Um Acaso Do Destino

Capitulo Dezesseis

Tinha um silêncio constrangedor ocupando lugar na mesa aquela noite; meus pais comiam em silêncio e Theo não desgrudava os olhos do prato! Quando ele ficou tão tímido? Tá, ele sempre foi, só não era assim comigo eu acho.
Meu pai não desgrudava os olhos de Theo e minha mãe de mim, o silêncio estava me agonizando e eu tinha que quebrar aquilo.
— Então sabe, vocês podem falar um pouco mais baixo, estão fazendo muito barulho. — falei ironicamente, fazendo Theo sorrir e meu pai me lançar um olhar entendiante.
— Então Theo... Minha filha me falou sobre um tal show que vocês vão, você ganhou hospedagem no hotel, certo?
— É senhor! Eu pensei em levar a Day porque não conheço ninguém tão fã do Luan quanto ela... — ele sorriu e me olhou piscando.
— É, mas eu não gostei tanto dessa idéia...
— Com todo respeito senhor, é só um show, estou levando ela pra ter a chance de conhecer o Luan, nada mais, e iremos ficar em quarto separados...eu me responsabilizarei por ela e prometo que vou cuidar dela.
— É disso que ele está com medo. — sussurrou minha mãe.
— Quê? — meu pai lhe encarou com o cenho franzido.
— Nada querido. E Theo, desde quando vocês são namoradinhos? — dizendo isso minha mãe fez meu pai encarar Theo com cara fechada e Theo engasgar com água, como assim, alguém engasga com água? Céus! Theo enrusbeceu e o vi ficar vermelho feito pimentão maduro e depois branco feito folha de papel, minha mãe tinha mesmo que tocar naquele assunto?
— Hum... É que nós... — começou.
— Somos só amigos . — respondi. Eu já não estava incomodada com isso, desde do acidente eu me cobrei que iria somente aproveitar o momento, cada segundo dele e viver a vida como fosse sem me importar com mais nada; eu gostava de Theo e estava com ele, ponto, não me importava como fosse.
— É que minha filha nunca teve muitos amigos e nem nos apresentou nenhum deles, é bem estranho. — meu pai nem era sonso, mas atuava bem.
— Theo é diferente e especial , como a Mônica. — Rebati. — temos muitos interesses em comum e eu acho legal que meus pais conheçam com quem ando.
Dei de ombros e vi que Theo me encarava de uma forma diferente, pedi aos Céus pra que meus pais não tivesse notado.
— Além disso, depois do acidente nós ficamos muito próximos. — lembrei do quanto na última vez que fui na sua casa e nossos corpos quase não se desgrudavam na cama dele. — A Day foi muito importante pra minha recuperação, ela me ajudou muito.
— Ela nos falou sobre isso, dizem que foi um milagre, fico feliz que esteja bem rapaz, é um lutador mesmo.
— Claro senhor. Eu sou Inter. — disse ele piscando pro meu pai e pronto, ali ele já o tinha ganhado.
Ajudei minha mãe na cozinha com a louça enquanto meu pai e Theo conversavam sobre futebol na sala, super entrosados e eu não consegui disfarçar o sorriso no rosto.
— É uma gracinha seu namorado.— disse minha mãe.
— Mãe, não é um namorado. Eu já falei. — ah, minha mãe não ia tirar isso da cabeça fácil.

— Unhum! — respondeu ela com ironia.
Ouvi meu pai me chamando, pra me despedir de Theo, eles apertaram as mãos como homens que são tentando demostrar que não sentiam nada e então eu acompanhei Theo até fora, fechei a porta atrás de nós e o observei parado a minha frente, com aquele sorriso que fazia meu peito palpitar mais forte. Ele estava lindo, com uma camiseta preta, jeans azul escuro e all star azul, ele não precisava se esforçar pra ser tão lindo , sexy e sedutor.
— Porque está me olhando desse jeito? — me perguntou.
— Como? — questionei me fazendo de idiota.
— Está quase babando. Sei que sou irresistível e tudo mais só que...
Revirei os olhos e lhe belisquei no braço.
— Ah garoto, você se acha mesmo né?! E você, porque não para de sorrir assim? Parece até que se apaixonou pelo meu pai .
— Bom, ele pareceu gostar de mim, isso é bom, né?—serio, se ele não parasse de sorrir assim eu o atacaria ali mesmo. Santa perfeição.
— Não o suficiente. O objetivo de hoje não foi concluído.
— Você quem pensa. Seu pai permitiu que você viesse comigo... Nós vamos conhecer o Luan Day! — eu gritei e sem pensar me joguei nos braços de Theo que me segurou pela cintura e me girou no ar.
— Você é o melhor Theo! Obrigada, obrigada, obrigada! Nem acredito que isso é mesmo real!
Quando me soltou , Theo me encarava com um sorriso no rosto, uma das mãos ainda na minha cintura e outra afagando a pele do meu rosto... Eu não conseguia parar de sorrir, mesmo com aqueles olhos me encarando e me fazendo corar, fazendo meu corpo ferver como se estivesse febril.
— Sabe, ver você assim não tem preço! Eu não sei o que faria  se você não estivesse na minha vida.
Sem pensar eu o beijei, porque meu corpo pedia isso , e o beijo era urgente, era faminto e avassalador; como se eu estivesse numa montanha russa que só subia, sentindo o frio na barriga , o desejo me consumir.
Onde as mãos de Theo me tocavam faziam minha pele queimar.
Ele segurou firme meus quadris me puxando pra perto dele, tão perto que nem mesmo o vento passava ali entre nós... Meus instintos se afloravam e eu não imaginava que alguém poderia me fazer sentir tudo aquilo, que existia tanto fogo e desejo latente em mim.
Ele me soltou rapidamente, num impulso e lutou pra recuperar o ar. Fiz o mesmo, ainda colada á ele ali.

— Se você soubesse o tanto que eu preciso me refrear perto de você... Como eu te desejo! — sussurrou com o rosto colado ao meu, eu sentia seu cheiro, sua respiração cortante e mais
... Seu coração acelerado e tão perto dele assim, seu desejo!
Fiquei sem palavras, arfei puxando o ar sentindo a garganta fechando.
Se ele soubesse que eu estava tão caída aos seus pés, entenderia que talvez não precisasse se refrear tanto.