorar ela agora ... Era como se Theo estivesse fugindo de mim ou tivesse sumido no mundo, talvez fosse de propósito, sei lá, as vezes eu me desconecto de tudo pra respirar um pouco e me conectar só comigo... E poxa, nós na verdade nem éramos nada não é? Ele não me devia satisfação ou mesmo explicação.
Mas eu não iria conseguir encarar ele da mesma forma quando voltasse de viagem... Como se adivinhasse meus pensamentos, Mônica tomou o celular das minhas mãos e me devolveu o pote de sorvete .
—  Que tal pedirmos uma pizza, e assistirmos um filme bem clichêzinho? Ou, maratonar Shadowhunters, o quê você acha? Tem um tempo que não fazemos isso.
—  Não sei, não tô muito afim de fazer nada agora. — dei de ombros, na verdade eu estava muito inqueita agora.
Já estava querendo ir embora, me preparando pra ouvir as reclamações de Mônica quando eu lhe dissesse isso, que iria pra casa, quando ouvimos alguém bater na porta .
Mônica esbugalhou os olhos como se fosse o próprio diabo ali.
—  Meu Deus, o quê foi?
Ela mordeu o lábio receosa antes de continuar.
— Eu não te contei, mas, estou saindo com alguém, e eu não me lembrava que tinha marcado com ele hoje e... você também não me avisou que vinha e deve ser ele na porta e ...
—  Não precisa dizer mais nada! Eu vou embora como a boa amiga que sou, tá tudo bem, mas claro eu quero conhecer ele antes disso  —  falei já me dirigindo a porta com um largo sorriso pronto pro namorado ou ficante da minha amiga , quando abri a porta vi um garoto um pouco mais alto que eu, moreno de olhos azuis, com uma expressão tão em Pânico que fez meu sorriso se desfazer .
— Esse não é meu gatinho!  —  sussurrou Mônica atrás de mim.
—  Quem de vocês é a Day?  — abriu a boca finalmente e prrguntou, levantei a mão um tanto confusa.  — Graças á Deus, fui na sua casa e seus pais me disseram que poderia te encontrar aqui...
— Bom, você me achou  — brinquei sem diversão.  —  mas , quem é você e o quê quer comigo?
O garoto parecia ainda mais assustado agora.
—  Sou um amigo...do Theo...
Certo, agora eu estava assustada e suando frio,sem nem mesmo saber a razão pela qual aquele garoto estava ali!
— Ele está bem?  — foi Mônica quem perguntou vendo a minha total deficiência pra formular alguma coisa naquele momento.

— Mais ou menos.
—  O quê houve? — quase gritei. E meu coração já estava palpitando forte demais,estava ansiosa e com medo.
— Ele sofreu um acidente na viagem que ia fazer, não conseguiu chegar lá, o carro bateu em um caminhão e... Bem... — ele retirou um celular do bolso, deslizou os dedos pelo mesmo e nos mostrou algumas fotos, era um carro, ou o quê um dia foi um carro, totalmente amassado, espremido feito uma sardinha em lata, já não conseguia ver as fotos Porque lágrimas embaçavam minha visão á esse ponto, eu só conseguia pensar em como alguém poderia ter saído vivo disso.  — foi um acidente grave. Dois de nossos amigos estão internados, um em coma e outro...bom, não resistiu!
Fechei os olhos, com medo de perguntar, com medo da resposta, senti meu peito arder, as forças do meu corpo me deixarem e minhas pernas virarem gelatina.
—  The-Te-Theo... — de repente eu me senti egoísta demais por desejar que Théo não fosse o morto ou o garoto em coma, de repente me senti egoista ao sofrimento alheio naquele momento.
—  Ele está em coma... O estado dele não é muito bom e... Enfim, eu precisava te falar porque, eu sei que ele iria querer isso, não parava de falar de você e Tam...

Não ouvi nada mais do quê o garoto falou depois de coma, a única coisa que senti foi meus olhos se perderem da luz e o impacto do meu corpo no chão.
Apaguei.

Um Acaso Do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora