Eu havia chegado em casa,chamo por meu pai,mas ele não responde,provavelmente ainda está trabalhando com meu avô. Depois de tomar um banho e trocar aquela roupa decido preparar meu almoço,eu só conseguia pensar na reação do Bryan ao saber que não sou uma pessoa comum e em como isso poderia afetar nossa amizade.
Na parte da tarde eu me concentrava no dever de casa,quando termino fico um tempo sem ter o que fazer. Deitado em minha cama eu olhava para o teto como se esperasse algo acontecer,fecho os olhos por uns segundos...
...esvazio minha mente de pensamentos aleatórios e concentro toda a energia em meu corpo. Sinto como se estivesse flutuando sob a cama e ao abrir os olhos comprovo isso,eu não tinha uma conclusão sobre o que acabava de acontecer...mais um pouco e consigo tocar no teto do meu quarto.
— Sam,já cheguei. — Ouço meu pai me chamar.
...talvez eu tivesse tão vidrado no que estava fazendo que nem vi ele chegar...
— Estou em meu quarto. — Falo.
Ao tirar a concentração caio em cima da cama de uma forma completamente desengonçada. A porta do quarto se abre e antes que ele pudesse entrar mudo de posição.
— Tudo bem?. — Ele pergunta — Me pareceu que você tinha caído da cama.
— Não,eu estou ótimo. — Respondo.
— Você parece tenso,aconteceu algo na escola?. — Pergunta o homem desconfiado.
— Claro que não,é só a puberdade alarmando. — Sorrio.
— Afinal você não tem falado muito da escola para mim,antes esse era seu assunto preferido.
— Bom,é que não há muito para se falar. — Encaro o vazio.
— Se você diz... — Ele fala ainda com ar de desconfiança.
Meu pai sai do quarto,suspiro aliviado por ele não ter vindo com todo aquele interrogatório,mas sinto que seja só questão de tempo para isso acontecer.
...
De noite eu assistia TV,as vezes mudava de canal para ver se passava algo interessante no outro,mas não. Na hora do jantar meu pai falava algo aleatório,sempre com gargalhadas e caretas engraçadas,porém minha concentração estava em outra coisa.
— Sabe,nesse fim de semana nós deveríamos fazer uma visita ao seu tio. — Ele fala — Talvez o ar do campo nos faça bem.
— ...
— Sam?.
— Ah sim,eu não vejo o tio Fernando a anos. — Respondo.
— Você parece meio distante essa noite. — O homem me encara.
...suspiro...
— Depois da escola fui na casa do Bryan... — Começo a falar.
— E o que tem de mal nisso?. — Ele movimenta os ombros.
— Eu evitei um acidente usando meus poderes.
Seu sorriso se desfaz assim que eu começo a explicar,no principio ele não reagiu,mas sua expressão muda para algo que não consigo decifrar. Era agoniante não saber o que ele estava sentindo,eu tinha quebrado nossa promessa e estava com medo do que poderia acontecer.
— Sammy,eu... — Ele não completa a frase.
...meu pai raramente me chama pelo nome completo...
— Bryan não é uma má pessoa,sei que mal nos conhecemos,mas ele é confiável. — Explico — Na hora eu só não pensei direito no que fazer.
— Tudo bem,eu entendo. — Ele sorri — Por mais que eu tenha dito para guardar segredo você foi lá e evitou que alguém pudesse se machucar,mesmo tendo que expor seu segredo...estou orgulhoso.
Meu pai poderia ter dito qualquer coisa,eu até esperava que brigasse comigo,mas ao invés disso não fez. De certa forma eu até me sentia aliviado por ter contado,mas daqui para frente prometo tomar mais cuidado quando for usar meus poderes,outras pessoas podem não ter uma reação positiva com isso.
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(Continua No Próximo Capítulo)

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SAM
ParanormalSam é um garoto especial com dons sobrehumanos,tendo um comportamento peculiar ele cativa e incomoda as pessoas ao seu redor. Seu pai,Robert,é um homem solteiro,ele cuidado do garoto sozinho lidando perfeitamente com suas condições e limitaçõe. Para...