Capítulo Seis

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Day

Céus! Acordei com uma ressaca horrível, eu não deveria ter bebido, eu fico totalmente descontrolada.
Já estava em casa, a viagem da casa da minha vó pra cá tinha sido ainda mais longa, por causa da dor insuportável e latejante de cabeça que me acompanhava, tomei uma aspirina assim que cheguei, um banho quente e fui ver Mônica antes do tal encontro com Theo que eu nem sabia onde mesmo seria ainda, esperava que ele me ligasse ou mandasse mensagem ao decorrer do dia.
Assim que cheguei na casa de Mônica á encontrei revirando o armário e um aglomerado de roupas espalhadas pelo seu quarto.
— Que furacão passou por aqui? — zombie enquanto ela abria caminho a minha frente chutando as peças que estavam pelo chão, sentei num amontoado de blusas sob sua cama, ela parecia frenética e nervosa.
— Desculpa pela bagunça, eu tô dando uma geral aqui, minhas roupas estavam quase saltando do guarda roupa! Como foi o feriado?
— Bom, fora o fato de ter bebido além do normal, foi muito bom... E o seu? — perguntei enquanto a observava andado de um lado pro outro como se procurasse algo em específico.
— Meus parentes vieram pra cá, então eu mais trabalhei do quê curti... é maravilhoso quando você não é o anfitrião sabia? Nunca seja o anfitrião, anote isso ... — pela primeira vez desde que entrei no quarto ela me analisou, só que demoradamente, me observava analista e curiosa.
— O quê? O quê foi? Tá tudo bem? — já estava me assustando na verdade.
— Tem algo diferente em você... — falou intrigada.
— Essa é sua maneira de dizer que estou bonita? Porque eu não fiquei duas horas me arrumando em vão... — respondi entediada.
— Aonde vai? Você não levou duas horas se arrumando pra me ver simplesmente.
Respirei fundo já me arrependendo do quê iria dizer .
— Tenho um encontro.
Mônica arregalou os olhos e abriu a boca em "O".
— Como assim D-A-I-A-N-E ? — falou meu nome tão pausadamente que era como se soletrasse. — Quando você pretendia me contar sobre isso?
— Agora? — me encolhi dando de ombros esperando ela ralhar sua raiva sob mim, mas sua reação foi diferente, ela franziu a sobrancelha, revirou os olhos, se sentou do meu lado e seus olhos brilhavam pura curiosidade.
— Então começa! Com quem e como isso?
— Theo. Ele se chama Theo. Conheci ele no show do Luan Santana... Na verdade, antes... Lembra do garoto que derramou refrigerante em mim? Então...era exatamente ele, eu tinha falado com ele pelo telefone, marcado lugar pra ele ir comigo pro show na van sem ao menos desconfiar.
— Misericórdia Day! Qual a probabilidade disso acontecer? Ele gosta das mesmas coisas que você... Suas maiores paixões. Isso é o destino, só pode! — Mônica já estava toda animada, conhecendo ela como conheço, sei bem que minha amiga já estava criando mais expectativas do quê eu propriamente.
— É, é tudo bem louco, mas não se empolga muito não... A gente só vai sair, como amigos, conversar, só isso...
— Amigos? Tenho certeza que ele não está com essas intenções e pra ser franca? Nem você está.
Antes que eu conseguisse responder Theo me liga, atendo de imediato, arrependida depois de ter feito isso, pareceria muito ansiosa? Desesperada?
— Alô, Oi! — respondi sem jeito.

— Oi Day... Então, você está em casa?
— Na verdade não...
— Ah, ia perguntar se está livre pra gente sair e...
— Estou ! — Respondi rápido demais. —  digo, estou...  —  falei mais lentamente agora, ele riu, ouvi o som da gargalhada mansa dele.
—  Consegue me encontrar no shopping daqui há duas horas?
—  Ham...claro, eu consigo sim!
—  Fechado então, eu vou te esperar lá de frente, vou ser o cara gatão que você vai encher de beijos. —  disse ele zombateiro.
—  AH MEU DEUS .— Isso fez minha memória acender e então eu me lembrei da noite passada quando o liguei completamente bêbada.
—  Até logo baixinha. —  disse ele e depois desligou.

—  Meu Deus Mônica! ele deve estar me achando uma total idiota!
—  Você é! Mas , como ele chegou nessa conclusão? —  ela não perdia uma oportunidade de implicar comigo.
—  Eu liguei pra ele ontem, totalmente bêbada. E falei que queria encher ele de beijos e sabe se lá mais o quê eu falei...
Mônica riu do meu nervosismo evidente.
— Foi só seu subconsciente te ajudando nisso.
—  Cala boca Mônica. Eu preciso ir, vou encontrar com ele daqui há duas horas no shopping.
—  Mas é bem longe, pega um ônibus aqui de frente. —  falou ela .
—  Relaxa. Eu tô de moto. —  eu amava andar de moto, e sempre que podia, usava a do meu pai, sentia uma liberdade sem fim com aquela sensação do vento ricocheteando no rosto, mas a Mônica morria de medo, nunca consegui fazer ela subir na moto.
—  Aí Day, eu odeio quando você anda nesse troço. Me manda mensagem quando chegar, por favor.
—  Aí Relaxa... Não são as motos que causam acidentes, e sim quem as pilota e como pilota.
Ela revirou os olhos ignorando tudo que eu havia dito, não fazia diferença pra ela.
—  Quatro rodas ainda é mais seguro do quê duas.
—  Tá, depois eu falo contigo.
Fui embora e assim que botei o pé fora da casa dela, senti aquele misto de ansiedade e medo, sabia que logo o encontraria e eu estava realmente querendo isso, pela primeira, talvez dessa vez desse certo...
Não Day, para de criar expectativas... estão indo como amigos, conversar e se divertir...nada demais...
Tá, tudo bem. Sem expectativas e sem corações partidos, assim era melhor, se eu não esperasse algo das pessoas, dificilmente me decepcionaria com elas; mas lá no meu íntimo, algo me dizia, eu sabia, que ele jamais iria!
É errado eu querer sentir isso? É errado eu querer me sentir uma adolescente boba apaixonada com borboletas no estômago e um coração palpitante desejando ver ele logo? É errado eu querer ele tanto por perto? Porque eu não sentia que fosse errado, mas o medo me tomava, mas dessa vez ,ele não me prendeu; eu o estou enfrentando de frente...
E até aqui, está sendo incrível.

Um Acaso Do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora